Capítulo 16

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Chegamos a Paris.

Paris é realmente uma cidade alucinante. Gostaria de dizer que tive tempo suficiente para aproveitar o tempo agradável para passear por suas ruas românticas e sentar-me num dos deliciosos e aconchegantes cafés parisienses. Infelizmente, mal vi a Torre Eiffel. Assim que coloquei os pés na cidade, só tive tempo de tomar um café antes que Harry passasse os braços ao redor da minha cintura e nos Aparatasse para Madrid num piscar de olhos.

Ao menos pude sentir seu corpo próximo ao meu, e para minha sorte, quando finalmente chegamos continuamos abraçados por algum tempo. Não reparei se havia pessoas ao redor. Estava ocupado demais tentando me recuperar do enjôo que me acometera ao Aparatar, e quando este melhorou um pouco, do efeito dos olhos de Harry sobre os meus.

Quis chegar ainda mais perto, e foi por pouco que não o fiz.

- Tudo bem? – ele me perguntou.

Senti meu amor por ele crescer, como se ele já não fosse imenso o bastante. Maldição. Antes que fizesse papel de tolo, me afastei. Harry não reclamou, e nem esperava que ele o fizesse. Mas no fundo... Queria que ele tivesse me puxado de volta e reclamado meus lábios num beijo ardente.

Fiz uma careta. Aparatar havia mexido com meu cérebro.

Harry pareceu não perceber que eu havia me transformado numa pessoa ridiculamente apaixonada. Sua pose agora era a de Auror Chefe a procurar por possíveis problemas. Ao invés de fazer o mesmo, fiquei admirando-o como um idiota. Ele vestia roupas trouxas. Jeans preto, camiseta de manga longa branca com os dizeres 'HARDCORE' em letras góticas e um casaco de couro preto por cima. Os cabelos eram despenteados pelo vento, e ele me lembrou um daqueles modelos de roupas masculinas de revistas bruxas.

- Tudo parece calmo. – ouvi Harry dizer.

Tentei pensar em outra coisa que não fosse Harry. Ali estávamos num país distante e correndo perigo, e tudo com o que eu conseguia pensar era em beijar Harry. O desgraçado estava se tornando o centro do meu universo. Era melhor eu tomar cuidado. Quando aquela loucura acabasse, tudo voltaria ao normal. Eu voltaria a ver Harry apenas nos jornais e revistas. Se continuasse a sonhar demais, acabaria entrando numa depressão terrível quando ele me deixasse.

Como se ele fosse meu pra começo de conversa...

Saí do estupor quando vi Harry pegar não só a sua bagagem, mas também a minha, e caminhar na direção de um prédio bastante antigo que estava do outro lado da rua. Só então olhei ao redor.

Havia prédios malcuidados dos dois lados da rua. Havíamos Aparatado em um beco para não sermos vistos, mas não havia muitas pessoas caminhando por ali. Também não havia comércio. Imaginei se aquele fosse um bairro bruxo. Embora bruxos não costumassem morar em complexos de apartamentos, os tempos haviam mudado. Muitos bruxos ingleses tinham prazer em se misturar com os trouxas. Não era o meu caso, mas havia gosto pra tudo. Os Weasleys por exemplo. Ouvira dizer que todos eles moravam em apartamentos em Londres.

- Onde estamos? – perguntei.

Harry parou na frente de uma fileira de degraus e olhou pra mim.

- Vamos ficar aqui até amanhã e depois iremos para o Egito.

- Não foi o que eu perguntei, Potter.

Ele subiu os degraus e apertou um botão cinza na parede me ignorando por completo. Estava pronto para lhe dizer que nem em um milhão de anos eu ficaria naquele lugar quando ouvi a voz enérgica de uma mulher pelo interfone. Em um espanhol rápido, imaginei que ela tivesse perguntado quem estava ali. Para minha surpresa, Harry respondeu também em espanhol. Típico Harry Potter. Ele tinha que ser perfeito em tudo o que fazia.

Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora