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—— Diego ——

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—— Diego ——

ACORDO COM UMA DOR INSUPORTÁVEL NA BARRIGA, numa cama dura, com alguma coisa no braço e  com dificuldade de abrir os olhos por causa de uma luz branca muito forte.

Olho pro meu lado e vejo Yara sentada em uma cadeira ao meu lado apoiada em si mesma, encarando e acariciando minha mão cabisbaixa, estava com nariz e olhos vermelhos e o rosto inchado, parecia exausta.

— O que aconteceu? Você 'tava chorando? — tento me levantar, mas minha barriga dói muito e gruni de dor.

— Di, você acordou! — abriu um sorriso de orelha a orelha, e que sorriso. — Não levanta, fica deitado. — me empurrou delicadamente para voltar a deitar.

— O que é que eu to fazendo aqui? Cadê minha blusa? E porque você 'tava chorando? Tá com uma cara péssima, até parece que não dormiu nada. — olhei para os lados e vi que estava na enfermaria.

— Por que eu não dormi, imbecil! Fiquei a noite toda aqui do teu lado esperando você acordar. — suspirou parecendo aliviada. — Você não lembra nada? — apontou para minha barriga, eu olho dois curativos em minha barriga e logo lembro de tudo.

— Ah, lembrei agora. — suspirei com um pouco de dor. — Quando tempo eu dormi? 

— Então... você não dormiu e nem foi anestesiado, você meio que tava inconsciente desde ontem a tarde. — se embolou um pouco nas palavras ainda fitando minhas mão e a acariciando-a. — Tem noção do que é isso? Quase 24 horas inconsciente? — falou pausadamente, parecia...abalada?

— Na verdade não sei como é, não lembro. — dou um leve riso e sou repreendido por Yara que me fuzila com os olhos.

— Seu idiota, se você não tivesse aí eu te dava um soco agora mesmo. — soltou minha mão e se levantou rapidamente. — Eu fiquei desesperada, briguei com o Luther, quase surtei com a Grace, te dei meu sangue por que você perdeu muito, mesmo eu quase ter feito essa bala atravessar teu corpo de tanto apertar, fiquei a noite toda acordada na esperança de você acordar, não comi nada desde ontem, chorei horrores por que você tava quase morrendo e você faz uma piada dessas, seu idiota! — se sentou na beirada da maca com os olhos marejados.

— Então quer dizer que você chorou por mim? Eu nunca te vi chorar. — E realmente nunca tinha visto.

— Di, você desmaiou no meu colo depois de eu te dar um tapa pra ficar acordado e com 2 balas na barriga, qualquer um que te ama ficaria do mesmo jeito. — falou embargada e secou a lágrima que caiu.

— Então você me a-ama? — desviou o olhar e sorriu.

— Mas é lógico, seu idiota. — volta a me olhar e ri nasalmente. — Cara, você é meu melhor melhor amigo, foi o primeiro que se importou comigo em anos e eu gos...

— Diego, você acordou. — Vanya a interrompeu entrando na sala e vindo até nós. — Até que enfim, a gente tava morrendo de preocupação.

— É, a Yara me disse. — a encarei e ela desviou o olhar mordendo o lábio inferior e sorrindo. — Mas eu já to melhor, posso até sair daqui.

— Nem ouse em fazer isso! — Yara fecha a cara na hora. — Você vai ficar deitado aí até segunda ordem!

— Mas eu.. — me interrompeu sem nem ao menos me deixar argumentar.

— Sem mas, se os pontos abrirem você vai fica mais tempo na cama, então se eu fosse você aquietava o faixo. — Vanya olha para mim, para Yara e sai do quarto discretamente.

— Então ta. — ergo as mão em forma de rendimento. — Ai!

— Abaixa esses braços. — abaixou meus braços e os deixou sob a maca delicadamente. — Não pode fazer muito esforço, nem se esticar muito, se você se esticar tua pele estica e solta os pontos. — falou ainda emburrada. 

— Ta, ta, ta, já entendi, mas quando eu saio daqui? Quero pelo menos uma cama descente. — resmungo tentando me arrumar de uma forma confortável na maca.

— Quando tirar o soro, provavelmente. — apontou para meu braço.

— Soro? — olho para meu braço e tem uma agulha enfiada nele. Engulo um seco. — Tira isso de mim agora, Yara!

— Não posso, mas nem se preocupe ela não é tão grande assim, a minha foi maior. — ergueu a manga da blusa e apontou para um furinho no braço. — Aqui que a Grace tirou o meu sangue pra dar pra você, já que o Senhorio precisava.

— Ta bom, já entendi que um pouco do te sangue corre nas minhas veias.

— E eu ainda tenho um pouco do teu embaixo das minhas unhas. — me mostrou suas mãos um pouco manchadas e com sangue embaixo das unhas.

— Isso é macabro. — fiz careta.

— Não é pior que ver a Grace tirando as balas de você. — disse cabisbaixa entrelaçando nossos dedos, arregalei os olhos e até me arrepiei.

— V-você viu ela tirando e fico olhando?

— É, não foi a melhor cena do mundo, mas sim, eu achei que você sentiria dor, então eu fiquei segurando a tua mão, mas acho que era mais medo de te perder do que de você sentir dor. — sorriu fraco sem me olhar.

Encaro ela e fico pensando como foi tão corajosa. Ela tem medo de agulha e doou sangue para mim, vive reclamando de fome e sono e mesmo assim ficou sem comer e sem dormir por mim, e ficou todo esse tempo do meu lado me esperando acordar, essa menina é simplesmente incrível.

— Eu sei. — sorriu, merda de leitura de mentes.

— Posso nem pensar sozinho agora? — riu.

— Não, não pode. — fez um biquinho e ficou muito fofa.

— Sabe que foi uma pergunta retórica, né? — revirou os olhos assentindo. — Obrigado.

— Pelo o que? 

— Por se importar...comigo. — desviei o olha, mas ela ergue meu queixo me fazendo olha-la. 

— Eu sempre vou me importar. — aproximou seu rosto do meu. — E sempre vou te amar.

Yaritza | Número 8 || Diego HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora