Capítulo 13

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Estava claro que aquela seria a noite mais longa da minha vida. Não sei por que não tomava logo uma poção. Eu estava por demais inquieto. Andei de um lado para o outro do meu quarto revivendo o beijo que eu forçara em Harry. Agonia pura. O que ele devia estar pensando? Será que fora embora? Não tive coragem de checar. Podia mandar um elfo doméstico fazê-lo. A cruel verdade, porém, era que estava com medo de saber.

Colei o ouvido na parede. Não consegui ouvir nada no quarto ao lado. Talvez ele não estivesse mais lá. Não sei pra onde Harry havia ido depois de me deixar.

Comecei a andar de um lado para o outro novamente. Logo faria um buraco no chão.

E se eu confessasse a Astoria o meu pecado? E se eu pedisse seu conselho?

Loucura. O que eu estava pensando? Eu devia um mínimo de respeito a ela. Mesmo que Astoria soubesse sobre Harry, eu não deveria tê-lo beijado. Não ali. Nem nunca.

Despenteei meu cabelo. Suspirei alto. Logo começaria a hiperventilar. Desabei de costas na cama. Fechei os olhos. Eu não iria me entregar. Não essa noite. Seria forte. Eu precisava ser. Ainda teria que encarar Harry de novo. Teria que inventar uma desculpa muito boa para aquele beijo, e para o fato de que eu...

Sentei-me de um salto. Eu havia confessado a Harry que o queria. Em voz alta. Como eu ainda estava vivo? Por que o mundo não havia parado de girar?

Um barulho na porta do quarto me fez pular da cama. Alguém tentava entrar. Vi o clarão de um feitiço ser usado. Senti as pernas tremerem. Corri para pegar a varinha que estava na beira da cama e lancei um feitiço Estuporante na direção de quem quer que fosse. O contra-feitiço foi poderoso e bastante eficaz. Continuei com a varinha erguida, mas só por um instante. Da porta aberta Harry me encarava com um olhar assassino. Engoli em seco. Senti as pernas bambas. Ele caminhou na minha direção. A porta se fechou atrás dele sem que ele sequer a tocasse ou murmurasse um feitiço.

Fiquei parado como estátua, esperando. Minha varinha escorregou da minha mão. Covarde. Só porque ele era o seu verdadeiro mestre e não mais eu. Varinha traidora.

Harry chegou bem perto. Consegui manter meus olhos abertos a muito custo. Que cor estaria minha íris? Provavelmente escura, da cor da tempestade. E as pupilas com certeza estavam dilatadas. Como as de Harry. O verde de seus olhos estava terrivelmente escuro também. Entreabri os lábios. O que eu estava esperando exatamente? Deveria fugir. Pra bem longe. Mas fiquei ali, esperando...

Nenhuma palavra foi dita. Bem que eu queria verbalizar o que sentia no momento, mas era impossível. Minhas cordas vocais estavam paralisadas. Minha respiração errática se misturou na dele. Os olhos verdes fitaram minha boca por um segundo, e voltaram aos meus olhos.

Senti a mão forte se fechar atrás da minha cabeça e me puxar pra frente. Pensei que fosse ser estrangulado, mas não. A partir daí o mundo parou de fazer sentido. Ou talvez tivesse começado a fazê-lo. A boca ardente atacou a minha num beijo avassalador. Apenas me rendi. O que mais eu poderia fazer? Deixei que Harry me prensasse na parede. As mãos afoitas passearam pelo meu rosto e desceram para o meu corpo. A língua aflita se enrolou na minha. Vi estrelas. E constelações. O paraíso. Senti minha mente viajar para outro lugar. Achei que fosse desfalecer. Lutei contra tudo. Contra o meu pânico, contra a vontade de sair correndo, contra o fato de meu corpo estar se tornando gelatina pura.

Eu queria tocá-lo, mas até mesmo minha boca tinha dificuldades em acompanhar a fome de Harry. As mãos rasgaram meu robe. Sem nem saber como, me vi seminu. Senti o frio do quarto apesar da lareira acesa. Ou talvez eu estivesse trêmulo por outras razões. Meus mamilos se eriçaram. Gemi quando as mãos de Harry os acariciaram. O prazer intenso desceu até minha virilha. Estremeci. Se ele continuasse com aquilo eu iria gozar. Mas, por Merlin, como eu queria que ele continuasse. Por toda a eternidade.

Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora