.23/11. Totalmente apreensivo.

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  Os últimos dias não tem sido muito fácil, eu não consigo parar de pensar no que aconteceu no dia do jantar. Isso vem me perturbando bastante, acho que todos notaram que eu estou agindo diferente, Yuri não ficou me fazendo perguntas, mas sempre que eu estava quieto ela tentava me animar.
  "Com aquele sorriso fofo, não era muito difícil."
  Hoje decidimos ficar um pouco no parque, o frio não está tão ruim, todos rindo e brincando, menos eu, perdido entre as nuvens.
  Yuri, que estava sentada ao meu lado, se lanvantou bruscamente e me puxou pelo braço, e me arrastou para uma ponte que cortava o lago.
  -Kotaro, olha para mim agora. O que você tem?
  -Eu estou bem. Não precisa se preocupar.
  -Não, você não está bem.
  -Sim, eu est-
  -VOCÊ NÃO ESTÁ, eu te conheço a muitos anos, estamos namorando a mais de sete meses, sete meses na mesma turma, acha mesmo que eu não notaria que você está diferente?
  -Eu... Eu...
  -Se você tem alguma coisa a dizer, diga logo.
  Ela estava enfurecida, mas estava no seu próprio limite emocional. Comecei a perceber que sempre que eu dizia estar bem, eu estava machucando ela também.
  -Me desculpe.
Me ajoelhei na frente dela, meu psicológico estava tão abalado que perdi todos os sentidos.
-O que aconteceu? Você está assim desde o jantar. Por que?
-Vou te contar.
Eu explique tudo, mesmo me sentindo mal, eu tinha que dizer, não posso perder ela. Não agora. Não por causa da Mizuni.
-E foi isso o que aconteceu.
-Mas por que?... Por que você não contou nada?
-Eu não sei, acho que se eu não falasse nada, eu estava te protegendo, mas...
-Mas?
-Mas eu fui egoísta, eu quis proteger a mim mesmo.
-Não, eu entendo você.
-Por que? Eu te fiz ficar triste porque eu fui egoísta, eu sou insuficiente, você é uma das pessoas mais importantes da minha vida. E o que eu faço? Escondo de você.
-Kotaro, pode parar. Eu não vou mais ficar triste. Olhe para mim.
Eu estava completamente fora de mim, essa foi uma das piores crises que eu já tive, se não a pior. Ela me puxou pelo braço e me levantou.
-Levanta o braço assim.
Eu imitei ela.
-Assim?
-Sim.
Ela me abraçou, mas não foi um abraço normal, foi um abraço super reconfortante. Aquela cena, aquele lugar.
-Me desculpa?
-Já desculpei, mas quero que você me prometa uma coisa?
-O que?
-Vai me contar tudo, tudo o que acontecer. Essa promessa vale para nós dois. Promete?
-Sim, de coração.
-De coração.
Ela me empurrou, e puxou minha gravata e me beijou. Ela nunca foi tão ousada.
-Já que prometi não esconder nada, vou te contar o porquê de eu não gostar da Mizuni desde o fundamental.
-Espera. Que tal, vamos para a minha casa, você descansa um pouco, comemos algo e depois a gente conversa sobre isso?
-Okay.
A gente voltou onde estava o grupo, todos um poucos assustados. A Yuri só me saiu puxando sem falar nada. Eles ficaram nos olhando.
-Errr... O que aconteceu?
-Nada, eu tinha que conversar seriamente com o Kotaro. Eu estava tão nervosa que me precipitei e não pensei em nada.
-Entendo, mas... Vocês brigaram?
Hiragi estava preocupada, como sempre.
-Não, não foi isso, Vocês perceberam que eu estava meio...
-Estranho? Sim hahaha.
Tatsuki e Takeru gargalharam.
-Parem vocês dois. Aconteceu uma coisa, acho que o Kotaro não vai falar nad-
-Pensando bem, não vou esconder mais nada de ninguém.
Depois de explicar a história para todos...
-Mizuni Fez O QUE?
-Calma Tatsuki.
-Minha tia vai ficar sabendo disso hoje.
-Tatsuki, senta. Eu fiquei muito abalado com isso, mas Yuri está comigo, e sei que vocês também estão.
-Sim, Kotaro.
Hiragi sorriu e me abraçou.
-Estamos juntos a mais de um ano, não posso dizer que me preocupo com você Kotaro.
-Takeru, o lado mais obscuro do grupo.
Hiragi pulou em cima dele, abraçando, quase o derrubando.
Depois de algumas risadas, todos se despediram.
Eu segui meu caminho com a Yuri, tenho que contar sobre meu passado para uma pessoa que mudou meu futuro.
-Viu só, conversar com todos te deixa bem melhor do que guardar tudo para você. Seu bobo.
-Você sempre tem razão. Eu tinha medo, você é minha luz.
-Não só eu mudei você, você me ajudou a mudar também. Eu agradeço tudo o que você fez por mim. Kotar-
Devolvi o beijo inesperado da ponte.
-Kotaro, você tem que parar de fazer isso. Ui haha...
-Você fez primeiro. Na ponte.
-Verdade. Okay então, estamos quites?
-Sim. Hey, olha!
-Hã? O que?
-Sua mãe e seu pai saindo do mercado.
-Nossa, verdade.
Atravessamos a rua para acompanhá-los.
-Boa tarde, Chihiro-san, Misuki-san.
-Oi mamãe e papai.
-Ah, Kotaro, Como vai?
Chihiro, me comprimentou com um sorriso caloroso.
-Haaa, Kotaro, como vai.
Misuki colocou seu braço nos meus ombros.
-Vou bem.
-Ah, Kotaro, está com os olhos um pouco inchados? Estava chorando.
-Aconteceu uma coisa, acabei chorando enquanto conversava com a Yuri.
-Foi alguma coisa ruim? Algum problema na família?
-Felizmente não.
-Ainda bem, né. Misuki também é um pouco emocional.
-Um pouco mamãe? Papai chora assistindo filme hahaha.
-Hey, não me tratem como criança. Está vendo Kotaro? Não se pode ser emotivo.
-Não se preocupe Misuki, meu pai também é assim, acho que é por causa disso que sou muito sentimentalista.
-Você sempre está sorridente, mas nos últimos dias, minha filha disse que estava triste.
-Yuri se preocupa com você. Acho que mais do que se preocupa comigo.
-Nossa Misuki, para de brincadeira.
-Está bem.
Estava rodeado de pessoas sorridentes, no meu passado nem o sol brilhava tanto quanto eu vejo ele brilhar agora. Por isso minha paixão pelo brilho das estrelas surgiu, passava a noite olhando o céu estrelado, com brilhos cintilantes.
Quando chegamos, Kosen, que a muito tempo eu não brincava, me lambeu e correu pelo quintal como um pequeno raio no céu. Todos entrámos, Yuri me puxou diretamente para o quarto dela.
"Eu fiquei sem graça... O que os pais dela pensariam de nós dois."
-Bem, antes de nós começarmos, você vai tomar banho. Eu te empresto uma roupa do meu pai.
-Tudo bem.
"Ela estava mesmo disposta a ouvir minha história com a Mizuni no fundamental."
-Eu espero você terminar, acho que vou comer alguma coisa. Pode deixar, que guardo para você.
-Calma, você está muito apressada.
-Desculpa Kotaro, é que essa história está me matando de ansiedade.
Tomei um banho relaxante, ela me deu algumas coisas para comer. Depois de uma hora, eu finalmente decidi começar a contar meu passado.

Memorias do Colegial: Nakamura KotaroOnde histórias criam vida. Descubra agora