Já havia se passado um dia desde a partida do grupo de Edward para Australis. Um homem acabaram de se posicionar na proa, agarrado a uma das cordas do navio com uma mão e mantendo uma garrafa de rum na outra. Para todos os tripulantes isso só significavá uma coisa...
— Oh, bela sereia do mar, pode vir e me levar. Sou seu e somente seu e por você vale apena até me afogar!
— Então aquele é o Jofrey? — perguntou Theomar ao capitão. — Que animado ele é.
— Você ainda não viu nada — comentou Jask. — Ele ainda está falando em rimas. O divertido é quando ele começa a falar coisas sem sentido.
— Não me deixe no altar, pois não sei se um dia vou voltar a me apaixonar! Meu coração pertence a ti, bela dama do mar!
— Eu acho que nunca enjoaria de viajar com esse cara — declarou ele o arietiano gargalhando.
— Malditos esquilos anterianos! Eles não percebem que fadas não gostam de abacate! Me dê aqueles morangos azuis e eu te mostro como fazer uma torta de sapatos.
— Acho que ele começou — disse Jask. — Agora é que fica divertido.
Naquele momento uma luz brilhou no peito de Theomar e Toris saiu, voando por cima do navio e depois pousando sobre a cabeça de seu mestre.
— A brisa do mar, que revigorante — comentou o familiar. — Já não viajavamos assim há muito tempo, não é?
— Você dormiu bem?
— Sim, uma soneca maravilhosa depois de voar por um dia inteiro.
— Liberdade para as borboletas! — continuou Jofrey. — Chega da tirania das mariposas!
— Não sei o que está havendo, mas gostei daquele cara — comentou Toris. — Eu vou até lá. — Ele voou até a proa e pousou o lado do bêbado. — Qual é o problema das borboletas?
Jofrey se virou na direção do pequeno dragão e arregalou os olhos.
— Olha o tamanho dessa gaivota, cara!
— Gaivota? Você comeu côco ou só é doido mesmo?
— A gaivota fala!
— Não sou gaivota, sua mula. Sou um dragão.
— Um dragão viaja pelo céu em plena tempestade enquanto plana! Sua fúria inconfundível declara morte a toda a raça... raça... o que era mesmo?
— Das iguanas — completou Toris.
Jofrey o encarou chocado e após um breve momento de silêncio continuou.
— Das iguanas!
— Morte às iguanas! — declarou o dragão.
— Morte às iguanas! — concordou Jofrey.
Ambos começaram a repetir aquilo como um grito de guerra até que o som de um trovão os interrompeu.
— Parece que aí vem tempestade — disse Theomar, olhando as nuvens escuras ao longe. — Onde estamos agora?
— Passamos das Ilhas Fragmentadas pouco antes do amanhecer.
— Já avançamos isso tudo? Deveria levar uma semana até chegarmos lá.
— Sou um hidromante, garoto. O controle certo dá água faz com que eu consiga fazer este navio viajar bem mais rápido que o normal.
— Eu nunca fui muito bom com água em estado líquido.
— Posso te dar umas dicas depois se quiser, em troca que tal você me dar umas sobre criomancia?
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A Saga de Arietis. Livro 2 - Heresia (Completo)
FantasíaUm ano após o fim da guerra contra Antares o reino de Arietis tenta se reerguer aos poucos. A economia, a educação e o poder militar ainda estão precários e a paz ainda é mantida com dificuldade. Em meio ao estado delicado da nação Eliza se vê obrig...