VI

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Boa noite amores, tudo bem com vocês?
Trazendo um capítulo que vai abrir novos caminhos na vida de Giulia. Espero que gostem.
Boa leitura!

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A imponente mansão se erguia no meio do descampado, suntuosa e estonteante. Após a minha estadia nos vinhedos italianos, lá havia se tornado um dos meus lugares favoritos, por isso não havia sido difícil para Domenico e Mário me tirarem da cidade por dois dias. Apesar de não estar completamente confortável por ficar longe de Massimo por dois dias, eu sabia que era uma necessidade superior ao meu desejo.

O carro estacionou na frente da grande casa, Hugo se moveu até minha porta e eu apressadamente sai antes que ele abrisse a mesma.

- Hugo, ja falamos sobre isso. - Disse vendo o homem com ar de poucos amigos.

- Eu sei senhora, mais Don Massimo arrancaria minha cabeça se eu não fizesse isso. - Ele me acompanhou com um escudo até a porta do palacete junto com Domenico e Mário.

- Entendo Hugo, mais infelizmente ele não está e eu não gosto desse tratamento.

Hugo balançou a cabeça e se calou assim que a porta foi aberta por uma senhora de cabelos grisalhos e baixinha. Ela tinha os olhos esverdeados e usava um uniforme preto e branco tipico de governantas.

- Boa tarde, senhora Torricelli Sr. Dalgliesh já a espera em seu escritório me acompanhe.

Ela deu passagem para que entrássemos e seguimos logo atrás dela.

Domenico e Mário acharam prudente que a máfia fizesse novas alianças agora que uma mulher havia assumido o cargo de Don, segundo eles isso traria mais firmeza e respeito a mim.

Paramos a frente de uma gigantesca porta de mogno escuro que entrava em contraste com o piso em mármore daquele lugar.

Antes de abrir a porta a senhora se virou em nossa direção.

- Sr. Dalgliesh deseja conversar apenas com a Senhora, ficando aqui fora seus conselheiros juntamente com os de Sr.Dalgliesh. É uma questão de segurança para ambos.

Antes mesmo de Mário se pronunciar eu concordei e o encarei.

- Está tudo bem Mário, qualquer coisa eu grito.

A porta foi aberta e eu adentrei ao recinto imenso, as paredes repletas de estantes com livros, que iam do chão até o teto, inclusive havia uma abobada em vitrais coloridos que refletiam no chão. Aquilo me fez lembrar as grandes bibliotecas medievais, a decoração em mogno escuro se espalhava por todos os detalhes do ambiente, nas poucas paredes livres tinham quadros imensos e antigos pendurados. Olhei atentamente cada detalhe até me deparar com o homem sentado na mesa ao fundo, muito confortável em seu terno azul escuro, atrás da mesa de carvalho em uma grande cadeira. Seus olhos azuis me fitavam atentamente.

- Boa tarde, senhorita Ricci. Meus sentimentos por seu falecido marido. - O homem ficou de pé ,e seu tamanho me surpreendeu ele era extremamente alto e forte o que deu pra notar graça ao terno que parecia ser feito sobre medida para seu corpo. Ele deu a volta na mesa e caminhou até parar a minha frente.

- Boa tarde Sr. Dalgliesh, agradeço mais meu marido está vivo. - Estendi a mão em sua direção - Prazer em conhece-lo.

O homem encobriu minha mão com a sua e a apertou levemente.

- Certo - meneou com a cabeça - O prazer é todo meu. Sente-se, temos muito o que conversar.

Acompanhei o homem que  me indicou a cadeira na frente da mesma, o mesmo voltou ao seu lugar onde tomou um gole de whisky e cruzou as mãos sobre a mesa.

- Está servida? - Ele apontou pro copo.

- Não obrigada, estou grávida. - Ele arqueou uma sobrancelha e pareceu ponderar o que eu havia dito.

- Criança é sempre uma dádiva.

Concordei.

- Tem filhos Sr. Dalgliesh? - perguntei.

- Me chame de Henry, Giulia. Não tenho filhos, ainda não encontrei alguém que me fizesse desejar isso. - Ele com seus olhos azuis me encarou firme. - Sei bastante sobre você e seu marido, muito interessante a história de vocês dois.

Me mexi desconfortável na cadeira.

- Acho que o assunto aqui é outro Henry - Frisei seu nome.

- Sim, claro - Ele se encostou na cadeira. - Seus conselheiros devem ter lhe informado sobre meus negócios e os alcance deles.

Encarei o homem a minha frente com igualdade.

- Sim estou a par, inclusive do tráfico de drogas que você prefere manter camuflado.

Henry me encarou surpreso mas logo em seguida sorrio de lado.

- Não deveria estar surpreso, agora você é a Don da máfia.

- Eu sei de muitas coisas e faz questão de ficar a par de muitas outras.

Ele meneou com a cabeça ainda sorrindo.

- Torricelli estaria orgulhoso de vê-la assim.

- Ele verá - Sorri de maneira seca - sei que todos armamentos de últimas geração sempre estão em suas mãos primeiro, quero fechar com você o fornecimento pra máfia, além de pagar uma bela quantia ofereço um software testado e aprovado para gerenciamento dos negócios de maneira sigilosa. Porém quero seu fornecimento exclusivo.

O homem me encarou firme concordando em seguida.

- Os boatos sobre você não fazem jus ao que você realmente é.

Arqueiro a sobrancelha tentando entender do que ele falava.

- Ah Giulia os boatos correm rápidos no ramo dos negócios ilegais, imagina só uma mulher de gênio forte assumindo a máfia italiana que sempre foi comandada por homens? Tem muita gente de olho nesse império.

- Você seria uma dessas pessoas? Questionei.

- Não não, pelo contrário. Por mim fecharia negócio agora mesmo, mas tenho uma exigência.

O homem se levantou da cadeira com o copo de whisky na mão, deu um gole no mesmo e colocou sobre a mesa novamente. Caminhou até a minha frente e se encostou na mesa.

- Qual seria a exigência?

Ele sorrio de lado e se abaixou ficando quase da minha altura.

- Quero ser seu braço direito.

O encarei surpresa por tamanha ousadia na exigência, fiquei de pé rapidamente caminhando até o centro do escritório.

- Você está maluco, fora de cogitação.

Andei apressadamente até a porta.

- Você tem até depois de amanhã pra me dar uma resposta. Sugiro que pense bem.

Sai sem respondê-lo batendo a porta atrás de mim. Eu se quer sabia o que pensar sobre, um completo desconhecido sendo meu braço direito na máfia? Isso soava loucura até pra mim.

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