Capítulo 16

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BÉLGICA

  — Alô?

  Quando ouço a voz de Fernando do outro lado da linha todo aquele medo e tensão vão embora e eu volto a ser a mulher confiante de antes.

  — Sou eu. — falo tentando não parecer tao frágil.

  — Bel? Poxa vida, que número é esse?

  — Não importa que número é. Estou ligando para que você venha me buscar o quanto antes!

  — Como? — silencio. — Ah é que... Bel você não pode voltar.

  Por um segundo sinto um frio na barriga, como se eu estivesse preste a receber o resultado de uma prova.

  — O que quer dizer? Por que eu não posso voltar?

  — Ah, é que... Bom, eu estou ajeitando as coisas por aqui. Uh! Você não sabe como está tenso. Olha, sorte a sua que internet não funciona por ai. As pessoas estão enlouquecendo, mais eu estou dando um jeito em tudo. Olha, tudo que você tem que fazer é esperar mais um pouco. Eu prometo que assim que tudo se apaziguar por aqui, eu vou te buscar pessoalmente.

  — Fernando?

  — Sim?

  — Você não esta mentindo para mim, certo? — estou desconfiada.

  — Claro que não! Belzinha, você é minha musa e eu jamais deixaria minha pata de ovos de ouro em apuros. Palavras de escoteiro.

  Disfaço a marra e dou uma chance para ele. Afinal, ele é meu agente e mesmo que eu não confie plenamente nele eu preciso abrir uma excessão, eu só tenho ele.

  — Tudo bem. Mas por favor, não demore. Eu realmente preciso sair desse lugar.

  — Claro! Beijos.

  Desligo a chamada e respiro não tão aliviada, porém posso deixar as malas arrumadas.

  Ainda continuo sentada no banco e finalmente posso notar que estou de frente para um lago enorme, que só notei agora. Confesso que fico maravilhada ao ver. Não é comum que um lugar como esse tenha um tipo de coisa tão linda assim. Até mesmo suspiro olhando.

  — Lindo não é? — minha atenção é voltada para o senhor que chega se sentando ao meu lado.

  Desvio o olhar dele para o lago.

  — É como uma flor no meio do lixo.

Ele sorri.

  — Você amava lagos. Se lembra? — ele me olha com essa pergunta.

  — Eu nunca gostei de lagos — ignoro a melancolia dele. — Por favor, pare de achar que me conhece.

  — Mais eu a conheço — afirma. — Vá mais além das memórias e me desenterre.

  Respiro fundo.

  — Se fosse realmente quem está me dizendo — faço uma pausa para olha-lo. — Então por que me deixou quando eu mais precisei? 

Paixão No TexasOnde histórias criam vida. Descubra agora