capítulo 16

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Mamãe, venha aqui
Aproxime-se, apareça
Papai, eu estou sozinho
Porque esta casa não parece com um lar
Se você me ama, não deixe ir
Se você me ama, não deixe ir

Segure, segure, me agarre
Porque eu sou um pouco instável
Um pouco instável

Unsteady | X Ambassadors

Angelita Guerra

Sexta-feira, acredito menos no ser humano, tudo me leva a isso em Red River.

Acelerei meu carro em direção à casa da minha mãe. Pelo jeito que o JP me falou, alguma coisa grave está acontecendo com ela. Fiquei o caminho inteiro tentando ligar no seu celular, tentando avisar que estou indo encontrá-la. Minha mão estava suando, não sei se é porque estou nervosa ou por causa da adrenalina que corre nas minhas veias.

Essa corrida...Foi do caralho.

Não vejo a hora de poder competir. Preciso treinar um pouco, mas depois disso entro com tudo. Nessa noite observei tudo o que precisava, fiquei atenta a tudo, quando eu estou focada em alguma coisa sou bem atenciosa.

Minha mão suava, contra o volante. Fiquei com vontade de fumar, maldita hora que eu fiz aquela promessa para o Jackson que não ia mais fumar, ele vai ver a próxima vez que a gente transar vou descontar tudo na cama.

Ele está literalmente fodido...

Cheguei na frente da casa que eu morei tantos anos, mas não consigo ter uma nostalgia boa quando olhei para ela, só sinto algo ruim. Estacionei meu carro e saí. Um calafrio percorreu meu corpo, mas eu continuei o trajeto para chegar na porta.

Comecei a dar batidas e chamar por minha mãe. Sei que está tarde, mas não ia conseguir esperar. Preciso saber se ela está bem. Talvez eu possa ajudar com algo, apesar de tudo que ela me fez, ela continua sendo minha mãe.

Depois de cinco minutos ela apareceu na porta. Quando me olhou, estreitou os olhos em minha direção, segurou no meu braço com força e me arrastou para rua e soltei meu braço bruscamente. Passei meus dedos no lugar onde ela tinha apertado, tentando aliviar a dor. Me encostei no Mustang e fiquei observando como ela estava.

Minha mãe estava mais magra e parecia um pouco abatida. Seu rosto tem uma feição cansada, mesmo atrás do seu olhar raivoso que lançava para mim. Comecei a batucar os dedos nervosamente, não sei como perguntar o que está acontecendo e pelo jeito que ela me olhava não gostou nada de me ver.

— Desculpa a hora, sei que está tarde...Mas encontrei o JP e ele me disse que viu você saindo do hospital e não parecia muito bem — falei meio insegura, fazendo breves pausas — O que está acontecendo mãe? Você não parece muito bem.

— Quem você pensa que é para vir na minha casa a essa hora menina... Saiu da minha casa mas ainda continua incomodando — gritou comigo — Não preciso dessa sua falsa preocupação.

— Calma porra...Só quero saber que precisa de alguma ajuda — gritei de volta. Senti a ira tomando meu corpo — Dá para abaixar sua guarda...Não sou sua inimiga, não entendo porque você tem tanta raiva de mim.

— Você acha que se eu precisasse de você, eu já não teria ido atrás...Mas infelizmente, você puxou o sangue ruim do seu maldito pai — seu tom de voz era tão agressivo que parecia que ela estava proferindo uma maldição.

— Para de me comparar com o meu pai. Eu não tenho culpa do que aconteceu com vocês, porque você é desse jeito comigo? Porra.

— Pare de se fazer de coitadinha...Eu não sinto nem um pingo de pena de você — disse vindo em minha direção, olhou atrás de mim — Você é idêntica a seu pai, tanto na aparência como na personalidade. Porque fica voltando para me atormentar?

INNOCENT - SÉRIE DEUSAS DO OLIMPO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora