CAPÍTULO 15

2.8K 367 12
                                    

HEROUX

Eu fiz algo que nunca cogitei fazer, ligar para Martina e pedir pessoalmente que tirasse um tempo para atender uma amiga minha, claro que ela aceitou, pelo preço certo. Eu a tinha conhecido em meu envolvimento rápido com uma modelo, ela era uma stylist renomada e certamente ajudaria Ariel a se encontrar no que dizia a imagem. Também contratei um conjunto de profissionais de outras áreas para atendê-la e pedi Alysson para marcar uma consulta no médico e tirar um dia para ajudar sua protegida. Ela não escondeu o sorriso de satisfação por isso, eu nunca tinha dispensado-a de um dia de trabalho antes do mesmo terminar. Na verdade, eu nunca tinha feito nada do que eu estava fazendo atualmente, principalmente, ficar numa sexta-feira fazendo trabalho de dois.

Sem Alysson, minha vida estava um caos, suas tarefas eram mais duras que as minhas, perdi conta de quantas chamadas atendi e quantos clientes tive de recusar — educadamente. Felizmente, passei a provação daquele dia e voltei a casa, mais descansado quando ela me informou que tudo o que pedi foi cumprido ao mínimo detalhe. Estava ansioso para ver o resultado, afinal, aquilo não tinha saído da minha cabeça a tarde toda. Ultimamente Ariel não saíam da minha cabeça. Ela habitava meus pensamentos desde que eu acordava até ao momento em que eu dormia. Era difícil admitir, mas era a verdade.

— Obrigado Mathias — agradeci a porta aberta e recolhi todos os pertences antes de sair. — Tenha uma ótima noite.

— Obrigado senhor.

Entrei dentro de casa e meus olhos automaticamente foram pressionados a buscar por ela. Não estava em nenhum cômodo próximo então decidi me trocar do cansaço do trabalho. Fiz um banho, vesti um pijama em xadrez e desci para jantar. Nesse instante encontrei Ariel na cozinha, infelizmente, vestida na sua camiseta de dormir de sempre.

— Oi, precisa de ajuda? — Perguntei ao vê-la aquecer a comida.

— Sim, coloque os copos e talheres — disse isso tirando sumos e água. Fiz o que ela pediu. — Obrigada.

Nossa conversa se limitou a isso, porém, parecia que conversávamos com os olhos a cada instante que cruzavamos espreitando o outro. Ariel era bonita, eu não tinha dúvidas quanto a isso, tinha traços únicos, maçãs do rosto definidas, lábios carnudos e um formato angelical. Havia inocência nos seus olhos, não de uma menina, mas de alguém que talvez fosse insegura sobre parte de suas ações. Ela tinha mesmo feito sexo uma vez e aquilo era intrigante porque havia sido comigo. Porquê eu? Provavelmente não tivessem faltado pretendentes, pessoas que a conheciam e ela conhecia, que a queriam para mais do que uma noite. Eu a quis para uma noite e agora eu estava confuso. Ariel me deixava aéreo e na maior parte do tempo cheio de tesão. Eu não era indiferente a ela, eu ainda a via como a mulher que era e com a gravidez ela parecia. . . Suspirei. Ela olhou-me franzindo o sobrolho.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou curiosa.

— Nada. — Eu não deveria pensar em qualquer coisa de cunho sexual sobre ela. Já tinha feito estrago o suficiente ao não usar preservativo.

Pedi licença para atender o meu celular e apanhar um pouco de ar. Era da clínica, o responsável do laboratório me dizendo que tinha conseguido finalizar seu trabalho e eu poderia buscar os resultados amanhã. Com essa informação eu mal me mantive calmo, sábado era o dia da verdade. Após me despedir de Ariel e ela de mim, eu fui ao quarto tentar dormir. Sábado pareceu tão longe que quando o dia clareou, saí o mais cedo que consegui. Meu carro estacionou na clínica uma hora antes do horário de abertura. Fiquei lá, olhando para o letreiro e me perguntando se conseguiria aguentar as consequências da resposta que estava buscando. Bom, a coisa toda estava feita, se fosse minha não me restariam opções senão agir como homem.

UM LAÇO ETERNO《#Orfãos Cardin 1》Onde histórias criam vida. Descubra agora