51. A Ameaça

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Toris já podia ver Hamal ao longe, porém reparou em algo estranho. Fumaça podia ser vista subindo de vários pontos da cidade. Algo sobrevoava a capital arietiana, algo grande e vermelho que pousou no que pareceu ser a área na qual ficava o Palácio Branco.

— O que é aquela coisa? — perguntou Theomar.

— Problema dos grandes — respondeu Toris. — É um dragão de fogo.

— Não está atacando a cidade, então de onde está vindo a fumaça? — perguntou Eliza.

— Distrito Nobre — disse Toris.

— Dan! — disse Eliza.

— Charlotte! — disse Íntegra simultaneamente.

— Não sei o que está acontecendo, mas devemos agir rápido — disse Nicolas. — Eu e Theo vamos até o Palácio Branco ver se a família real está bem. Íntegra e Liz, vocês vão até o Distrito Nobre e descobrem o que está acontecendo por lá. Se algo der errado, a prioridade de vocês duas e manter Dan e Charlotte seguros. Não venham atrás de nós a menos que as crianças estejam bem, entenderam?

— Sim — responderam elas.

— Chegamos — declarou Nicolas. — Dividam-se agora!

Eliza e Íntegra se jogaram das costas de Toris. A loira agarrou a companheira por alguns metros até estarem baixo o bastante para que a Cavaleira da Fé removesse um bloco de terra do chão para sobrevoar a cidade sobre ele. Partiram em direção ai Distrito Nobre. Enquanto isso Theomar e Nicolas se aproximaram do Palácio Branco onde avistaram um grande dragão vermelho de pé no pátio. A fera mantinha guarda, impedindo que qualquer um subisse a escadaria e adentrasse o edifício.

— Como conseguiram trazer um dragão de fogo para a batalha? — perguntou-se Theomar. — Eles prezam por seus tesouros acima de tudo. Um deles não pousaria em frente a um palácio e ficaria parado.

O dragão ergueu a cabeça e olhou para eles, disparado uma rajada de fogo da qual Toris foi obrigado a desviar.

— Grosseiro como é de costume da espécie — disse Toris.

— Amigão, precisamos entrar — disse Theomar. — Consegue manter o vermelhão ocupado?

— Eu estava esperando você perguntar. Posso destruir tudo no processo? Tudo nas imediações do palácio ou o atraia para longe. Não queremos mais civis morrendo aqui.

— Deixa comigo.

Em seguida eles viram um raio luminoso atravessar uma janela no local onde deveria ser a sala do trono. Depois repararam numa figura de asas negras voando ele direção a abertura, era Merilla, e adentrando o prédio.

— Aquela é a chance de vocês — disse Toris. — Vão atrás dela. Eu cuido do vermelhão.

Alguns minutos antes Lúcia montava guarda fora do escritório de Laila. Ainda estava se acostumando a ser a guarda-costas da rainha, embora a função não se mostrasse tão cansativa quanto havia imaginado. Ninguém ousava se aproximar da monarca sem sua permissão e as reuniões constantes eram tão entediantes que a paladina se divertia ao trocar provocações com os nobres que demonstrassem algum nível de arrogância indesejado. Na reunião anterior Zal e Alyssa haviam entrado em um acordo com a rainha e partido da cidade de volta a Antares. Foi durante um relatado os últimos avanços da reconstrução da Vila Azul, declarado por um mensageiro real, que as portas da sala foram abertas por um guarda com uma expressão de pânico.

— Majestade, um dragão se aproxima da cidade!

— Deve ser Theomar retornando de Australis — disse um barão.

A Saga de Arietis. Livro 2 - Heresia (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora