Capítulo 42

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Capítulo 42
Brie não voltou na manhã seguinte como prometera. Voltou tarde da noite daquele mesmo dia. O seu desejado barman aparentemente já era comprometido.
— Então ele não se deixou corromper pelos encantos de Brie Martinez?
— Eu nem tava tão afim dele – Deu de ombros enquanto nos conduzia rumo ao estúdio do programa matinal que eu deveria comparecer.
— Claro, claro – Bebi um gole de meu café frio.
— É seu primeiro programa de TV em séculos, está tudo bem?
Suspirei.
— Sinceramente me sinto estranha, não sou entrevistada há tanto tempo que eu nem sei o que fazer.
— Apenas seja você mesma. Mas não tão você, isso pode nos trazer problemas. Seja você, mas uma versão mais contida e cuidadosa com as palavras – Brie sorriu nervosa.
— Ah você ajudou muito.
— É assim que as coisas funcionam, as pessoas não gostam de quem você é de verdade, elas gostam da imagem que criaram de você!
***
Eu me sentia realmente bonita naquele vestido azul Royal que Brie havia escolhido para mim. Era simples, nada sofisticado, como meus antigos visuais patrocinados por grifes de luxo, mas eu gostava, de certa forma, era mais “eu”, mais “Elisabeth “ e menos “Lisa Scott”. Nos lábios um batom púrpura e os olhos com uma maquiagem leve. Os cabelos caindo em ondas largas. Me sentia sexy, e adorava isso.
— Sua prima fez um bom trabalho em mim, não acha?
— Ela está aprendendo maquiagem pra completar a renda quando não está no seu brechó, você foi uma cobaia – Ergui as sobrancelhas – Mas ela arrasou sim – Sorriu e fechou a cara quando olhou na direção da porta do camarim.
Curiosa olhei para a mesma direção. Min Jun estava ali, de pé, visivelmente ansioso.
— Posso ter um minuto com você, Lisa?
Brie direcionou seu olhar desconfortável para mim.
— Você tem um minuto – Respondi sem emoção – Pode nos dar licença Brie?
— Claro — Descruzou os braços e se retirou lançando um olhar aniquilador para Min Jun.
— Você está linda... – Entrou no camarim – Você é linda, mas, uau, eu nunca a vi tão, tão... – Ele parecia atordoado com os olhos percorrendo meu corpo.
— O que você quer Min Jun? Não precisamos interagir aqui, apenas no palco.
— Não é sobre o programa que quero falar – Veio até mim – É sobre nós.
— Acho que já falamos o suficiente sobre nós, não concorda?
— Eu disse que não desistiria de nós e não vou. Eu preciso que confie em mim Lisa.
— Confiar? Em você? Está mesmo pedindo pra que eu confie em você?
— Eu sei que errei muito e não sou digno de sua confiança, mas se ainda sente algo por mim, preciso que confie em mim.
— O que isso tudo quer dizer? – Perguntei perdida em suas palavras.
— Você me ama? – Indagou angustiado.
— Infelizmente sim – Cuspi as palavras.
— Eu ainda te amo e quero que acredite em mim quando digo que não desisti de nós dois – Se aproximou e sua mão deslizou por meu braço, tocando meus dedos – Quando voltar para a casa dos seus pais, me espere... Partirei para a Coreia em alguns dias, mas quando voltar, vou te encontrar na casa deles e vou te explicar tudo.
O fitei em silêncio. Eu não sabia o que dizer. Eu queria estapear sua cara e beijá-lo.
— Adorei sua nova música aliás. Você é realmente talentosa – Sorriu orgulhoso – Eu nunca imaginei que seria tema de uma música...
— Min Jun...
— Vocês entram em 3 minutos! – Um assistente apareceu na porta nos chamando para fora.
Em silêncio seguimos o jovem rapaz até os bastidores do programa.
Esperamos atrás das cortinas, ouvindo a introdução animada dos apresentadores sobre nós.
— Nervosa?
— Um pouco – Forcei um sorriso.
Sentia meu coração na garganta.
— Vai dar tudo certo – Min Jun segurou minha mão e esboçou um sorriso encorajador.
Então as cortinas se abriram, e diante de nós surgiu uma plateia que nos aplaudia e vibrava.
De mãos dadas caminhamos pelo palco como se tivéssemos nos esquecido de soltá-las. Acenamos, sorrimos e cumprimentamos os apresentadores que forçavam uma exagerada simpatia.
— Olá Min Jun, olá Lisa, sejam bem vindos ao “America’s Sunshine com Elle & Joel!”.
— Olá! - Dissemos em uníssono.
Um contra regra erguia uma placa de “aplausos”, para que a platéia nos aplaudisse.
— Estamos realmente animados com a participação do “casal” mais badalado de Hollywood em nosso programa! - Assinalou Joel com um grande sorriso em seus lábios carnudos.
— É o primeiro programa que participam desde o final de “Recém-Casados”, não é?
—Sim, é o primeiro – Respondeu Min Jun cordialmente.
— Aliás o último episódio bateu recordes de audiência, vocês já sabiam disso?
—Ah não, eu não fazia ideia – Ri surpresa com a nova informação.
—Vocês fizeram uma das mais bem sucedidas temporadas de Recém Casados, todo mundo só falava nisso, não é Elle?
—Com certeza, meus filhos se tornaram fãs, devo admitir. Vocês realmente demonstravam muita química em tela. Existe algum segredo para isso? Estavam sendo verdadeiros ali?
— Hum... Bom, na maior parte do tempo nós fomos realmente honestos na forma como agimos um com o outro.
— Então as brigas e desentendimentos foram reais? Muitas pessoas acham que são roteirizadas.
—Sim... Como qualquer pessoa convivendo com outra – Respondeu Min Jun.
—No começo nós até tentamos atuar, mas a produção percebeu que se fossemos nós mesmos, seria mais interessante, então foi o que fizemos. As brigas foram bem reais – Riu Min Jun.
—Eu não sei se foi apenas eu, mas esses conflitos me faziam sentir uma certa tensão sexual entre vocês dois – Observou Elle - Vocês também sentiam isso? - Indagou para a platéia que exclamou um sonoro “sim” em coro – Parece que não foi apenas eu. Então, vocês sentiam isso, ou é coisa da cabeça de nós telespectadores?
—Hum... Bem...- Min Jun olhou para mim desesperado.
—Não sentimos nada disso... Não, nem um pouco. No começo eu o detestava, eu realmente o detestava, mas viramos bons amigos e bem... Min Jun está noivo, não haveria nada além de amizade entre nós!
—Oh, isso é uma notícia em primeira mão pessoal – Joel sorriu chocado e Min Jun esboçou um sorriso amarelo.
A platéia emitia um som de “Ohhh” e Elle me observava calada.
— Então está noivo Min Jun, sua noiva não se importou em vê-lo viver como casado com outra mulher? - Joel ergueu as sobrancelhas aguardando uma resposta de um Min Jun completamente desnorteado.
— Ela... be-bem, e-ela na-na não, nós não... -Ele suspirou – Ela não se importa com nada... nada disso – Riu nervoso.
— Poderia nos dizer o nome da sortuda noiva? - Especulou Elle.
— Eu prefiro manter tudo discreto, ela não gosta de aparecer, espero que não se importem.
—É claro – Sorriu Joel com uma raiva interior em seus olhos.
— Lisa Scott também voltou com tudo como uma fênix - Comentou Elle – Seu vídeo cantando uma música original se tornou um viral na internet e já conta com milhões de visualizações. As pessoas estavam mesmo sedentas por um novo lançamento seu, não acha?
— Eu não imaginava que as pessoas gostariam tanto, eu apenas estava caminhando na praia pra esvaziar a mente e de repente me tornei a pessoa mais comentada do mundo.
— A música soa muito pessoal, fala sobre alguém em específico?
— Sim – Suspirei – Quando eu comecei a escrevê-la eu estava nesse relacionamento e estava feliz, eu nem queria me apaixonar, mas aconteceu e era incrível, mas de repente tudo acabou e isso me despedaçou, então eu terminei a música com o que aconteceu depois, quando terminamos, coloquei meus sentimentos e meu coração nela.
Min Jun permanecia imóvel, como se estivesse cuidando para não esboçar nenhuma reação sobre minhas palavras.
— Pensa em lançá-la oficialmente num futuro album, ou plataformas digitais?
—Eu não sei, não sei se é isso que quero pra mim no momento.
— Não pretende lançar mais músicas?
— Não é minha prioridade, eu preciso colocar minha vida no lugar primeiro.
— Considera que “Recém Casados” tenha ajudado a limpar sua imagem para o público?
— Acho que sim, acredito que as pessoas tenham visto um outro lado meu, o lado verdadeiro, não o que a mídia dizia que eu era.
— Está dizendo que pintavam a imagem de uma Lisa que não existia?
— Não, eu estou dizendo que a mídia e as pessoas podem ser cruéis, elas criam uma imagem de você baseada em apenas o que viram de você e o julgam sobre isso, mas não sabem quem realmente somos.
— Mas você foi pega muitas vezes dirigindo embriagada ou sob o uso de substâncias ilicitas.
— Eu nunca usei drogas, eu admito que bebi, mas eu nunca usei drogas.
— Não é o que víamos nos jornais...
— Podemos voltar a falar sobre o programa?
Interrompeu Min Jun, mas foi ignorado.
— Os jornais mentiam, aumentavam as informações.
— Você teve vários escândalos durante sua carreira, como se sente em relação a isso? - Pressionou Elle.
— Péssima, me sinto péssima. Por que está fazendo isso? - Indaguei ofegante.
— Acha que é um bom exemplo pras crianças e adolescentes?
— Eu não quero ser exemplo pra ninguém.
“Ohhh” , a platéia parecia chocada.
— Não acha que sua afirmação possa soar um tanto irresponsável e problemática? - Elle me olhava com arrogância e um discreto sorriso nos lábios.
Olhei para fora do palco e Brie assistia tudo com seu olhar preocupado. Genna esbravejava com um homem da produção.
—E sobre os rumores de que perdeu sua casa para o banco durante sua estadia no reality show, eles são verdadeiros? - Inquiriu Joel.
Por que?
Por que o ar parecia rarefeito?
— O que isso tem a ver com a nossa entrevista? - Perguntou Min Jun elevando a voz.
— Ainda estavam no programa quando aconteceu, não é?
— Sim, mas isso não importa...
— Teria alguma relação com dividas de jogos ou drogas?
— De onde vocês tiram essas informações? Eu já disse que nunca usei drogas. Eu apenas gastei mais do que devia com uma vida de extravagâncias.
— Não considera que tenha sido irresponsável da sua parte?
— Isso é algum tipo de interrogatório? - Perguntei ofegante - Vocês mesmos me massacraram anos atrás com essas mesmas mentiras – Senti os olhos marejados – E agora isso.
Min Jun segurou minha mão.
— Por que fazem isso? Eu não consigo mais, esse mundo, não, não, isso não é mais pra mim, eu sinto muito – Saltei da poltrona e marchei para fora do palco.
Senti o rosto molhado com um choro silencioso. Tão dificil de respirar. Tão sufocante. Come se estivesse me afogando, em busca de ar, mas tudo que eu fazia era bater os braços em vão.
Não notei que Min Jun havia me seguido até sentir seu cheiro, seus braços ao meu redor, me envolvendo contra seu peito. Suas mãos afagando meus cabelos e minhas costas.
— Tá tudo bem, tá tudo bem, eu tô aqui, tá tudo bem – Murmurou me acalmando.
Eu chorei em silêncio, enquanto Brie permanecia sentada no chão com as palmas das mãos no rosto. Genna caminhava de um lado para o outro inquieta. Os apresentadores chamaram os comerciais e se aproximaram fingindo preocupação.
— Está tudo bem? - Ouvi a voz cínica de Elle.
— Não vê o que fizeram com ela? - Esbravejou Genna - Não era esse o combinado, nós agendamos uma entrevista sobre o Recém Casados e tivemos um interrogatório sobre o passado da Lisa – Ascendeu um cigarro com as mãos trêmulas.
— Não pode fumar aqui! - Assinalou um assistente.
— Cala a boca! - Exasperou Genna irritada.
— Só estamos seguindo ordens superiores – Explicou Joel.
— A diretoria pediu pra mantermos a audiência elevada, você sabe muito bem como isso funciona Genna, sei que faria o mesmo – Disse Elle cuspindo cada palavra.
Genna não a retrucou. O que poderia dizer? Seria hipocrisia sua negar.
Aquela era a realidade do mundo dos famosos. Ninguém realmente se importava com ninguém. Apenas no que você pode oferecer. Audiência, números, dinheiro, contratos, influência, poder...
Meu passado era um prato cheio para a audiência. E então seria isso que eles usariam.
— Vem, vamos sair daqui – Min Jun me levou consigo para fora daquele lugar sufocante.
Caminhamos naquele labirinto de corredores procurando a saída, sem nos importar se seríamos seguidos ou não.
Paparazzis, dezenas deles na porta. Talvez tivessem corrido pra cá quando me assistiram sair correndo desesperada do palco.
Sedentos por uma imagem minha destruída, boa o suficiente para estampar capas de tabloides sensacionalistas.
Min Jun me abraçou e enterrei meu rosto contra seu peito. Me agarrei em sua camisa, como uma criança amedrontada. Então atravessamos a barreira de fotógrafos, que nos cercavam como zumbis.
Sufocante.
Tão sufocante.
Respire Lisa. Respire. Inspire, expire, inspire, expire, conte até 10,50,100...
Tantas pessoas nos empurrando, nos encurralando, apertando, sufocando.
Min Jun não demonstrava medo. Mesmo que suas mãos contra mim estivessem trêmulas. Ele abriu a porta de seu carro e me empurrou para dentro. Permaneci de cabeça baixa, tapando o rosto com as mãos. Segurando o choro, um soluço preso à garganta.
Não disse uma palavra durante o caminho. Mas senti a mão de Min Jun se entrelaçar a minha e o olhei por um instante. Mas minha mente estava distante, anestesiada demais para pensar em algo.
— Obrigada – Foi tudo que consegui dizer num sussurro choroso.
***
Paramos no estacionamento subterrâneo de seu prédio e descemos do carro antes que qualquer paparazzi pudesse nos encontrar.
De mãos dadas pegamos o elevador felizmente vazio e subimos até seu andar. Entramos em sua casa, e pude enfim respirar.
Estava segura.
Solucei caindo de joelhos no chão, as pernas cedendo, desabando em meu próprio desespero. Min Jun se ajoelhou ao meu lado e me abraçou. Não disse nada. Apenas estava ali, afagando minhas costas, ouvindo meus soluços engasgados.
Me afastei o suficiente para encará-lo. Ele havia chorado. Seus olhos vermelhos e molhados o denunciavam. Chorando quieto, para que eu não notasse. Seus olhar preocupado e perturbado.
Estendeu sua mão e afastou os cabelos grudados em meu rosto.
— Quer falar sobre isso? – Murmurou e secou meu rosto com as mãos.
— Não, não quero – Sacudi a cabeça, fungando.
Apalpei meu corpo. Meu celular não estava comigo.
— Acho que esqueci meu telefone...
— Vou avisar a Brie, e ela cuida disso, tudo bem? – Pousou uma mão em meu ombro.
— Mas é realmente bom ficar longe da Internet por enquanto, pode ser bem tóxico nesse momento.
Assenti com a cabeça.
— Pode ficar o quanto quiser, estou aqui por você amor... – Me ajudou a levantar – Se quiser lavar o rosto o banheiro é por... Você sabe onde fica – Deu um rápido sorriso.
Percebi que aquele lugar me era conhecido. O lugar onde eu admiti meus sentimentos por Min Jun, onde tivemos nossa primeira vez.
Caminhei para o banheiro sem qualquer dificuldade de me encontrar. Lavei meu rosto manchado de maquiagem derretida. Os olhos inchados e distantes, sem vida.
Passei alguns minutos com as mãos apoiadas à bancada de mármore escuro, com os olhos fixos no espelho sem olhar exatamente para nada. Minha mente estava longe. Pensando em como a simples rejeição da ideia de entrar em um Reality show me pouparia tantas lágrimas. Mas ao menos algumas das maiores e mais gratificantes experiências de vida que tive foram graças a ele.
E a melhor coisa que tinha me acontecido, não fora Min Jun, ou meus pais.
Fora eu mesma. Eu estava enfim me conhecendo, me descobrindo, abrindo meus olhos para meu auto conhecimento e para a vida real.
Min Jun me aguardava sentado no sofá segurando uma caneca.
— Acho que um chá pode ser bom para acalmar os ânimos – Me ofereceu a caneca fumegante e me acomodei ao seu lado.
— Sua noiva não vai se incomodar de abrigar sua ex, assim em sua casa?
Min Jun mordeu o lábio e suspirou.
— Eu... Eu terminei as coisas com ela, com Park Hae Jin.
Meu coração deu um salto, mas fingi indiferença.
— Não está mais noivo? – Tentei não soar afobada.
—Não, eu... Nós conversamos e coloquei um ponto final nessa história, ela não se importou. Ficou aliviada na verdade.
— Por que fez isso?
— Fiz por mim – Aceitei balançando a cabeça um tanto desapontada – Por Hae Jin, por você – Seu olhar encontrou o meu – Não era justo fazer três pessoas infelizes pelo egoísmo do meu pai ou por uma tradição antiquada.
— Eu não fazia ideia – Murmurei.
— Eu queria te contar quando fosse na casa dos seus pais, mas acho que me adiantei – Riu e colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.
Seu olhar sobre mim era cuidadoso. Um singelo sorriso em seus lábios, sem maldade alguma. Apenas puro e simples carinho e cuidado.
— Beba seu chá, vai te acalmar e se precisar conversar sobre o que aconteceu, eu vou estar aqui – Segurou minha mão livre – Sempre estarei aqui por você, mesmo que me odeie – sorriu triste.
— Eu te amo – Libertei as palavras presas em minha garganta sem pensar.
— Lisa, eu não acho que esteja tão bem, apenas tome seu chá – Desviou o olhar e se levantou.
Coloquei a caneca sobre a mesa de centro e segurei sua mão.
— Eu te amo pra caralho – Apertei os lábios.
Me levantei e fitei seus olhos. Senti sua respiração irregular. Coloquei sua mão em meu peito.
— Está acelerado, não é? – Sorri.
Seu rosto ficou sério e então ele colocou um fim na distância que havia entre nós.
Seus lábios esmagando os meus num beijo urgente. Suas mãos me trazendo cada vez mais contra si. Minhas mãos em sua nuca e minhas pernas ao redor de seus quadris.
***
Os dedos de Min Jun deslizavam preguiçosamente em meu braço, seus lábios avermelhados e levemente inchados esboçando um sorriso divertido.
— Você é tão linda – Seu dedão alisou minha bochecha – É perfeita – Eu sorri – Está tão quieta.
— Estou feliz e caramba eu realmente te ensinei direitinho – Brinquei com um fundo de verdade.
Ele jogou a cabeça para trás rindo e seu rosto se tornou num vermelho vivo.
— Eu tive uma ótima professora – Assentiu constrangido.
— Por que está tão envergonhado?
— Eu não sei – Riu nervoso e mordeu o lábio – Só é estranho ouvir sua avaliação sobre minha performance – Concluiu com uma expressão de sofrimento.
— Pode me avaliar também, sem problemas, eu aguento ouvir.
— Posso?
— Qual minha nota, vamos lá?
— Você é sempre perfeita Lisa – me puxou para um beijo – É a única mulher da minha vida, eu não tenho critérios – Fechei a cara e ele gargalhou se divertindo quando o estapeei subindo em seu colo nu.
— Certo, certo – Riu e segurou meus pulsos, se sentando recostado à cabeceira – Eu amo quando me toca – beijou a palma da minha mão – Eu amo poder te tocar e você é incrível, mesmo que eu nunca tenha dormido com outras pessoas. Eu não tenho o menor interesse em ficar com outra pessoa pra ter mais experiência – Acariciou meu rosto – Eu já tenho tudo que preciso em você Lisa. Eu adoro fazer amor com você, se é isso que quer saber.
Sorri orgulhosa de mim mesma.
— Eu adoro te tocar – Suas mãos quentes seguraram minha cintura e subiram vagarosamente até meus seios – Eu adoro essa expressão que você faz quando a toco -Uma mão dentro de mim – Assim – Fechei os olhos por um momento.
Inclinei meu rosto para beijá-lo, mas ele se afastou e sorriu maldoso. Se aproximou de meu ouvido e senti seu hálito quente quando sussurrou:
— Você gosta assim? – Me derreti sobre ele, sentindo minha própria respiração pesada – Podemos fazer contra a parede e derrubar alguns quadros se preferir – Mordiscou meu lóbulo e meu pescoço.
Puta merda. Era esse o mesmo Min Jun de meses atrás?
Estremeci com suas provocações e gemi imaginando a cena.
Ele me trouxe para si num beijo caloroso e então o senti dentro de mim.
— Eu te amo Elisabeth Scott – sussurrou entre beijos e gemidos – Eu te amo – Mordi seu ombro.
No paraíso. Eu estava no paraíso. Ali, montada em Min Jun, onde tudo que se ouvia era o som de nossas respirações e corpos se chocando.
E eu desejava aquilo pela eternidade.






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