KLAUS OLHAVA MARAVILHADO COMO SE aquela mísera chama fosse a coisa mais extraordinária do mundo.
— Do mesmo jeito que eu posso tacar fogo, posso sugar ele. — começo a brincar com aquela chama por cima da cabeça deles.
— Tá, mas e os olhos? — Luther perguntou sem tirar os olhos da pequena bola de fogo.
— Então, quando eu uso o fogo elas trocam de verde pra vermelho, mas geralmente é só quando uso muita energia ou quero assustar alguém, tenho controle sobre a mudança deles. — sugo a chama e a apago.
— Sinistro. — Klaus riu abafado.
— Bom, agora to indo tomar um banho, vou ficar aqui por uns dias, acho que vou ter companhia. — encaro Luther com um sorriso forçado e subo a escadaria.
—— Diego ——
Depois daquela conversa com a Yara sobre os novos poderes, vou embora e, pra minha sorte, Klaus vem atrás pedindo carona e com aquela saia ridícula.
Peguei meu carro e parei perto de um lago, Klaus ficou dentro carro falando sozinho como sempre, fui a beira da água e joguei o monóculo do papai da água, assim ninguém o encontraria.
Ouço pelo rádio que teve uma troca de tiros no Griddy's, a lanchonete onde íamos quando crianças para comer rosquinhas até vomitar. Entro no carro, visto minha máscara e vou até lá.
Entrei com meu distintivo falso e fui falar com a atendente que estava aterrorizada e confusa também. Tinham vários homens mortos no chão e muito sangue espalhado pelo local, aparentemente todos tinham a mesma arma, o que deixava o caso bem estranho.
Quem fez isso deixou um belo estrago.
Falando com a atendente só fiquei mais confuso ainda. Antes do atentado, um homem estava na lanchonete com seu neto, eles pagaram e quando ela foi pegar o troco na sala dos fundos ouviu os tiros e se escondeu em baixo de uma mesa, só saiu de lá quando os tiros pararam, mas já estava tudo do jeito que está agora.
Para evitar tumulto saí pelos fundos, o que foi em vão, pois quando coloquei os pés do lado de fora da lanchonete, Eudora estava ali a minha espera.
— Merda! Espera deixa eu expli... — não pude terminar de falar, pois fui interrompido com um choque na barriga que me fez cair no chão.
Que dor horrível.
— Você não fala com as minhas testemunhas. — Eudora se abaixou, me algemou e ajudou-me a me levantar do chão.
— Deixa eu te atualizar no caso, Eudora. — apertou minhas algemas ainda mais me fazendo grunir de dor.
— Não me chama assim! — falou entredentes me levando até a viatura.
— Ta bom, Detetive Patch, combinamos de manter o profissionalismo. — bufei revirando os olhos.
— Eu não lembro da gente ter feito nenhum acordo. — me virou bruscamente nos deixando frente a frente.
— A gente concordava em algumas coisas. — sorrio brincalhão lembrando dos velhos tempos.
— É mesmo? — começou a vasculhar todo meu casaco. — Eu vou confiscar isso e isso. — pegou meu rádio e meu distintivo falso. — Isso pode ficar contigo. — devolveu minha máscara no bolso da minha jaqueta.
— Você gostava disso. — ri abafado. Eudora me fuzila com os olhos.
— Não gosto mais. — sorriu forçado.
Paramos em frente a viatura onde ela abriu a porta e me mandou entrar.
— Olha, a situação parece que foi um assalto frustado, mas a minha intuição diz que tem algo mais, a garçonete falou algo do cara do reboque, ele pode saber de alguma coisa. — abaixo a cabeça e entro na viatura.
— Diego você não é mais policial, lembra? — falou irônica, bufo e desvio o olhar.
— É, eu sei.
— Sabe? Porque você aparece e age como se fizesse parte disso. — se referiu ao trabalho que eu exercia como "policial". — Você não faz, não mais.
— Eu sou bom nisso, você sabe que eu posso ajudar dentro e fora da delegacia. — faço uma cara de cachorro pedinte tentando convence-la.
— Eu sei que você gosta disso, mas eu não preciso da sua ajuda e não vou realizar suas fantasias como Batman. — acenou para a viatura ir. — E não faz essa cara, comigo não cola mais.
[...]
Ao amanhecer, Eudora me soltou, passei a noite toda na delegacia, peguei minhas coisas e vou pra casa. Chegando lá vejo a porta aberta e, pela fresta, cuidadosamente, jogo uma faca que passa ao lado do homem que estava la.
— Ai! — Luther deu um pulinho de susto se levantando da cadeira.
— Senti que você estava aqui. — entro e fecho a porta ainda não o encarando.
— Pra que isso? — apontou para a faca. — Podia ter me matado!
— Se eu quisesse te matar, você já estaria morto. — desci os degraus o encarando com desdém.
— Lugar legal. — se referiu ao quarto olhando cada canto do mesmo.
É pequeno, uma casa em um cômodo, mas é aqui que eu vivo e até que é legal.
— E eu adoro. — sorri ladino tirando meu cinto de facas.
— Porque não me contou?
— Não te contei o que? — franzi o cenho o encarando.
— Que tava lutando no dia que papai morreu. — pegou o poster que divulgou a minha luta daquela noite. — O pessoal aqui da academia me contou.
— É eu não devo provar minha inocência pra você. — me aproximei dele ficando a uns três passos de distância. — Ou pra qualquer um dessa família.
— É você tem razão, eu só achei... — o interrompi.
— É, eu sei o que você achou. — enfatizei. — Tenha um bom dia, irmão. — falei com desdém.
Me encarou, assentiu e deu as costas saindo do quarto.
Finalmente paz, mais ou menos, ainda tem toda a academia para limpar. É o preço que eu pago para morar nos fundos de uma academia.
— Que maravilha.
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Yaritza | Número 8 || Diego Hargreeves
FanficUm gênio milionário fanático por guarda-chuvas e uniformes, decide adotar 8 de 43 crianças que nasceram milagrosamente e com superpoderes, treinou-as para serem super heróis e salvar o mundo. O que aconteceria se o fim do mundo chegasse em um moment...