Realmente, prisões foram feitas. Ao abrir o Profeta Diário na manhã seguinte, pude ver em letras garrafais na primeira página que vários Aurores liderados por Harry Potter haviam conseguido desmascarar o Grupo dos Poderosos e seus seguidores. Não havia menção ao Livro dos Mortos nem a Slytherin ou a Matilda Junian. Como sempre, o Profeta Diário estava sendo cuidadoso, ou omisso como queiram alguns.
Já o Pasquim trazia toda a história e mais um pouco. Ligavam Matilda e mais alguns nomes de bruxos influentes no Ministério ao sonho de trazer Slytherin de volta, algo que, pelo tom dos comentários, era visto como chacota.
Os outros crimes ligados aos Poderosos, porém, foram levados mais a sério. Como o fato de eles estarem usando a Gangue dos Bruxos para atiçar o ódio das novas gerações contra trouxas, assim como os atentados contra trouxas em Londres. Meu nome não era citado em lugar nenhum, mas Harry era endeusado em cada parágrafo como o salvador da pátria. Inclusive, fazia-se menção a sua busca pelo Livro dos Mortos e ao sucesso de sua empreitada.
Amassei a revista com força. Meu pai neste momento devia estar rindo da minha cara. O idiota do seu filho havia ajudado Harry Potter a ficar ainda mais famoso. E em troca ainda ficara sem magia.
- Draco? O que foi? – perguntou Astória, deixando sua revista de jardinagem bruxa de lado para me olhar com preocupação.
Não disse nada. Não podia. Minha raiva era tanta que corria o risco de descontá-la em Astória, a única pessoa no mundo que não a merecia. Apenas lhe passei o Pasquim em silêncio. Minha carranca foi o bastante para demonstrar o que eu estava sentindo.
- Melhor assim. – ela disse depois de um tempo.
Franzi o cenho.
- Melhor que não liguem nada do que aconteceu a você. – ela continuou ao perceber meu humor tornando-se ainda mais sombrio. – Porque senão nunca mais teríamos sossego. É óbvio que alguns dos bruxos e bruxas que foram presos hoje não permanecerão em Azkaban por muito tempo. Imagine se teriam coragem de mandar Matilda Junian para Azkaban! É muito provável que sua defesa a mantenha em prisão domiciliar, assim como alguns outros. Também é provável que alguns deles desconfiem de sua participação, mas eles não podem ter certeza. Além disso, soltei uma nota no jornal dizendo que estávamos viajando pela Europa quando Harry estava no Egito, e que tivemos problemas com trouxas invadindo a Mansão, por isso o Feitiço Fidelius.
Olhei para Astória com total estupefação. Quem era aquela mulher?
- Além do mais, não tocar no seu nome vai deixá-los com uma pulga atrás da orelha. Será que Harry Potter está ou não ao lado de Draco Malfoy? E assim sendo, novamente seremos deixamos em paz.
Astória então sorriu de forma doce quanto percebeu minha cara de total surpresa. Senti um calafrio na espinha. Às vezes eu tinha dúvidas sobre como ela havia ido parar na Sonserina. Astória era uma mulher tão delicada e gentil que ficava difícil imaginá-la como uma típica Sonserina sorrateira como Pansy Parkinson por exemplo. Astória não era sorrateira. Definitivamente não era Pansy Parkinson. Mas era uma Sonserina legitima, assim como Scorpius, que a mim puxara tão somente a aparência.
Sorri. Nunca a achei tão sexy como naquele momento. Estava orgulhoso da minha mulher, mesmo que aquele lado dela me fosse um pouco assustador.
- Astória...
- Sim? – ela colocou o Pasquim de lado e voltou para a sua revista de jardinagem.
- Eu me sinto como um marido horrível.
Ela arregalou os olhos.
- Por quê?
- Porque você é uma mulher fantástica que merece muito mais do que bancar a esposa de Draco Malfoy. – E a triste realidade era que só agora me dava conta daquilo. – As mulheres da família nunca trabalharam, mas... Imagino que você teria uma carreira brilhante no Ministério. Se ao menos eu tivesse te incentivado ou...
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Draco Malfoy
RomanceDraco Malfoy luta contra os fantasmas da sua vida. Um deles é Harry Potter.