capítulo 20

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Você nunca pode dizer nunca
Ainda não sabemos quando
De novo, de novo e de novo
Mais jovens do que éramos antes
Não me deixe ir
Nós estamos nos separando
E ficando juntos novamente e novamente
Nós estamos distanciando um do outro
Mas nós nos mantemos juntos
Nos mantemos juntos, juntos de novo
Never Say Never | The Fray

Jackson Miller

Sábado, as coisas não estão saindo como o desejado em Red River.

Desci as escadas correndo e fui atrás da Julia. Não podia magoar ela, a gente se conhece desde que éramos pequenos, sempre ajudamos um ao outro. Quando ela estava na adolescência seus pais se separaram, foi bem difícil essa fase da sua vida. Quando chegava as férias e todo mundo ia embora do colégio e eu ficava praticamente sozinho naquele lugar gigante ela e os meninos me faziam companhia para eu não me sentir triste ou abandonado. Ela também era minha família.

Quando alcancei ela já estava no meio da rua, quando me viu me olhou magoada e com raiva. Só quero que fique tudo bem, e que a nossa amizade seja como era na nossa infância.

— Julia...Deixa eu explicar — falei apressadamente — Eu sei que estou errado, mas não vou ser mais padre. Eu amo a Angel com todo meu coração e vou desistir por ela.

— Jackson você é tão inocente e não vê que ela está apenas te usando, depois que você ficar chato ela vai te largar — fez uma pausa segurando minhas mãos e levando para o seu rosto — Você não precisa se tornar padre, tem tantas meninas boas por aí querendo você de verdade.

— Não...Não, não. Se não for com a Angel, não vai ser com mais ninguém. Se a gente não ficar juntos, vou me tornar padre e me afundar em uma igreja — exclamei nervoso, me afastando dela. A expressão da Julia se tornou pura raiva, nunca vi ela desse jeito.

— Calma...Deixa eu pensar, amanhã eu volto e você me explica tudo — disse olhando e segurando minha mão de novo — Precisamos estar calmos e quero digerir tudo o que aconteceu hoje. Você pode me levar para casa?

— Posso — falei e fomos para meu carro. O caminho inteiro para sua casa ficamos em silêncio, eu queria ir o mais rápido para voltar logo para minha casa. Não queria ter deixado a Angel sozinha.

Fiquei tão aflito que não entendi o que ela me disse na hora, só agora que pude refletir, entendi o que ela tinha me dito. Meu Deus...Eu sou um idiota, não escolhi ninguém, mas naquele momento a Julia precisava mais de mim. Só espero que ela ainda esteja em casa, pra gente resolver o mal entendido e ficarmos bem.

Quando deixei a Julia em casa, fui correndo para minha casa. Quando cheguei lá não encontrei a Angel em lugar nenhum, sua gaveta estava aberta sem nenhuma peça de roupa, o quadro que ela estava pintando está todo quebrado e destruído no chão. Parece que passou um furacão por aqui.

Cristo...O que eu vou fazer agora. Angel deve estar muito brava.

Comecei a ligar para ela sem parar, as ligações só chamavam e não eram atendidas, depois de um tempo começaram a cair na caixa postal. Vou deixar ela se acalmar um pouco e vou tentar ligar de novo. Preciso relaxar também, quanto espero, fui limpar a casa assim o tempo passa mais rápido e consigo controlar a ansiedade.

Depois de ter limpado a casa inteira, minha ansiedade parece só aumentar enquanto as horas vão passando. Preciso encontrar Angel, ainda hoje. Fiquei tentando ligar para ela o resto do dia e nada, preciso saber dela. Liguei para Carla, que me atendeu na segunda chamada.

*ligação*

— Oi, senhora Carla. Tudo bem? — exclamei educadamente mas meu tom saiu um pouco nervoso — A senhora sabe da Angel? Estou tentando ligar para ela, mas cai tudo na caixa postal, estou muito preocupado.

INNOCENT - SÉRIE DEUSAS DO OLIMPO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora