— Ⅴocê.vai.sair.daqui — era uma forma curvilínea, parecia feminina, a sombra estava com as mãos envolta do meu pescoço enquanto apertava fraco, rosnando ameaçadoramente.
— Quem é você?! — perguntei alarmada, olhando apavorada ao redor, encontrando somente a escuridão do quarto. Ouvi uma risada, e era, definitivamente, uma risada feminina, me voltei para a figura.
— Seu pior pesadelo, garotinha! — apertou um pouco mais meu pescoço, aumentando o volume da risada, me causando um desconforto.
Eu estava confusa, mas logo tudo ficou claro... então sorri e mordi meus lábios, levei minhas mãos até a cintura da figura feminina que estava sobre mim, a apertando, enquanto a trazia mais para mim, a pressionando contra meu membro que começou a se levantar quando percebi do que tudo se tratava.
Um sonho erótico.
— Ah é? Então o que você vai fazer comigo? — levantei meu quadril um pouco, pressionando meu membro com mais força contra ela.
— Que... diabos...? — ouvi a voz rouca sair confusa e um pouco chocada até.
Eu gemendo apertei a bunda da figura, ela estava coberta por muito pano, e com força, simulei uma estocada nela. Uma das mãos dela largaram meu pescoço e com brutalidade, ela atingiu um tapa no meu rosto. Eu abri a boca em choque, sentindo meu rosto esquentar pela dor, mas logo, girei nossos corpos ficando por cima e segurando suas mãos sobre a cabeça.
— Então você gosta de bater... — falei com a voz arrastada de tesão, enquanto beijava a pele do seu pescoço, dando uma leve mordida — Acho melhor não fazer isso novamente... — pressionei, novamente, meu membro contra ela, e soltei um gemido — Eu posso acabar gostando... — consegui contornar a quantidade absurda de pano, levantando e toquei sua intimidade, descobrindo que ela estava sem calcinha, ótimo, aproveitando que eu estava sem cueca também, esfreguei meu membro na sua intimidade quente.
— Você tem sérios problemas! — ouvi ela dizer, mas não me impediu de a tocar — ACORDA!
Sentei na cama assustada, quando senti meu rosto ser atingido por algo molhado e frio, tentei achar quem ou o que causou isso, e acabei encontrando minha mãe, segurando um copo vazio que estava virado na minha direção.
— MÃE! — a olhei irritada, minha mãe somente riu e cruzou os braços abaixo do peito — porque você fez isso?!
— Já são três da tarde Camila! —arregalei os olhos, devia estar muito cansada para dormir tanto — e você não acordava de maneira nenhuma, te chamei muitas vezes. Eu preciso ir ao mercado, precisava saber se você vai querer ir junto.
Eu bufei, olhando para minha camisa completamente encharcada, e me voltei para minha mãe.
— Não, não quero, vou terminar de arrumar meu quarto hoje...mas queria que você trousesse algumas coisas para mim... — mamãe concordou com a cabeça esperando eu continuar — eu deixei sobre a mesa uma lista que fiz ontem, para quando você fosse ao mercado.
— Certo, como é um pouco longe, eu posso demorar — concordei, já imaginava tal coisa e não me importava em ficar sozinha, afinal, não é como se houvesse pessoas perto de nossa casa — o telefone está funcionando se precisar me ligue, também vou ver se consigo achar alguém para mexer no chuveiro.
— OK, mãe — Minha mãe me deu um beijo na testa, ignorando o fato de ainda estar irritada com ela e foi até a porta, parando na soleira e girando nos calcanhares.
— Não apronte nada mocinha, e tem uma macarrão instantâneo no armário — fiz uma careta, ela sorriu, levantando as mãos para o alto — juro que a partir de hoje teremos comida de verdade — riu — já vou indo para não chegar muito tarde hija, te amo!— mandou um beijo no ar, e eu levantei a mão acenando.
Girei na cama, tentando voltar a dormir, ainda estava chocada por saber que consegui dormir até às três da tarde. Mas continuava com sono, e queria voltar ao meu sonho erótico, que definitivamente foi o melhor que eu já tive, parecia muito real, se eu fechasse os olhos podia sentir as mãos da figura em meu pescoço, mesmo não tendo chegado aos "finalmente" eu gostei das coisas no escuro e... definitivamente não sabia que gostava de algo bruto, era uma informação útil devo admitir, talvez quando eu tiver uma namorada, provavelmente virtual, eu fale isso para ela. E eu tinha acordado com uma bela ereção, pedi mentalmente para qualquer divindade, que minha mãe não tivesse percebido.
Seria muito vergonhoso.
Eu consegui cair no sono novamente, de pau duro, mas infelizmente eu não sonhei, acordei horas mais tarde, faminta.
Após fazer meu horrível macarrão instantâneo e o comer, eu resolvi ler, coloquei os fones no máximo, como era meu costume , e me perdi na leitura. Só voltei para a realidade, quando minha mãe voltou, me repreendendo por ter quebrado o seu vaso de decoração de porcelana japonesa. Eu tentei me justificar, afinal não tinha quebrado isso, mas as provas estavam contra mim, os vestígios estavam ao meu lado e eu tive que admitir minha culpa, mesmo não me lembrando de o fazer, provavelmente, o quebrei enquanto devorava meu livro distraída, após um sermão sobre cuidar dos objetos e valores, eu corri para meu quarto, depois de jantar claro, voltando a arrumar minhas coisas.
— Você Acabou de dizer... — cantava a plenos pulmãos — ela não significa nada?! Eu estou com raiva... vou te matar... — acrescentei dançando ridiculamente enquanto cantava ridiculamente, peguei meu celular para olhar as horas e mudar a música e senti meu sangue gelar...
Oque...?
Pelo reflexo da tela do meu celular...vi algo encostado ao lado da porta , parecia muito uma forma humana... me observando. Engoli em seco, sentindo meu coração acelerar e me virei cautelosa, para ver se realmente tinha alguém no meu quarto, quando girei nos calcanhares, me arrependi imediatamente...tinha algo, na minha frente, devia ser uma pessoa, sua pele estava toda queimada, as queimaduras pareciam terem sido feitas a pouco tempo... estava na carne viva, ela ainda tinha, algumas mechas de cabelo na cabeça e sorria com os lábios já inexistente...parecendo os deixar em um estado mais crítico ainda.
— Surpresa — ouvia uma voz grossa, parecendo algo demoníaco, dizer, eu senti minha pressão abaixar e minha visão escurecer — acho que você não gostou da surpresa — foi a última coisa que eu ouvi, acompanhada de muitas e muitas risadas sufocantes, antes de perder completamente a consciência.
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BRASAS DE FOGO
RomansaOnde Camila e sua mãe se mudam para uma casa que já tem dona. Michelle Morgado, uma fantasma centenária. G!p +18 Não permito versões O.K.