Capitulo 26

626 79 76
                                    

BÉLGICA

Desligo o fogo e remexo a sopa na panela. Certifico-me de que esteja tudo certo, coloco em uma vasilha funda e levo até a sala onde Belchior está.

— Aqui, tome isso. — ofereço.

Ele pega e olha todo desconfiado para a vasilha.

— Acho que não preciso comer isso.

— Precisa sim. Você esta doente, mesmo que seja só uma queda de pressão é melhor cuidar. — me sento ao seu lado.

Ele faz uma careta engraçada.

— Você sabe cozinhar? — pergunta cheio de duvidas.

— Claro que eu sei! — me ajeito no sofá e cruzo as pernas. — Talvez sim. — falo baixinho e pigarreio.

Eu nunca coloquei a mão no fogão desde que cresci, essa é a verdade. Porem, cozinhar não é tão difícil quanto parece. Você precisa colocar os ingredientes certos, e pronto.

A menos que você não saiba quais são os ingredientes certos.

— Tudo bem. Não pode ser tão ruim.

Ele leva a primeira colherada na boca e fico atenta a sua reação. Ele não esboça nenhuma, pelo contrario, ele continua comendo e comendo.

Saio da zona de medo de ser humilhada por estar cozinhando algo ruim e observo-o comendo, com o semblante cansado e marcas da idade. Sinto meu coração aperta dentro do peito ao imaginar que ontem mesmo ele estava em um hospital. É essa é a verdade. Estou me apegando á ele muito mais do que eu deveria ou gostaria. Algumas noites atrás e sonhei com ele, na verdade acho que não foi um sonho e sim algo que aconteceu lá atrás. Eu estava sendo levada e ele não podia fazer nada.

Tenho tido memorias com ele e isso só me faz acreditar cada vez mais que ele é realmente meu avô.

Batidas na porta me fazem sair dos meus pensamentos imersos.

— Esperando alguém? — pergunto curiosa.

— Não que eu me lembre. Você pode abrir?

Consinto e vou para a porta ver de quem são as batidas fracas.

Quando abro a porta, preciso franzir o cenho totalmente pasma.

— Darcey?

— Eu posso entrar? — pergunta com os olhos pequenininhos.

Olho ao redor e não vejo ninguém dos seus, o que me deixa intrigada.

— Não veio ninguém com você? — ela nega. Isso é muito estranho, afinal Calebe jamais deixaria ela sozinha. — Entra.

Ela passa por mim e espera que eu feche a porta. Assim que me viro ela segura minha mão para que eu a guie pela casa.

Continua sendo estranha toda essa aproximação que ela quer manter comigo e continua sendo mais curiosa ainda a maneira como eu reluto, mas gosto.

Levo ela ate a sala e a cara de Belchior é a mesma que a minha. Ele me olha com um ponto de interrogação enorme acima da cabeça e apenas dou de ombros.

Ele olha para Darcey.

— Princesinha, o que veio fazer aqui? Seu irmão mandou você?

Ela nega e esfrega os olhos.

Sento-me no sofá e a puxo para perto.

— Seu irmão sabe que esta aqui?

— Não. — fala ela. — meu irmão esta trabalhando e eu fiquei com a senhora Mona em casa porque não posso ir à escolinha — fico desconfortável com isso, afinal a culpa foi minha. Ela então prossegue. — Mais eu estou com sono. Você pode me fazer dormir?

Paixão No TexasOnde histórias criam vida. Descubra agora