II

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Boa noite de novo ✌🏻, vindo pra entregar o segundo capítulo como prometido ❤️

Espero que gostem!

Boa leitura ❤️


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Massimo estava deitado sobre uma cama hospitalar ligado a uma infinidade de aparelhos. Coloquei a mão sobre o sensor na parede e a grande porta de vidro deslizou para o lado me dando passagem, entrei no quarto frio me aproximando da cama. Meu coração batia de maneira descompassada e uma pontada fina latejava nele. Respirei fundo tentando controlar as lágrimas grossas que eu nem havia percebido que escorriam por meu rosto. Massimo estava pálido demais, vestia apenas a roupa hospitalar, ele estava entubado além de ter um sonda nasogástrica presa ao nariz. Passei meus dedos por sua mãos gélida sem acreditar que o homem que eu tanto amava estava naquele estado.

- Amore mio - Falei tentando me recompor - Amore mio, sou eu Giulia. Estou aqui com você, não se preocupe. Você ficará bem né? preciso que você lute.

Um bip mais alto soou e eu percebi que o coração tinha aumentado os ritmos cardíacos e sorri.

- Isso amor, preciso que você lute por nós. Eu te amo demais, volta pra mim.

Vários bips soaram ao mesmo tempo, olhei a tela rapidamente vendo os batimentos cardíacos sem controle e imediatamente fui empurrada pro canto da sala que foi tomada por médicos e enfermeiros.

- Ele ta fibrilando - um gritou.

- Carrinho de parada - outro gritou.

- Massimo - Gritei sendo segurada pelo médico. - Não, por favor.

Ele me segurou firme ali vendo o caos tomar conta da sala.

- Carrega em 200.

O corpo de Massimo pulou na cama.

- Carrega em 300.

Outro choque. Minha vista havia ficado turva pelas lágrimas, meu coração estava tão apertado que eu mal conseguia respirar.

- Carrega em 400.

Outro choque e os bips normalizaram, olhei imediatamente para o monitor onde os batimentos de Massimo estabilizavam. O médico me soltou de seu abraço e eu respirei aliviada.

- Giulia, as primeiras 48 horas são cruciais. Massimo precisa lutar por sua vida.

Balancei a cabeça concordando vendo os enfermeiros cuidarem dele.

- Você precisa ir pra casa descansar, não há nada que você possa fazer aqui.

Mais uma vez eu concordei, eu precisa de um banho, descansar e voltar pro hospital.

- Eu vou pra casa, tomo um banho e descanso um pouco pra voltar.

O médico concordou.

- Solicitei uma cadeira confortável pois imaginei que você quisesse passar um tempo aqui.

- Obrigada doutor...

- Me chame apenas de Henri, vou passar meu números para Mário e pego o de vocês e qualquer coisa nos comunicamos.

Balancei a cabeça afirmativamente, me aproximando de Massimo assim que os enfermeiros saíram.

- Amore, estou indo pra casa tomar um banho e logo logo estou voltando ta? - Dei um beijo meio desajeitado em sua testa. - Eu te amo. - Sussurrei em seu ouvido.

Sai daquele quarto completamente desnorteada e sem saber ao certo o que fazer dali em diante. Ja havia rezado para todos os santos e Deuses para que tirassem Massimo daquela situação, pois eu não saberia viver sem ele.


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O caminho inteiro o carro foi silencioso e o mesmo silêncio se seguiu quando chegamos em casa, a claridade do sol que entrava no ambiente não era capaz de aquecer o frio que havia se instalado ali. Subi as escadas como se minhas pernas pesassem uma tonelada e entrar no quarto foi doloroso demais, o cheiro de Massimo estava incrustado em todos os cantos. Caminhei até o banheiro e me encarei no espelho o vestido branco estava completamente manchado de sangue e aquilo revirou meu estomago. Abri a gaveta retirando de lá um tesoura e comecei a cortar o vestido inteiro e terminei rasgando o mesmo o retirando completamente do meu corpo. Entrei dentro do box e liguei o chuveiro entrando embaixo de cabeça e tudo deixando a água lavar tudo de ruim que estava em mim.

Passei tanto tempo debaixo da água que meu dedos estavam enrugados quando sai, me enrolei na toalha e o cabelo saindo do banheiro e indo pro closet. Parei em frente as roupas de Massimo ele e sua mania de usar preto, o que realmente o deixa ainda mais incrivelmente sexy. Retirei de lá uma camisa e vesti jogando a toalha no chão e voltei pro quarto me jogando entre os lençóis e me encolhendo em posição fetal. Ali sozinha naquela cama sem ter a mínima noção se Massimo sobreviveria eu me senti na mais completa solidão, ainda que dentro de mim estivesse o filho dele. Eu já havia tido perdas demais em minha vida pra suportar a partida de Massimo.
Por mais que eu quisesse ter esperanças as mortes que me rondavam falavam mais alto.

Eu clamei aos céus por piedade, misericórdia, e não sei em que momento da reza eu peguei num sono profundo. Sem sonhos.

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Massimo

Eu não sabia ao certo onde estava, mais o parque estava encoberto pela neve e mesmo achando que eu deveria sentir frio eu apenas vestia um calça de moletom e tinha os pés descalço fincados na neve fofa. Olhei de um lado pra outro procurando alguém que fosse capaz de me explicar o que estava acontecendo, mas eu era a única pessoa maluca no meio da neve.

De longe ouvi a voz de Giulia, um sussurro baixo quase inaudível.
Ela tinha dito que me amava? Toda vez que ela me dizia aquelas três palavras eu sentia como se meu coração fosse capaz de sair pela boca e naquele momento foi exatamente aquilo que senti sendo que de um jeito muito mais forte. Até o chão sob os meus pés pareceu tremer e aquilo me assustou.
O que estava acontecendo? Olhei novamente ao redor e a lembrança dos tiros me atingiram em cheio, toquei meu abdômen e senti os furos em minha pele. Olhei pra baixo vendo os buracos que não sangravam.

Eu havia morrido?

Meu Deus, eu estava morto.

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