capítulo 23

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Sinais, quaisquer sinais de que ainda estou vivo
Eu não quero enlouquecer
Eu não estou conseguindo passar por isso
Ei, eu deveria rezar?
Deveria me refugiar

Remendar o que foi quebrado
Desdizer estas palavras ditas
Encontrar esperança na falta de esperança
Me tirar desse desastre
Desfazer as cinzas
Desencadear as reações
Eu não estou pronto para morrer, ainda não
Me puxe para fora do desastre
Train Wreck | James Arthur

Angelita Guerra

Domingo, tudo é feito para ser quebrado, mas porque isso tem que doer tanto em Red River.

Angel...Angel...minha menina...Angel

Escutei uma voz familiar me chamando, mas não tenho vontade de despertar, a escuridão que eu me encontrava estava me anestesiando. Se eu voltar a realidade e toda a dor vai voltar, não sei se vou suportar isso.

Meu corpo começou a sacudir, abri meus olhos e vi o rosto da Carla. Então era ela que estava tentando me acordar, quando ela viu que eu despertei, envolveu meu corpo em um abraço forte e começou a chorar. Fiquei confusa, o que está acontecendo aqui? Até que todas as lembranças retornam a minha mente confusa por causa do álcool.

— Escutamos um grito no jardim e fomos ver o que era, e aí encontramos seu corpo desacordado no meio dele. Você quase matou a gente de susto — Henrique falou, ele estava sentado perto dos meus pés — Peguei você no colo e te trouxe para o sofá, estávamos quase chamando um médico.

Tentei dizer alguma coisa mas a dor não deixou, só sentia vontade de chorar. Porque ele fez isso comigo, abriu meu coração aos poucos, fez eu me apaixonar e acabou comigo. Me sentia um lixo, porque ele não quer passar o resto da nossa vida comigo e me fazer feliz.

— Angel, nunca mais faça isso comigo. Eu sou velha é fácil me matar — Carla exclamou limpando suas lágrimas e observando atentamente meu rosto — O que aconteceu minha menina? Que olhar é esse? Faz tempo que eu não vejo ele, esse olhar vazio parou de existir desde que você conheceu o Jackson, porque ele está aí de volta.

Comecei a chorar de novo e balançar a cabeça, quero contar o que aconteceu para eles, mas estava tendo uma crise de choro forte que não deixava nenhuma palavra sair da minha boca. Henrique levantou e veio em minha direção e começou a passar a mão nas minhas costas para me acalmar.

Mas não adianta muito, só uma pessoa podia fazer essa dor parar.

— Jackson...terminou...comigo— tentei dizer entre meus soluços. Mas as palavras ficaram desconexas. Carla pediu para o seu filho ir pegar um copo de água com açúcar ele foi correndo buscar .

Encostei minha cabeça no peito da mulher e deixando toda a dor se libertar. Fiquei um tempo chorando enquanto eles tentavam me acalmar, eu tinha uma família ali para recorrer em momentos desses. Eu tinha encontrado minha família naquelas pessoas que me acolheram de peito aberto.

Depois de ter tomado banho, eu estava realmente precisando o cheiro de cigarro e a bebida estava muito forte. Já estava me dando ânsia aquele cheiro horrível.

Desci de volta para sala com uma coberta. Deitei minha cabeça na Carla e coloquei meus pés no colo do Henrique que começou a fazer massagem. Contei tudo o que aconteceu hoje quando fui ver o Jackson, dessa vez derramei só algumas lágrimas, eu acho que chorei tanto que não tem mais água no meu corpo e a bebida ajudou a amenizar a dor.

Eu estou tão triste.

— Eu sinto muito Angel...Não consigo acreditar, o jeito que ele olhava para você era o olhar mais apaixonado que eu já tinha visto. Pensei que vocês iam ficar juntos depois de todos os momentos que viveram juntos — Carla disse indignada — Depois de vocês terem quebrados tantas barreiras juntos...acabou assim. Não consigo acreditar.

INNOCENT - SÉRIE DEUSAS DO OLIMPO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora