sand • 33

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[are•ia
substantivo feminino
1.
massa constituída de grânulos resultantes da desagregação de rochas siliciosas, graníticas ou argilosas e que se acumulam no leito dos rios e mares, nas praias etc.]

zayn malik point of view

Eu me sentia um tolo, completamente tolo para ser mais sincero. Qual a probabilidade? Isso poderia significar qualquer coisa, eu posso ter interpretado errado. Como sou tolo. Quando Louis me disse que ela nunca esqueceria as estrelas do verão, eu achei estranho. Quem de fato esquece as estrelas? E porque especificamente as do verão? Por que isso era um recado justamente para mim?

Demorou mais de meia hora para que eu pudesse ligar uma coisa a outra. É claro que o verão havia acabado, eu tinha passado meu verão todo ao lado dela, vendo as estrelas no nosso lugar secreto. Não era sobre as estrelas, ou sobre o verão que passamos juntos, era sobre o lugar. Mas ela ainda partiria, ela havia recusado trabalhar comigo e com Louis. Eu não sei se podia mudar isso.

Enquanto dirigia eu esperava ter interpretado bem sua mensagem, se estivesse certo ela estaria me esperando nas colinas para dizer adeus. Deus como eu queria estar errado sobre o adeus, como eu queria apenas dizer sobre tudo o que pensei nesses últimos meses e então que tudo ficasse bem, finalmente. Mas ainda era Gigi, eu não sabia o que esperar, nem mesmo se eu estava certo.

Talvez minha ansiedade tenha me levado ao meu destino um pouco cedo demais, eu estava sozinho nas colinas. O mais estranho de voltar aqui é estar aqui sem ela, o que costumava ser algo privado meu agora é nosso, e eu acabei me sentindo assim sobre todas as coisas no final desses dias longe dela. Não havia nada que não me lembrasse dela, ou daquela situação.

O frio fazia os ossos do meu braço latejar, eu nunca tinha levado um tiro antes, nem mesmo de raspão. Minha cicatrização ia bem, meu osso não quebrou, apenas sofreu um desgaste. Os analgésicos me afastaram do álcool, mas eu havia me aproximado da maconha de novo. Bati minha mão na calça a procura do seu isqueiro para acender o baseado, seria uma noite longa. Eu sabia que ela não ligaria, deixei meu celular desligado, não queria que fossemos atrapalhados.

Conforme eu tragava, sentia meu corpo relaxar e aos poucos a ansiedade foi me deixando. Eu já estava bem calmo quando escutei um carro se aproximando, eu estava no capô do meu carro parado, apenas esperando que ela se juntasse a mim. Não olhei na direção do carro, eu já sabia que era ela.

- Você veio - ouvi sua voz surpresa ainda um pouco distante de mim. Olhei em sua direção por um segundo, ela estava linda, voltei meu olhar as estrelas.

- Demorei um pouco para entender, mas eu estou aqui. - Apontei para mim mesmo num ato de demonstração bem tosco.

- Obrigada por vir. - Olhei de novo para ela, um sorriso meio amarelo e uma postura insegura.

- Pode subir aqui, eu não mordo. - Disse enquanto batia levemente no capô do carro. Ela deu uma risada leve, quase um suspiro, e então se juntou ao medo direito.

- Discutível. - Seu tom era bem baixo, na esperança de que talvez eu não escutasse. Eu a morderia apenas se ela pedisse.

- Você quer discutir? - Era uma pergunta ousada, mas não me levaria a lugar nenhum. Ainda era estranho, apesar de ser um clima não tão tenso, nosso último encontro ainda me assombrava.

- Não sobre isso. - Ela olhou para o céu que eu tanto encarava antes, e eu fiz o mesmo. Contato visual não iria nos ajudar agora, parece covardia, mas todo mundo é um pouco covarde às vezes.

- Sobre o que? - Achei melhor tentar ir ao ponto de uma vez, quem sabe doeria menos.

- Não sei bem, acho que eu queria descobrir se você ainda iria querer me ver, antes de querer de fato discutir alguma coisa. - Sua voz era cuidadosa, defensiva e delicada. Eu respirei fundo, para mim era óbvio.

War Zone • Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora