INNOCENT - SÉRIE DEUSAS DO OLIMPO 1

capítulo 2

Você não faz ideia de que é minha obsessão?
Sonhei com você quase todas as noites essa semana
Quantos segredos você consegue guardar?
Porque existe essa música que encontrei
Que me faz pensar em você de alguma forma
E eu a coloco para repetir
Até eu pegar no sono.

Artic  Monkeys / Do I Wanna Know

Angelita Guerra

Sábado, o dia estava sombrio para combinar com os meus pensamentos em Red River.

Tinha passado uma semana que vi aquele garoto e ele não saía da minha cabeça. Eu tentava tirar ele dos meus pensamentos a todo custo, mas até nos meus sonhos ele estava me perseguindo com aquela boca e aqueles olhos perfeitos.

Os sonhos eram tão reais e quentes, era como se eu pudesse tocar e sentir seu cheiro de verdade. Eu só podia estar enlouquecendo mesmo, esse meu desejo por aquele pianista gostoso estava me matando.

E eu só vi ele de longe, imagine se tivesse chegado perto ou tocado nele. Mesmo que eu tentasse evitar pensar nele, quando vai já estava pensando no seu sorriso gentil e caloroso.

Já ouviu aquele termo "subindo pelas paredes", com certeza está me descrevendo perfeitamente.

Que porra está acontecendo comigo?

Nunca fiquei pensando em homem desse jeito, nem tenho tempo, paciência, muito menos disposição.

Que raiva!

Hoje é sábado, dia de ir para festas e ficar bêbada , vou arrancar ele uma vez por todas da minha cabeça. Me arrumei para sair em uma noitada que promete muito. Visto um vestido tubinho vermelho cereja seu comprimento vai até a metade das colchas, faço uma maquiagem simples com um delineado e rímel, nos meus lábios passo um gloss. Com meus cabelos faço suaves ondas, que caem em cascatas pelas minhas costas, por último coloco um salto preto.

Dei uma última olhada no espelho, mandei beijinhos para o meu reflexo. Puta merda...estou muito gata .

Sai do meu quarto, quando dei meus primeiros passos na sala encontrei minha mãe sentada no sofá com um roupão azul em sua mão direita está o controle da tv, logo que ela percebe minha presença faz uma cara feia de repulsa. Fingi que não vejo e continuei andando para a porta de saída em passos largos.

A gente nunca se falava, ela só vinha até mim quando queria me xingar ou algo desse tipo. Já estava acostumada a ser ignorada, não faz mais diferença, não é algo que eu possa mudar, só aceitar.

A gente não pode escolher a família que tem.

Chamei um táxi com o meu celular e fiquei esperando na frente de casa. Chegou um carro branco , eu entrei rapidamente no veículo, um homem loiro, de olhos castanhos escuros que aparentava ter 30 anos, com uma aliança de casamento ficou me cantando o caminho inteiro. Quando vou sair me abaixo e apoio meus braços na janela do motorista, observei surgir um sorriso presunçoso no seu rosto.

— Se enxerga seu velho barrigudo — fiz uma expressão de arrogância e minha voz saiu cortante — Ah, manda uma beijo para sua esposa, fala para ela que admiro por aguentar ficar com uma pessoa como você seu nojento.

Vi sua boca fazer um "o" de surpresa, não esperei resposta, comecei a caminhar para encontrar a galera da faculdade em uma festa que está rolando essa noite. Olho a fachada de uma mansão, peguei um cigarro encaixando entre meus dentes e acendi. Observei os detalhes arquitetônicos com janelas grandes que vão do chão até o teto deixando com um ar bem moderno, entrei pela porta da frente. Fitei a festa como sempre está rolando droga, bebida, muita putaria.