love - 34

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[ a-mor

substantivo masculino

5. afeição baseada em admiração, benevolência ou interesses comuns; forte amizade]

gigi hadid point of view

Mais um dia nasceu no Bethlem Royal Hospital, seria um dia normal se não fosse pela minha alta, era o meu último dia nesse hospital psiquiátrico. Eu não havia dormido nada, fiquei a noite toda encarando minhas malas, esse lugar foi a minha casa nesses últimos seis meses, tenho medo de não conseguir me adaptar fora dele. Apesar de ter sido uma decisão difícil, deixar Londres e ir até Beckenham foi a melhor coisa que eu poderia ter feito pela minha saúde mental.

Foi preciso uma grande conversa com a minha mãe, assim que deixei Zayn nas montanhas eu fui para a casa dos meus pais. Três dias foram o suficiente para eu perceber que eu não conseguiria, o fantasma de Bella não me deixava em paz, toda culpa e dor me assombravam. Minha mãe preferia que eu fosse para alguma clínica chique nos Estados Unidos, meu irmão achava que apenas um acompanhamento semanal numa psicóloga seria o suficiente, mas meu pai me apoiou sobre o Bethlem.

Soava mal dizer que sua filha estava internada no Bethlem, o lugar não tinha um histórico muito bom, mas era melhor do que dizer que sua filha está trabalhando para o tráfico londrino. Mas nada era ruim aqui na verdade, havia muito dinheiro envolvido já que meu pai decidiu que ele pagaria por todo o tratamento. Eu tinha um quarto só para mim, a comida não era ruim e o lugar não é feio. O frio o deixava um pouco assustador, mas ainda era melhor do que a realidade fria do quarto que eu dormia na casa dos meus pais.

Tem muitas pessoas aqui, pessoas com problemas de verdade, não que o meu vício em drogas não seja um problema de verdade, mas ver outras realidades abre sua mente. Eram histórias tão tristes quanto a minha, mulheres tão fortes quanto eu, mais forte que eu na verdade. Mas ver o sofrimento de alguém não deixava nada mais fácil, longe disso, meu tratamento foi dolorido, nada se compara a crise de abstinência. Foi uma semana impossível, seguida de dias difíceis e horas tediosas. Eu pensava em fugir às vezes, mas apenas em pensar que eu teria que passar por todo o início do tratamento de novo me fazia desistir desse tipo de ideia.

Por mais incrível que pareça, fiz boas amigas aqui e aprendi coisas que vou levar para vida. Os melhores dias eram os dias de visita, ver minha mãe, meu irmão e meu pai colocava um sorriso no meu rosto que durava quase dois dias. Às vezes eles traziam alguma coisa diferente para que eu pudesse comer, alguma carta de amigos e parentes, pequenas coisas que me faziam sorrir. Eu estava conseguindo superar, seguir em frente, aprendendo a viver por mim mesma pela primeira vez na vida. Mas eu ainda pensava nele, e me perguntava se ele pensava em mim também.

Convenci minha mãe a reformar os quartos da casa, incluindo o de Bella, que segundo ela viraria um estúdio, para mim, já que aqui eu tive tempo livre para voltar a fazer meus desenhos. Eu não estava apenas me curando, mas eu estava ajudando a curar todos à minha volta também. Louis veio me visitar algumas vezes nesses seis meses, eu não dizia nada sobre Zayn, mas dizia que o cartel ia bem, que talvez vendesse ele. Não era uma vida fácil, ter a família tem perigo constantemente era uma pressão que eu sabia que ele não sabia lidar por muito tempo. Seria Zayn um comprador em potencial?

Eu pensei bem sobre o que eu faria assim que saísse daqui, viveria um pouco na casa dos meus pais até eu ter um emprego legal e então começaria a construir minha vida novamente. Me aproximar de pessoas ligadas ao crime foi o que tirou minha irmã de mim, foi graças a minha amizade com Louis que um maníaco conheceu Bella. Eu manteria a maior distância que eu pudesse de tudo isso, eu merecia uma vida calma e tranquila depois de tudo isso, filhos talvez, quem sabe.

War Zone • Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora