Capítulo 17

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Meu raciocínio sempre foi meio lento, devo admitir. Somente no dia seguinte, quando estávamos prestes a Aparatar para o Egito, foi que me dei conta de que praticamente todo o Quartel General Espanhol sabia que Harry Potter estava trabalhando ao lado de Draco Malfoy. Quando perguntei a Harry se não seria melhor ter escondido minha identidade de todos, o bastardo apenas deu de ombros.

- Pensei que tivéssemos que ser discretos. – insisti. – Foi pra isso que tingi o cabelo!

Harry abriu um sorriso enviesado.

- É mesmo. Mas não foi uma má idéia. Seu cabelo loiro realmente chama muito a atenção.

- Potter... Estou perdendo a paciência. – grunhi. – Se Candelaria e o resto abrirem a boca para o mundo exterior sobre estarmos aqui juntos...

- Eles não dirão nada. São Aurores, não jornalistas sensacionalistas. Eles acham que você está me ajudando com uma investigação que nada tem a ver com o real motivo de estarmos aqui.

- Que outra investigação?

Novamente, o desgraçado deu de ombros.

- Potter! Por que não pára de me ignorar? Não fui o único culpado pela noite de ontem. Você também...

Ele tapou minha boca com uma das mãos antes que eu dissesse mais alguma coisa. Num ato de rebeldia, mordi seus dedos.

- Ei! – ele reclamou.

Eu já estava de saco cheio da frieza de Harry. Num momento ele era puro calor e no outro parecia o Pólo Norte. Cheguei a imaginar a noite passada como um sonho. Eu havia adormecido em seus braços e acordara sozinho na minha cama. Era óbvio que ele não passara a noite comigo, e nem deveria. Mas não esperava que, ao me trazer o café da manhã e me obrigar a comer tudo, ele agisse como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse gozado comigo, como se não tivesse me abraçado de forma tão terna.

- Por um acaso você faz parte da minha equipe de Aurores, Malfoy? – ele me perguntou frio.

Franzi o cenho, já sabendo o que estava por vir.

- Então não me faça perguntas imbecis! Qualquer investigação nossa não tem nada a ver com você.

- É claro que tem! Se os Aurores daqui acham que eu estou te ajudando em alguma outra investigação é porque...

- Não é da sua conta! – ele gritou.

Harry Potter finalmente havia perdido a paciência a ponto de derreter a máscara de frieza que adornava seu rosto a maior parte do tempo. Sorri, satisfeito.

- É da minha conta, e você sabe disso. Temo em pensar no que eles acham que eu estou te ajudando...

Era algo que podia imaginar muito bem. Os Malfoys não eram apenas persona non grata na comunidade bruxa do Reino Unido. Tínhamos caído no conceito de outras comunidades bruxas internacionais também graças ao nosso apoio ao Lorde das Trevas. Infelizmente, não conseguia pensar em nada que ligasse qualquer dos negócios de meu pai a Espanha. Harry nunca me diria também.

- Então não pense. E pare de me fazer perder tempo.

Com um resmungo ele me puxou para perto e me enlaçou a cintura. Eu segurava as nossas bagagens, portanto não tinha as mãos livres para acariciá-lo como queria.

- Está mais zangado comigo ou com você mesmo? – perguntei num falso tom doce.

- Cale a boca que eu preciso me concentrar.

Fechei os olhos quando senti o mundo girar, e quando os abri já estava no Egito, mais precisamente na cidade do Cairo. O dia estava extremamente quente e o sol brilhava soberano. Senti meu corpo cansado e os já esperados efeitos da Aparatação me acometeram. Embora nossas bagagens não estivessem pesadas graças ao feitiço de leveza que Harry colocara nelas, deixei-as cair no chão. Agarrei-me à camisa de Harry antes que fosse junto com elas também.

Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora