The Hell Is A Person

Capítulo 17

Minho tinha saído da pensão bem cedo, ele tinha um assunto pendente para resolver. Era domingo, então sua clínica estava fechada, mas ele costumava ir lá aos domingos para "resolver" alguns assuntos. Enquanto Minho caminhava até o seu destino, ele pensava em como as coisas tinham mudado desde que ele conhecera Changbin. Ele admirava muito o mais novo, achava que ele com certeza era único e um ótimo amigo. Ele também pensava em seu irmãozinho, não queria magoá-lo, tinha feito uma promessa para si mesmo de que iria cuidar do menor até o dia de sua morte, mas parecia que o menor não estava feliz com aquilo tudo, e isso deixava Minho frustrado.

Minho queria se livrar de Hyunjin, mas ele teria de segurar sua vontade, pois se fizesse tal coisa, Jeongin jamais o perdoaria. Ele tentava entender o porquê de Jeongin gostar tanto de Hyunjin. Desde que Minho conhecera Hyunjin, ele já sabia qual seria o fim do mais novo. Mas seus planos foram por água abaixo quando Jeongin se apaixonou por Hyunjin. "Maldita hora que eles se conheceram." Pensava Minho. Contudo, isso não impedia Minho de ao menos colocar Hyunjin na linha, colocá-lo em seu devido lugar. Muita das vezes, Hyunjin se esquecia de quem era o chefe ali e mesmo com muito medo, Hyunjin ousava levantar a voz para Minho; ele aparentava ter muita coragem pra isso.

Hyunjin acumulava ódio do Minho, causado por um episódio em sua vida em que Minho passara dos limites. Hyunjin tinha um irmão mais velho e Minho havia o matado, pelo simples fato do garoto ter vistos os dois conversarem sobre assuntos confidenciais. Ao ver de Minho, ele não poderia tolerar aquilo, pois aquele rapaz poderia acabar com tudo em apenas uma denúncia à polícia.

Hyunjin havia ficado com tanto ódio que planejava acabar com Minho, mas pobre garoto, ele não sabia com quem estava se metendo de verdade. Ele achava que tudo aquilo que Minho fazia era apenas para exercer poder e manipular as pessoas com seus jogos doentios. Mas, Minho não estava ali de brincadeira.

Certa vez, Hyunjin armou uma armadilha para Minho, pensando que o mesmo iria cair. Minho já sabia de tudo. Minho sempre sabia de tudo.

Assim que Minho chegara ao local, ele apenas esperava paciente pelo o que viria a seguir. Ele pôde escutar passos atrás de si, então logo se virou, vendo Hyunjin. Antes que pudesse dizer algo, foi atingido por um objeto afiado, soltando um grunhido de dor.

- Você deveria conhecer os pontos fatais do corpo humano. - Minho dizia levantando a cabeça e olhando nos olhos de Hyunjin com um sorriso medonho. Logo, Minho começara a rir, ele dava gargalhadas e não parava um segundo sequer. Hyunjin se afastava do mais velho com medo. Hyunjin, assustado, não sabia mais o que fazer.

- O que foi, Hyunjin? Por que faz essa cara? Vamos! Ria comigo! Não é um tanto engraçado? - Minho dizia ainda dando gargalhadas, enquanto retirava a alabarda fincada dentro de si e a jogava no chão. Hyunjin continuava estático olhando para Minho.

- Hyunjin, não seja ignorante... - Minho dizia se aproximando do maior com o mesmo sorriso medonho de antes. Ele não parava de sorrir.

- Eu sempre soube que você seria um fracasso. Mas, que pena que eu não posso brincar com você. Meu irmão nunca me perdoaria. - contava Minho se aproximando cada vez mais de Hyunjin que agora já se encontrava encostado na parede. Minho o olhava nos olhos e já não ria mais, ele apenas o encarava sério e profundamente, enquanto alisava o rosto do garoto, fazendo ali um carinho. Hyunjin estava tremendo.

- Entenda, Hyunjin... O que eu faço não é uma simples brincadeira. O que eu faço é arte, e eu sempre dou tudo de mim. E você sabe que nós temos regras e se você não segui-las, pode ser pior para você. Entendeu, querido? - Minho o lembrou ainda acariciando o rosto de Hyunjin ao mesmo tempo que o olhava nos olhos.

- Você não me conhece, Hyunjin... Não sabe nem a metade do que sou. Eu te aconselho a se preocupar apenas em fazer meu irmão feliz. Talvez eu precise de você para algumas coisas, mas não precisa se preocupar. Eu sempre cuido dos meus. - Minho olhava tão profundamente para o mais novo que ele achava que poderia ser queimado com apenas um olhar.

- Você não tem nada a dizer sobre isso? - Minho começava a sorrir novamente e olhava pra baixo, indicando a perfuração que Hyunjin havia feito.

- Me desculpe, Minho, não acontecerá de novo. - Hyunjin dizia com a voz trêmula, quase chorando.

- Bom garoto...

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Minho foi tirado de seus pensamentos assim que chegou à porta de seu consultório. Lá estava Baekhyun, o esperando para resolverem alguns assuntos pendentes. Então logo entraram na clínica odontológica para tratarem de seus assuntos.

[...]

Já se passava das duas da tarde e nenhum sinal de vida de Changbin. Minho estava começando a ficar preocupado. Estava em seu quarto na pensão, sentado em uma poltrona, enquanto lia um livro que tinha pego emprestado de Jisung assim que se conheceram - se ele pode dizer assim.

Onde Changbin poderia estar? Já haviam dois dias do sumiço de Changbin, realmente era de se preocupar. Ele chegou a conclusão de que o mais novo teria voltado para casa, mas isso era impossível, Changbin não faria uma coisa dessas nessa altura do campeonato. Ou será que aquele velho metido a besta o teria levado à força? Não, não podia ser aquilo. Minho pensava alto demais, ele viajava.

Para esfriar a cabeça, ele decidiu sair. Ele sabia que Jisung não estava na pensão, pois já tinha checado tudo. Então, avisou à sra. Kim e logo saiu. Pediu para que a mesma desse uma olhada nos andares de cima para ver como as coisas andavam por lá e também pediu para que visse o que os incompetentes estavam fazendo.

Minho caminhava pelas ruas sem rumo. Queria apenas sentir o vento frio vindo das montanhas que cercavam a cidade. Mesmo sendo aproximadamente 15h, o sol estava bastante fraco e o vento que vinha era fresco. Minho adorava aquele clima.

Enquanto se aproximava de um bosque no centro de Seoul, viu algo um tanto inesperado. Logo, não perdeu a oportunidade e começou a seguir o casal.