13. Dogmas

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Vir, o País da Devoção, como é popularmente conhecido. Uma nação famosa pelas repletas de paisagens naturais exuberantes, rios cheios de criaturas exóticas e, principalmente pela religião amplamente difundida. Neste reino Eliza esperava encontrar as respostas sobre o seu passado tão duvidoso. Durante o período que passou atravessando a estrada rodeada de belas planícies se perguntava se, caso fosse confirmada sua origem, ela realmente gostaria ou não de morar ali. Mal havia parado para reparar que a primeira neve do inverno já começara a cair durante sua viagem, o que a fez se lembrar brevemente do final da guerra do ano anterior. Antes que ela percebesse o grupo avistou os muros de uma grande cidade ao longe, poucos dias após a discussão que tiveram sobre divindades.

— É ali? — Questionou Eliza.

— Qual é a cor dos muros? — Perguntou Harry.

— São brancos.

— Então chegamos, senhorita — afirmou sorridente, erguendo o rosto. — Aquela é a nossa capital, Spica. Você terá bastante tempo para conhecê-la.

— Harry, me diga uma coisa.

— Pois não.

— Como você consegue se localizar se está sempre com essa venda?

— Me guio pelo som como os morcegos.

— Sério?

— Não — respondeu rindo. — Treinei por vinte anos para me acostumar e entender os sons ao meu redor, embora eu retire a venda as vezes quando sei que não há ninguém por perto.

Algumas horas depois eles finalmente chegaram aos portões. Diferente de Hamal não haviam tantas pessoas nos portões, a segurança lhe pareceu mais amena e nenhum documento precisou ser entregue aos guardas. No momento em que esses reconheceram Harry permitiram que todos passassem de imediato.

— Você é realmente respeitado aqui, não é? — Perguntou Arda.

— São as vantagens de fazer parte do conselho que governa o país — respondeu.

— E como vocês tomam as decisões importantes?

— Por votação, é claro. Somos sete então nunca ocorreu um empate. Todos respeitam a decisão final, ainda que alguns não concordem.

— Me parece plausível.

— Você perceberá que, nós somos perfeitamente capazes de lidar com a maior parte dos problemas deste país. — O grupo adentriu cada vez mais na cidade. — Porém eu adimito que sinto falta da época do governo do rei Gregory.

— Como ele era? — Eliza o indagou.

— Firme, mas compreensivo — respondeu. — Tinha uma mente um pouco mais aberta que a maioria, embora muitos o considerassem um conservador. Era um homem fiel aos seus princípios e isso era admirável. — Suspirou logo em seguida. — Lamento pelo seu triste fim. Ah, chegamos.

Eliza observou a grande construção a sua frente. Um palácio repleto de altas torres, as paredes externas eram como mármore, os vitrais coloridos refletiam a luz solar e os portões de ferro eram bem maiores do que o necessário. Na porta de entrada dois guardas de estatura elevada protegiam o local. Suas pesadas armaduras somadas aos enormas machados que portavam deixavam claro que não estavam brincando em serviço.

— Este é o Palácio das Memórias, minha cara. Aqui fica a sede do governo e é onde ocorrem a maior parte das reuniões dos Sete Virtuosos.

— Então quer dizer que todo o seu grupo está aqui? — Questionou Arda.

— Nem sempre todos estão aqui, pois há questões que exigem atenção em outras partes do país — disse, parecendo lamentar, porém voltando ao seu tom normal logo em seguida. — Mas hoje estão todos aqui, quero dizer, foi o combinado — disse rindo. — Quanto aos rapazes, receio que não seja permitida a entrada de ninguém portando armas, pois o local é sagrado.

A Saga de Arietis. Livro 2 - Heresia (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora