Capítulo 26

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N/A: A história chega ao seu fim, e com isso esta autora pode descansar. Meu Drarry teve o final feliz negado pelo canon. hahaha Deu pra reverter o epílogo do livro! Woohoo! Infelizmente, casais principais de histórias de heróis ainda não podiam ser gays, mas nossa, o potencial de Harry e Draco... Ainda bem que as coisas estão mudando. Ainda bem que temos Os Indomáveis agora, com Wei Wuxian e Lan Wangji. Uma hora vai! Enquanto isso, vamos de fanfic. 


Harry Potter já não era mais um homem casado. A notícia estampava praticamente todos os jornais e revistas do mundo bruxo, e a opinião pública variava. Alguns estavam espantadíssimos, outros, "amigos que preferiam ficar anônimos", diziam que a relação dos dois sempre havia sido morna, e que o divórcio era mesmo uma questão de tempo.

A palavra "morna" ficou ecoando um tempão na minha cabeça, e muita coisa passou a fazer sentido. O relacionamento perfeito não era tão perfeito assim no final das contas.

Minha reação num primeiro momento foi de êxtase completo, que se transformou em dúvida cruel ao ver que o tempo passava e Harry não aparecia para o tão esperado desfecho. A essa altura do campeonato eu já nem mais ligava se o resultado seria positivo ou negativo. Só o que minha alma queria era um ponto final naquela história. Embora eu estivesse me recuperando bem, meu psicológico continuava frágil, e estava totalmente entrelaçado a Harry de acordo com o curandeiro que o próprio havia arrumado para cuidar de mim.

Era imperativo, portanto, que eu conseguisse falar com Harry, ao menos uma última vez. Harry era a chave de tudo. Minha cura ou minha maldição. Eu demorara anos para chegar a essa conclusão, e mais ainda para aceita-la, mas não havia mais como negá-la. Incrível como Harry passara a ser o centro de minha vida desde aquele fatídico encontro na Madame Malkin. Mais incrível ainda foi ver minha inveja e obsessão irreversivelmente se transformando em amor. Um amor que eu nunca pensei fosse ser correspondido.

Mas enquanto Harry não viesse me procurar, nossa história continuaria em aberto, para o meu desespero.

Soltei um suspiro de frustração e fechei a tampa do piano. Estava sem inspiração hoje, e Réquiem de um Malfoy continuava inacabado. Culpa do maldito Potter. Que direito o desgraçado tinha de ter tanta influência na minha vida? Já não havia decidido que, qualquer que fosse a atitude de Harry, eu continuaria a seguir em frente? Já não havia decidido que eu era dono do meu próprio nariz? Tinha coisas muito mais importantes para me preocupar. Harry Potter era apenas um detalhe. Um detalhe deveras essencial para o meu bem-estar, mas um detalhe mesmo assim.

Fiz uma careta de desagrado. Autoengano nunca havia me levado a lugar nenhum.

Ouvi barulho de passos do lado de fora da sala, e logo em seguida latidos. A porta entreaberta foi escancarada por Angel e meus quatro mosqueteiros, que agora o seguiam onde ele fosse. Abri um sorriso e também os braços. Angel adorava abraços, e embora no começo eu estranhasse todo aquele carinho dirigido a mim, agora não conseguia ficar sem ele.

A presença de Angel e Alfred fora indispensável para minha recuperação rápida. A energia dos dois era contagiante. Embora Alfred ainda mantivesse um ar rebelde, já não mais lutava contra tudo e todos. Suas aulas particulares iam muito bem, e ele finalmente começava a aceitar a ideia de ir para Hogwarts. Angel, por sua vez, ficava cada vez mais doce, embora às vezes arteiro, a cada aula. Seus poderes mágicos eram incríveis para um menino da sua idade, e ele sempre conseguia deixar Astória e eu boquiabertos. Angel, eu tinha certeza, seria tão ou mais importante do que Dumbledore, e até mesmo Harry.

- Túria me mandou dizer que o lanche da tarde está pronto. – avisou Angel com toda a pose de um pequeno lorde.

"Túria" era o nome carinhoso com que ele chamava Astória. Meu apelido era "Drake". Alfred, como todo adolescente engraçadinho, costumava me chamar de "Dragon", enquanto que Astória era "Senhora Malfoy".

Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora