14. As Sete Virtudes

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Observando aqueles tronos imponentes Eliza se sentia insignificante. Olhava para Harry, posicionado no trono a extrema direita de seus companheiros. Sorrindo ele coçou a cabeça e prosseguiu.

— Sei que já me conhecem, mas por uma questão de formalidade me apresentarei novamente. Sou Harry Versu, chefe da equipe de inteligência e representante da Virtude da Paciência.

Ele inclinou a cabeça para a esquerda, fazendo um sinal para a pessoa ao seu lado. Foi então que todos começaram a se apresentar em sequência da direita para a esquerda.

— Eu sou Laska — disse o homem retirando o capuz, deixando cair os cabelos pretos sobre seus ombros. — Neste momento sou responsável pela distribuição de recursos do país e represento a Virtude da Caridade. Ah, vocês parecem cansadas. Querem um pouco de vigor?

— Como é? — disse Eliza confusa.

Ele criou duas pequenas esferas verdes na palma da mão e as lançou em direção as duas visitantes. No instante em que foram tocadas pela magia de Laska ambas se sentiram anormalmente revigoradas.

— O que foi isso? — perguntou Arda.

— Ele leva a parte da Caridade bem a sério, mesmo antes de receber esse título — comentou Harry dando uma risada.

A próxima foi a mesma mulher que discutira com Arda momentos atrás. Diferente dos outros dois ela não retirou seu capuz, sendo possível apenas ver seu rosto alvo e seus olhos azuis que ainda demonstrando insatisfação.

— Catarina é meu nome. Sou a atual Grande Irmã Branca, líder do clero. Minha virtude é a Castidade.

Aquele que falou em seguida era o homem no trono que estava ao centro. Esse já estava sem o capuz quando sua vez chegou. Seus olhos verdes somados aos cabelos brancos transmitiam a experiência de um ancião.

— Sou Solomon, Responsável pela construção civil. Sou o líder deste conselho e represento a Virtude Humildade.

— Me parece bem adequado, pois um líder orgulhoso seria um problema — comentou Eliza, falando pela primeira vez desde que o conselho começara a se pronunciar.

— Obrigado, suas palavras são gentis — disse Solomon.

Ele fez sinal para a pessoa seguinte falar. Quando o capuz foi retirado os curtos cabelos castanhos, na altura das orelhas, se revelaram. A postura firme somada ao olhar afiado causava tanta intimidação que a ruiva chegou a desviar o olhar por um momento. Foi só quando ouviu sua voz que Eliza percebeu que aquela se tratava de uma mulher.

— Sou Avelina, chefe do exército — disse de forma seca e direta. — Minha Virtude é a Temperança.

Sem dizer mais nada ela passou a palavra para a última pessoa ali assentada. Eliza não conseguiu conter a surpresa quando a última mulher diante dela deixou as orelhas pontudas à vista.

— Akariel?! — Disse Arda em total descrença.

— Vocês se conhecem?! — Questionou Eliza.

— Longa história — evadiu-se.

— Já faz bastante tempo — rebateu a outra elfa sorrindo. — Vejo que ainda trabalha como mercenária. Está aqui como guarda-costas hoje?

— Bem, pode-se dizer que sim — respondeu evitando encarar diretamente os olhos verdes que a fitavam curiosos. — Você... mudou o cabelo.

— Você gostou? — Perguntou exibindo as três pequenas tranças na lateral direita de sua cabeça em contraste com o resto de seu cabelo vermelho, que permanecia solto. — Eu achei um novo visual me faria bem. — Percebendo que os demais estavam começando a se sentir incomodados com o falatório ela retomou sua apresentação. — Bem, como já foi dito, meu nome é Akariel, a chefe administrativa e minha virtude é a Diligência.

A Saga de Arietis. Livro 2 - Heresia (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora