Capítulo 12

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Retiro o que disse. Harry Potter era um babaca. Tudo o que havia feito até aquele momento era observá-lo ensinar Alfred a canalizar seu poder para a varinha ao invés de destruir tudo ao redor. Não que não fosse interessante. Harry era um bom professor. Paciente, porém firme. Lembro-me que Harry bancou o professor de Defesa Contra Arte das Trevas em Hogwarts. Lembro-me também da inveja que senti por não poder fazer parte do grupo, por isso quis entregá-lo para Umbridge.

Já ouvira diversas vezes que McGonagall não se cansava de convidá-lo para ser professor em Hogwarts. Imagino, porém, que, embora a oferta lhe fosse tentadora, Harry nunca deixaria a profissão que tanto amava.

Tentei me livrar das lembranças incômodas do passado em Hogwarts focando em coisas mais mundanas. Como por exemplo, os dotes físicos de Harry.

Estava tendo dificuldade em desviar o olhar da figura forte. Harry agora usava suas roupas trouxas. Ele tirara o robe momentos antes e ficara apenas de jeans e suéter preto.

Harry não era excessivamente musculoso, o que me agradava. Seu corpo era esculpido com perfeição graças a sua profissão. Profissão detestável, é verdade, mas que o trouxera para minha casa e também lhe delineara as coxas e quadris. Por mais aborrecido que estivesse por estar sendo ignorado, ficar só olhando definitivamente tinha suas vantagens. A forma como o jeans agarrava suas pernas e quadris estava me deixando louco. O modo como seus olhos brilhavam de felicidade por estar fazendo algo que obviamente lhe dava prazer também me encantava.

Harry era encantador.

- Espero que esteja prestando atenção, Malfoy, porque você é o próximo.

Pisquei. Eu era o próximo a fazer o quê? Era difícil me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse seu corpo. Harry tinha um sorriso nos lábios como se ele soubesse exatamente a causa da minha distração. Tive vontade de morder aquela boca carnuda.

Harry mostrou mais alguns truques a Alfred, que fingia desinteresse, mas de fato estava cada vez mais fascinado por Harry Potter, um homem que ele odiara até então. Um homem que agora lhe estendia a mão e lhe mostrava que era de confiança. O homem que eu amava.

- Estou esperando, Malfoy.

Não tinha reparado que Alfred se sentara ao lado de Angel, nem que Harry me esperava. Senti o rosto esquentar. Levantei-me devagar e parei na frente dele. Tirei a varinha do bolso. Senti descargas de eletricidade subirem pelo meu braço. Harry apenas me olhou, o que me deixou incomodado. Franzi o cenho.

- O que foi? – perguntei.

- Não tem roupas mais confortáveis? Ou sempre se veste como se estivesse indo a um baile, Sua Alteza? Sempre se achou um príncipe, não é?

Olhei de relance para minhas vestes cinza claro. O tecido de seda caía bem em mim. Desde pequeno eu aprendera a sempre me vestir bem qualquer que fosse a ocasião. Harry estava errado. Eu não me achava um príncipe. Eu era um príncipe.

- Faz diferença? – dei de ombros. – Por séculos bruxos vêm duelando entre si com roupas ainda mais pesadas do que estas. Esse robe foi desenhado por um dos melhores costureiros bruxos de Paris.

- Não dou à mínima. Vá vestir um jeans e uma camiseta.

Bufei. Não era a primeira vez que ele me dava ordens.

- E se eu não quiser trocar de roupa, Potter?

Ele sorriu de maneira diabólica.

- Sem problemas. Posso resolver isso com um toque da minha varinha. Já vou avisando, porém, que você pode acabar nu.

Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora