Chegamos a uma porta imensa toda entalhada com desenhos egípcios. Estávamos exaustos, Harry muito mais do que eu. Assim que havíamos conseguido achar uma saída do incrível lago subterrâneo, demos de cara com uma Esfinge. Ao contrário da lenda, essa Esfinge tinha apenas o propósito de nos devorar e não nos fazer perguntas filosóficas. Até que não havia sido tão ruim, afinal de contas, Harry e eu não éramos nenhuma Hermione Granger. Meu sangue Malfoy também não nos ajudou nessa. Coube a Harry usar de toda a sua experiência para derrotar a criatura. Acho que para Harry foi um tanto doloroso, já que a Esfinge lembrava um pouco um Grifo.
Nossa aventura não ficou só aí. Encontramos Explosivins, escaravelhos nojentos e múmias amaldiçoadas. Ao menos as múmias obedeceram ao meu comando, o que tornou a nossa jornada um pouco menos problemática.
Ali estávamos nós, de frente para o que eu sabia ser o fim da nossa aventura. Atrás daquela porta estava o Livro dos Mortos, disso eu tinha certeza. Olhei para o chão e vi um pequeno e raso buraco – o começo do entalhe. Novamente derramei meu sangue. Dessa vez Harry não tentou me impedir. Ele sabia que aquilo era necessário. Era para isso que eu estava ali. Os Malfoys eram a chave, e por um milagre inexplicável nenhum deles havia usado o livro para o mal. Meu avô provavelmente teria tentado se não tivesse morrido antes.
Vi meu sangue serpentear por toda a porta, e me senti tonto. Era preciso muito mais sangue do que havíamos imaginado. Enquanto ele não completasse todo o desenho, a porta não se abriria. Eu sabia disso, por isso me mantive firme.
Ao meu lado, pude sentir a tensão de Harry emanando de cada poro do seu corpo. Ele não estava gostando nada daquilo. Pelo canto dos olhos o vi caminhar de um lado para o outro como um leão enjaulado.
- Pare! – Harry gritou de repente, me puxando para longe e fechando o corte do meu braço para que o sangue parasse de jorrar.
Tudo foi tão rápido que minha reação só veio depois. Empurrei Harry para longe.
- O que pensa que está fazendo? De repente resolveu se importar comigo, Potter?
Harry respirava tão freneticamente quanto eu.
- Eu não me importo? EU NÃO ME IMPORTO, MALFOY? É claro que me importo, seu idiota!
Meu coração estava disparado no peito, por várias razões.
- Por que me parou, então? Não foi pra isso que viemos até aqui?
Olhei para o imenso portal de pedra. Ele não estava completo. De forma bastante bizarra, meu sangue havia preenchido apenas parte dos entalhes e parecia agora em suspenso, como a esperar por mais para conseguir preencher todo o resto. A magia bruxa nunca deixaria de me surpreender.
Dei um passo na direção dela para começar de novo, mas Harry me impediu.
- Por que... – comecei, e fui interrompido por ele.
- É uma armadilha. – foi a resposta que obtive.
- Como assim? – perguntei confuso.
- Pense, Malfoy. Acha mesmo que um Malfoy deixaria um livro desses enterrado aqui por tanto tempo?
Realmente, eu já pensara naquele detalhe pra lá de estranho.
- Um Malfoy não pode ter sido bonzinho? – dei de ombros.
Harry franziu o cenho como se aquilo fosse a coisa mais absurda do mundo. E o era. Mas era difícil de admitir. Cruzei os braços, irritado.
- Ok, a história não é muito favorável a minha família, mas alguns Malfoys não foram ruins.
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Draco Malfoy
RomanceDraco Malfoy luta contra os fantasmas da sua vida. Um deles é Harry Potter.