Capítulo 37

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Jisung estava caminhando lentamente pelos corredores da pensão; ele não estava com pressa. Na verdade, estava tranquilo. Muito tranquilo. Jisung estava muito machucado e mal conseguia andar, a sua respiração estava pesada e a sua mente cheia de pensamentos novos para si.

Ele olhava fixamente para à sua frente, enquanto caminhava em direção ao terraço. Em sua mão direita havia uma faca pequena, contudo, bastante afiada; e em seu pulso, uma pulseira feita a mão. Jisung havia achado aquela pulseira uma graça, já que estava muito bem feita; ele nem ligava mais para o fato de que os dentes foram arrancados de sua suposta namorada. Ele tinha amado o presente que Minho o dera.

Assim que Jisung chegou ao terraço, pôde ver Seungmin de costas para si, observando a paisagem da madrugada serena. Seungmin demorou a perceber a presença do garoto ali, mas logo que percebeu, se virou e disse:

- O que você quer? Onde está o Minho? Por acaso ele te mand... - se Seungmin fosse falar mais alguma coisa, não teria como saber o que ele diria, pois Jisung havia esfaqueado o mais velho ali diversas vezes sem que o homem podesse reagir. De fato, Jisung conseguia ser muito rápido.

Quando Jisung teve certeza de que Seungmin estava morto, foi em direção à recepção. Jisung estava apático e não sabia o que sentir, apenas cumpria o pedido de Minho sem sequer hesitar ou ter pena de alguém, mas de qualquer forma, aquelas pessoas não mereciam a sua pena. Na verdade, Jisung sempre quis fazer isso; essas pessoas o davam dor de cabeça e o deixavam louco.

A mulher havia tomado um susto quando percebeu o rapaz parado atrás de si; ficou encarando-o por um tempo, tentando entender o olhar do moço. A senhora Kim, depois de alguns segundos, havia ignorado totalmente o estado de Jisung e quando percebeu o que o garoto queria, ela logo começou a rir, mas rir muito alto.

- Você vai me matar? Você acha que consegue? - a senhora ria tão alto que era possível se ouvir de toda a pensão.

- ... - Jisung apenas a encarava com a expressão apática e tediosa de sempre e quando a mulher menos esperava, Jisung a empurrou contra a parede, assim, batendo a cabeça da mulher incansavelmente na mesma. Em questão de minutos a mulher já estava inconsciente, então Jisung terminara de matar a senhora.

Agora, faltava apenas um: Chanyeol. Contudo, Jisung não estava mais com uma simples faca na mão, agora ele continha um machado. Ele havia o encontrado na recepção, escondido atrás da porta.

Jisung estava sedento; ele queria acabar logo com aquilo e queria matar todos aqueles filhos da puta de uma vez por todas. E, claro, ele também desejava matar Minho.

Jisung deu duas batidas na porta e assim que Chanyeol abriu a mesma, recebeu uma machadada certeira na cabeça. O garoto observa o sangue escorrer pelo rosto de Chanyeol e, sem perceber, deu um mínino sorriso de satisfação. Pela primeira vez na vida ele estava realmente satisfeito com algo que tinha feito; ele se sentia vivo.

Jisung não pensou duas vezes e foi atrás de Minho, que provavelmente estaria esperando-o no andar de cima. Ele só tinha algo em mente: matar Minho. Se ele não matasse aquele homem, com certeza iria enlouquecer de vez. Mas, mal sabia Jisung, que ele já havia enlouquecido há muito tempo.

- Agora você quer me matar, certo? - assim que Jisung chegou ao terceiro andar, ele pôde ouvir a voz de Minho vindo de um quarto próximo a si. Jisung não exitou e entrou no quarto, contudo, Minho não estava lá. Porém, ele ainda ouvia a voz do maior dizendo: - Venha, Jisung, mate-me! Eu não vou ficar frustrado se não conseguir. - Jisung tentava procurar Minho por aquele enorme conjunto de apartamentos; estava tudo escuro e era realmente uma tarefa difícil. - O que houve? O gato comeu a sua língua? - Minho começa a rir loucamente fazendo Jisung tremer. - Como foi matar todos? Qual foi a sensação? Você é um grande hipócrita, sabia, Jisung? Vai, me fala! Como foi enfiar um machado na cabeça de alguém? Me diga! - Minho falava e Jisung ficava cada vez mais desesperado e, caindo em si percebeu, tudo que havia feito. Mas ele não conseguia aceitar, de jeito nenhum.

- Eu não fiz nada! Não foi eu que os matei! Foi você, seu desgraçado! Eu nunca faria uma coisa dessas! Não fui eu, foi você! - Jisung estava entrando em pânico, ele realmente estava maluco.

- Solte o machado, querido. - Minho apareceu ao campo de visão de Jisung. Ele se aproximava do menor em passos calmos e lentos; sua voz era muito suave e gostosa de ouvir, como um anjo perfeito. Jisung ficara hipnotizado.
- Eu não vou te machucar, amor. Apenas quero o seu bem. Você pode confiar em mim? - Minho já estava muito perto de Jisung. O menor já tinha deixado o machado cair no chão e Minho se aproximava mais e mais. Quando Minho já estava perto o suficiente, encostou seus lábios no ouvido alheio, dizendo: - Não tenha medo. Eu estou com você. Não deixarei ninguém lhe fazer mal algum. Você me pertence desde o dia em que pisou nesta pensão, entendeu? - Jisung estava totalmente desnorteado e apático, como se estivesse em transe. Ele não sabia o que fazer.

Minho encarava o garoto à sua frente; ele queria tanto beijá-lo, mas controlou sua vontade e apenas o abraçou, com um abraço bem apertado.

- Por que eu não consigo te odiar? - Jisung dizia em lágrimas.

- Sshh! Apenas fique quietinho e aproveite o abraço. - Minho, que se pronunciou desta vez, não esperava o que vinha a seguir. - Oh! Sério? Você deveria ao menos ter acertado um local realmente fatal... Ninguém nunca conseguiu me matar, então, não é agora que vai acontecer. - Minho dizia após ter levado uma facada na barriga, dada por ninguém mais, ninguém menos que Jisung.

- Por que você simplesmente não morre de uma vez?! - Jisung dizia enquanto retirava e fincava, novamente, a faca em Minho.

- Realmente, Jisung, realmente... - Minho dizia já indo ao chão. Suas forças haviam ido embora após a quarta facada.

- Realmente o quê? - praticamente, gritou furioso.

- V-Você é a melhor obra de arte que eu já criei... - Minho dizia com certa dificuldade e com um sorriso no rosto.

- Vá pro inferno, seu idiota imbecil! - Jisung disse, furioso, e logo se retirou do local, secando seu rosto.

Jisung nem havia se lembrado da sua namorada. Ele só queria ir embora daquele lugar de um vez por todas. Assim que colocou os pés no piso do primeiro andar, ouviu barulhos de sirene.

- Aah... Graças a Deus! - foi o que Jisung disse, em estado de total exaustão, logo percebendo que o sol nascia.

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