Capítulo 19

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JISUNG'S POINT OF VIEW.

Sinceramente? Eu não faço a menor ideia do que ainda estou fazendo nesse muquifo. Eu queria sair daqui o mais rápido possível, mas não tem como; a única coisa que eu posso fazer é sentar e esperar que tudo isso seja apenas coisa da minha cabeça.

"Se acalme, Jisung... Logo, logo você sai deste inferno." Pensava, achando que tudo iria melhorar num piscar de olhos.

O dia tinha sido puxado, aquela segunda-feira havia me matado de um forma inexplicável. Aqueles idiotas do meu trabalho enchendo a porra do meu saco. Não paravam de falar de mim.
Eu não conseguia ter um dia sequer de paz nessa merda de vida. Inferno!

"Jisung, você deveria voltar para o colégio se não consegue fazer isso. Você precisa de aulas.", "Você realmente é um inexperiente.", "Por que o chefe te contratou, afinal? Aish..." Eu me lembrava do que aqueles bocós falavam. Aquelas palavras não saiam da minha mente e era realmente frustante.

- Que merda de vida! - gritava internamente. Não queria correr o risco de que alguém me ouvisse - e claro que esse alguém era Minho. Aquele cara me dava calafrios.

"O que há de errado com aquele cara? Por que ele insiste em me procurar sempre?" Pensava eu, tentando entender qual era a daquele cara estranho.

"Será que ele é o Minho? Mas, tipo, o Minho mesmo? O Minho que eu conheci há dez anos? Será? Eu só posso estar louco..." Eu já estava me afogando em meus próprios pensamentos. Eu não conseguia acreditar naquilo. Poderia ser mesmo Minho? Aquele ser doce e carismático que conheci há anos? Impossível.

Eles são parecidos, mas não é pra tanto (ou é?). Eu realmente não sei o que fazer! Aqueles fios escuros de cabelo e seu olhar profundo não saíam da minha cabeça, me atormentava até em sonhos. Ele está me deixando louco! Tenho muito medo dele, aliás, ele é assustador. Não consigo entender o porquê dele ser assim. Não vou mentir, tenho muita curiosidade de descobrir o porquê, porém, a coragem é o que me falta.

[...]

Já se passavam das 22h; e eu estava novamente com a sensação de estar sendo observado. Aquilo era, no mínimo, perturbador. Mas eu não ligava, pois com um tempo você acaba se acostumando a sentir e aturar certas coisas. Às vezes não tinha o que se fazer a respeito.

Na verdade, eu já não ligava para mais nada ultimamente. Minha namorada me ligou essa tarde e pediu para que nós fossemos jantar à noite, mas não estava com saco para isso, então, recusei. Claro, ela virou uma fera, mas mantive minha palavra de não ir. Sabia que era puro drama. Aliás, quando era eu o que fazia o drama, ela nem sequer ouvia o que eu falava; agora, ela que se lasque, não vou mais tolerar gente aproveitadora.

No momento em que estava organizando minha cama para dormir, ouvi um barulho; de primeira, não quis saber e apenas ignorei, mas o barulho persistiu. Então, como o curioso nato que sou, resolvi dar uma espiada.

Assim que abri a porta do quarto, coloquei apenas a cabeça para fora, olhando para os lados. Quando me dei conta de que não havia ninguém, sai do quarto fechando a porta atrás de mim, lentamente, para não fazer barulho. Os barulhos continuaram e, quanto mais me aproximava do fim do corredor, os barulhos ficavam cada vez mais altos.

Assim que cheguei ao fim do corredor e comecei a subir as escadas, uma pessoa praticamente pulou em cima de mim me dando um susto.

- Filho da mãe! - esbravejei com raiva. Que susto do caralho aquele patife tinha me dado.

- Você não deveria estar aqui, muito menos a essa hora. O senhor Lee não vai gostar nada disso. - contou o garoto, dando risadas como em um sussurro muito estranho.

- Não há nada pra ver lá em cima. Ninguém mora lá por causa do incêndio. - o garoto dizia ainda rindo. Ele era estranho.

- Seu nome é Seungmin, certo? - perguntei ao garoto à minha frente.

- Sim. Sou o Seungmin. - o garoto me respondia com risadas.

- Que incêndio foi esse, Seungmin? - tentava tirar algo do garoto ali.

- Não é permitido falar sobre isso aqui. Me desculpe, senhor Han. - falava o garoto enquanto saia correndo dali me deixando para trás.

- Como ele sabe o meu sobrenome? - eu realmente estava sem reação. - É... Talvez seja porque ele é filho da recepcionista... - conclui dando de ombros e me virando para andar.

Assim que estava caminhando em direção ao quarto, pude ouvir passos atrás de mim. Sempre que me virava para ver se havia alguém, não via nada. Já estava começando a soar frio, então comecei a acelerar os passos, mas mesmo assim continuava a ouvir os passos na mesma velocidade que eu corria e eles ficavam mais altos.

Quando já estava dentro do meu quarto, pude respirar novamente. Eu estava suando e com a respiração apressada. Com certeza tinha alguém atrás de mim, não era coisa da minha cabeça.

Assim que me acalmei, resolvi deitar para dormir, aliás, era isso que ia fazer há minutos atrás. Quando me deitei, logo adormeci. Por ter o sono muito leve, ouvi coisas que eu não conseguia discernir se eram reais ou não.

- Devo matá-lo? Devo matá-lo ou não? - podia ouvir murmúrios vindos do outro lado da porta, mas não sabia dizer se estava acordado, sonhando ou delirando.

- Amor? Acorde, Amor... Você está se sentindo bem? Amor, como quer que eu te mate? Você pode escolher se quiser.
Eu faço qualquer coisa que você quiser... - realmente eu estava delirando. Estava ouvindo vozes, e não conseguia entender muito bem. Eu estaria sonhando? Eu realmente não conseguia discernir.

Espero que tudo isso tenha sido apenas um pesadelo.

Assim espero...




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