Capítulo 21

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MINHO'S POINT OF VIEW.

Era madrugada, exatamente às duas da manhã, e lá estava eu, sentado em uma poltrona observando o homem deitado em minha cama; ele estava amarrado pelos pulsos na mesma, estava com os pés e boca atados com faixas, e eu apenas o encarava. Sangmin já havia gritado tanto... parecia que ele não tinha mais forças para dizer alguma palavra se sequer; ele me olhava com os olhos marejados, com a esperança de que eu tivesse pena.

- Ainda bem que entendeu que gritar não vai adiantar nada. - dizia sorrindo.

- Você quer que eu tire o pano da sua boca, não? Você tem algo a dizer, não é? - perguntava a ele que logo começou a se debater na cama.

- Acho que isso significa um sim. - conclui enquanto me levantava indo na direção dele.

- Minho... por favor... - ele choramingava com a voz rouca assim que tirei o pano de sua boca.

- Me desculpe, meu amor, eu não queria te deixar tão assustado. - acariciava o seu rosto.

- O que você quer de mim? - ele começara a chorar desesperadamente.

- Te matar da forma mais dolorosa possível. - sussurrei em seu ouvido, fazendo-o tremer.

- Minho, somos amigos há muito tempo... não faça isso, por favor... - o homem implorava tentando parar de choramingar.

- Você deveria ter pensado nisso enquanto me traía. Sabe que eu não admito falhas. - dizia olhando para o pobre homem com um sorriso de satisfação no rosto.

- Minho, por favor... - Sangmin começava a choramingar novamente.

- Será que devo calar sua boca? Você fala demais. - propus enquanto caminhava até a escrivaninha para pegar uma faca que havia ali.

- Minho?! O que vai fazer? O que é isso? Por favor, não... - Sangmin se desesperava e começava a se debater, pedindo por socorro.

- Seu mal é que você fala demais. Dê adeus à sua língua, amorzinho.. - sorri diabólico, e assim que cheguei à cama, subi em cima dele tentando abrir sua boca.

- Não vai doer nada, confie em mim. - sorria puxando a língua dele para fora fazendo o possível para que ele não me mordesse. Ele me olhava com um olhar desesperador, a única coisa que conseguia ver no olhar dele era medo.

Ao sentir sua língua ser arrancada, ele me vê satisfeito com a situação:

- Agora você não fala mais. - olhava para ele com um sorriso sádico no rosto, vendo ele sangrar enquanto sua língua estava em minha mão esquerda.

- Argh! Você me sujou todo com o seu sangue. Que deselegante, Sangmin. - negava com a cabeça, começando a rir, ainda em cima dele.

- O que posso fazer contigo agora? Devo arrancar os seus olhos? Seus dedos? Ah! Já sei... Vou arrancar os seus dentes e farei um belo colar com eles. São tão branquinhos e alinhados... - apertava suas bochechas enquanto olhava para ele, que estava quase inconsciente, com os olhos fracos e com a respiração lenta e profunda, causada pela dor e pelo sangue perdido.

- Pegarei os meus equipamentos. Não saia daí, hum? - disse a ele com sarcasmo e sorrindo - "Como se ele pudesse, não é?" - pensei rindo de mim mesmo e balançando a cabeça em negação.

Logo me afastei da cama e fui em direção à porta. Enquanto descia as escadas, pude ouvir novamente aquele som que vinha da campainha. Quem seria àquela hora? Achei tudo muito estranho, mas logo fui atendê-la. Mas não sem antes tirar minha blusa, a que outrora estava embaixo do terno, coberta de sangue e limpar minhas mãos com a mesma.

- Felix??! O que faz aqui à essa hora? - por incrível que parece, fiquei nervoso, mas passou rápido a leve sensação. Eu não esperava que o loiro aparecesse ali naquele exato momento.

- Minho!? Como vai você? Estou aqui porque recebi denúncias de barulhos altos na vizinhança e tudo indica que os sons vieram daqui. Ah, e por que nunca me disse que morava aqui? - Felix explicava me olhando desconfiado, enquanto tentava analisar o interior da casa por trás de mim.

- Os barulhos estavam altos? Oh, me desculpe, eu não tive a intenção. - falava já com o semblante mais calmo.

- E o que você estava fazendo? - indagava o loiro ainda com um pouco de desconfiança. Acho que ele ainda não percebeu que eu estava sem camisa.

- Eu estou com o meu namorado. Nós estávamos tendo uma "noite de casal". Foi bem intensa, sabe? - contei fazendo uma cena de falsa vergonha.

- Oh! Então era isso? - ele me olhava um pouco envergonhado, percebendo que eu estava sem camisa.

- Sim, sim, eu acho que a gente se empolgou bastante. - disse olhando para baixo "envergonhado", na esperança de que Felix fosse embora.

- Você nunca me disse que tinha namorado. Onde ele está? Cadê ele? - Felix tentava olhar para dentro a qualquer custo.

- Oh, ele já está dormindo. Eu nunca te disse porque não tem muito tempo que começamos a sair. - falava descontraído.

- Certo... Então eu vou indo, okay? Evite fazer barulhos assim, certo? Se cuida! - Felix dizia enquanto se virava e ia embora.

- Tchau... - dizia a ele enquanto me virava para entrar também.

- Sangmin, hoje não é o seu dia de sorte. - falei num sussurro furioso assim que fechei a porta atrás de mim. Me direcionei ao porão para pegar meus "brinquedos".

- Vou adorar brincar com você, amor... - pensava em tudo que ainda poderia fazer com Sangmin naquela madrugada enquanto subia as escadas em direção ao meu quarto com um sorriso enorme no rosto.

Quando eu estava em domínio de alguma pessoa ou quando alguém implorava pela vida me fazendo sentir vivo, eu era um deus. Mas não só "um deus" e sim o Deus.

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