ᗩgradeci mentalmente por não ter sinal do que descobri ser uma "fantasma" durante todo o resto da noite, eu estava muito envergonhada e irritada, acabaria agindo por impulso e seria morta, ela não parecia do tipo compreensiva. Tentei esperar minha mãe chegar para dormir com ela, e até quem sabe tentar convencer ela a sair dessa casa, mas não consegui aguentar, me rendi ao sono bem antes, com um pensamento em mente.
Amanhã eu iria comprar ervas.
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Já levantei me sentindo morta, tomei um longo banho para despertar, mas nem isso pareceu funcionar, provavelmente o "encosto" que habitava minha casa estava sugando minhas energias vitais, isso não era tão absurdo, talvez fosse por isso que ela me quisesse aqui agora, e que não tivesse me matado ainda.
Coloquei um dos malditos shorts de compressão, me era muito desconfortável, mas necessário, afinal não queria deixar ninguém constrangido descobrindo que eu tenho uma surpresinha debaixo dos shorts, uma bermuda jeans e uma camiseta qualquer larga mais fresca, já que hoje estava um bem quente, na verdade essa cidade tinha esse clima bem doido, durante o dia, o calor matava, e de noite era bem frio, eu tinha que dormir escondida pelas cobertas, mas acordava molhada de suor.
Quando já estava pronto, somente peguei meu celular e minha mochila saindo do quarto e encontrando o corredor largo e comprido. Ao chegar as escadas, pronta para descer, arregalei os olhos chocada. Mamãe estava de robe vermelho, e droga! era um pouco transparente, senti meus olhos arderem e provavelmente estavam sangrando um pouco. Com uma careta de nojo observei a cena, tinha um homem na soleira da porta de entrada da casa, ele não era do tipo atraente, meu pai era melhor, mas nem sempre a beleza traz felicidade... Eles sussurravam e ...ah! O homem estava com o zíper da calça social aberto, a blusa também estava com alguns botões abertos, não precisava ser muito esperta para saber o que aconteceu...que horror! Minhas suspeitas estavam certas...
Voltei para o meu quarto desesperada, quando eu disse seja feliz para minha mãe, não disse nada sobre "transar"! Quem esse canalha pensa que é para usar da inocência da minha mãe? Já estava puta de raiva pronta para intimar o sujeito, ia me virar para alcançar ele antes do folgado ir embora dei de cara com o demônio.
— Porra! — coloquei a mão no coração que estava acelerado por tantas emoções fortes em um curto espaço de tempo, a garota revirou os olhos estupidamente verdes ficando de braços cruzados. Ela estava apoiada na porta do meu quarto que estava fechada.
— Quando você vai sair daqui? — gesticulou para o redor do quarto, voltando a me olhar com impaciência.
— Droga...tinha me esquecido disso…— eu iria arrumar as ervas hoje, li em um site que deixar ervas espalhadas pela casa e tomar banho de sal grosso tirava o espírito de casa, então iria fazer isso, se não funcionasse, então iria ser obrigada a sair do quarto, mas eu estava confiante que funcionaria— quando eu voltar do colégio...
— Acho bom, Garotinha!
— Eu tenho nome, sabia? — bufei e fui até o canto do quarto, pegando uma camisa minha que estava no chão e a dobrando antes de colocar no armário.
— Eu sei, sou uma fantasma, sei de tudo — respondeu óbvia como se minha pergunta tivesse sido ridícula.
Neguei com a cabeça, cansada, resolvendo a ignorar e indo até a porta, mas ela na frente me impossibilitou de sair. Ainda estava me acostumando com essa de dar para sentir fantasmas.
— Pode sair por favor?— ela ergueu as mãos e sumiu, me deixando até perdida, por fim, revirei os olhos e abri a porta, saindo do meu quarto, minha mãe não estava na cozinha, não estranharia, afinal ainda era muito cedo, mas agora eu sabia o porquê ela estava "cansada", então eu somente, comi alguns pedaços de torrada com geleia, e um iogurte, saindo para ir pro colégio. Quando eu voltasse, teria uma conversa com minha mãe, muito, muito séria sobre limites.
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— La na sua cidade eles usam esses tipos de ervas para ficar chapados? — Ali perguntou, enquanto colocava as sacolas na parte de trás do banco da caminhonete.
— Não é para ficar "chapada", é só umas coisas que minha mãe pediu — menti, fechando a porta do carro.
Ali me levou até um lugar onde tinha ervas, comprei tudo que precisava, além de sal grosso, três sacos de 5 kilos dele, algumas velas, preta, vermelha e branca, comprei até um manto para entrar no personagem, estava me sentindo uma daquelas feiticeiras da série que esqueci o nome.
— OK —ergueu as sobrancelhas parecendo não acreditar — você vai comigo para o festival na sexta a noite?— perguntou fechando a porta também.
—Não sei…— cocei a nuca — não acho que faço o tipo que gosta de sair de casa.
— Vamos…você me deve uma, eu poderia estar dormindo, mas vim até aqui para comprar essas coisas estranhas, provavelmente estou sendo cúmplice de um sacrifício.
Arregalei os olhos com uma carreta, depois revirei os olhos e suspirei, só para enfim ligar o carro.
— Certo, vou, mas só não prometo ficar muito, você sabe que eu não gosto de sair...
— Ótimo! Você vai adorar! — bateu palmas animada, me olhando sorrindo.
— Espero que sim — murmurei contrariada, provavelmente odiaria, não gostava de pessoas inconvenientes ou de sair de casa.
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BRASAS DE FOGO
RomanceOnde Camila e sua mãe se mudam para uma casa que já tem dona. Michelle Morgado, uma fantasma centenária. G!p +18 Não permito versões O.K.