• Capítulo 35 •

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Mariana...

Bom a minha vida inteira, sempre foi eu e o Matheus.

Ele me disse que nossos pais morreram quando eu tinha 2 anos, desde então, sempre foi ele correndo atrás dos bagulho pra mim.

O antigo Dono daqui, é quem cuidou da gente.

Marcos, vulgo Matador, cuidou de mim e do Matheus até meus 12 anos.

Um dia antes da minha festa de 12 anos, teve uma invasão no Morro e mataram ele.

O Morro todo ficou em luto por 3 meses.

Matheus assumiu e começou a cuidar, exatamente, como o nosso pai ensinou pra ele.

Protegendo todos os moradores e ajudando eles no que for preciso, sem deixar o poder subir pra mente.

O Gabriel era afilhado do pai, então ele cresceu junto com a gente. Eu via ele como um irmão. Sempre amei ele, mais depois que eu comecei a crescer, comecei a sentir que esse amor, não era igual ao que eu sentia pelo Matheus.

Depois que a Lua voltou pro Morro, é que a gente começou a sair mais, e bem diferente de como a gente saía antes. Tinha um sentimento a mais envolvido nessas saídas escondidas, pro Matheus não saber.

Eu tenho muito medo do que ele possa fazer com o Gabriel, afinal, acima de tudo eles são amigos.

Eu percebi que quando o Gabriel falou aquela hora quando a gente tava na sala, que ele não gostou nem um pouco de ver a gente, tão perto assim um do outro.

Tenho que agradecer a Lua por ter distraído ele, se não teria rolado mais uma briga nessa casa.

Eu sei que tenho que contar pra ele, mais quando chega a hora, eu travo. Eu não consigo falar pra ele que eu e um dos melhores amigos dele, estamos juntos.

Tenho medo de decepcionar o meu irmão.

Pronto, já decidi.

Amanhã mesmo eu vou contar pro Matheus que eu tô namorando com o Gabriel.

Que Deus me ajude a segurar essa fera.

Dia seguinte

Grego...

Acordei sem nem ter percebido que tinha dormido.

A última vez que tinha visto as horas, antes de apagar, já era quase 05:00 da manhã.

Passei a mão nos cabelos da Lua e senti ela dá um sorriso, já que a mandada tava com a cara no meu pescoço.

Eu: Tá acordada, amor?

Lua: Uhum.

Ela falou bem baixinho no meu ouvido.

Eu: Bora tomar café, vida.

Ela levantou a cabeça e me deu um beijo.

Lua: Vamo que eu tô com fome.

Deu risada, até porque ela tá sempre com fome, né?

Me sentei no sofá pronto pra levantar e vi que nem a Mari, nem o Menor estavam mais aqui na sala.

Estranho. Muito estranho.

Lua: O que foi, vida?

Ela tava falando baixinho, por causa que o resto do povo ainda tava dormindo.

Eu: Nem a Mariana, nem o Menor tão aqui dormindo junto com o resto do povo.

Ela me abraçou por trás fazendo carinho no meu peito.

Lua: Amor, vai ver eles levantaram cedo? Sei lá.

Dei uma risada fraca.

Eu: Tu conhece a Mariana que nem eu Lua. Ela odeia acordar cedo.

Ela deu um beijo no meu ombro.

Lua: Também não precisa ficar criando várias paranóia na cabeça né? Vai ver não é nada disso que tu tá pensando amor. E outra, tu não pode prender a Mari pra sempre né?

Eu: Eu não quero prender ela pra sempre pô. Eu só quero que se tiver rolando algo entre os dois, eles cheguem e contem pra mim. Não que eu descubra por conta própria.

Ela me soltou e sento de lado no meu colo.

Lua: Eu passei por isso com os meninos tu sabe. Mas ó, seja o que for, não perde a cabeça e faz besteira tá? Pode ser sim o que tu tá pensando, como também pode não ser. Melhor tu não ficar queimando miolos por uma coisa que tu nem sabe se é verdade pô.

Aí, fala pra mim se ela não é uma coisa de louco pô.

Eu: Tá bom. Vamo lá tomar café vamo.

Ela me deu mais um beijo e saiu do meu colo, pegando na minha mão, me puxando pra cozinha.

A mesa do café já tava toda arrumada, coisa da Dona Maria.

Tinha caneca pra todo mundo e todas tão limpa em cima da mesa.

Mais um sinal de que a Mariana não saiu cedo de casa. Ela nunca fica sem tomar café da manhã.

Tomei café em silêncio, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo.

A morena até tentava puxar assunto, mais esse bagulho da Mariana tá mexendo com a minha mente pô.

Ela sempre foi a minha menininha. 

Eu realmente não me importo dela tá namorando e tals, afinal ela já tem 17 anos, já tem noção do que é certo e errado pô.

Eu só não vou me conformar, se eles tiverem mentindo pra mim assim pô.

Eu praticamente vi ela nascer e o Menor? Bom, o Menor cresceu junto comigo, sempre protegeu a Mari de qualquer um junto comigo, ele é praticamente o meu irmão, conheço ele o suficiente pra saber que se ele tá sério com alguém é pra valer, mas o que custa chegar em mim e falar pô?

Me levantei da mesa, afim de acabar de uma vez por todas com essas paranóia que eu criei na mente.

Ouvi a morena me chamar, mais nem dei bola.

Subi pro segundo andar e fui em direção da porta do quarto da Mariana.

Senti a Morena puxar meu braço me fazendo virar de frente pra ela.

Lua: Amor, o que tu vai fazer?

Eu: Eu só vou ver se ela tá no quarto pô, só isso amor.

Dei um selinho nela e fui pra porta dando um longo suspiro antes de abrir ela.

Quando eu vi aquela cena, fiquei sem reação tá ligado?

A morena me empurrou um pouco pro lado pra conseguir ver lá dentro.

Ela levou a mão pra boca vendo aquilo.

Me virei de costas e saí dali o mais rápido possível.

Quando já tava praticamente na porta, escutei a morena me gritando e o povo que tava na sala acordar sem entender nada do que tava acontecendo.

Lua: MATHEUS! ONDE TU VAI MATHEUS? VOLTA AQUI AMOR, VAMO CONVERSAR CARALHO.

Saí pela porta sem dá atenção pra nada. 

Só quero ficar um pouco sozinho, só isso pô.

Montei na moto e desci o morro a mil em direção da praia.

O único lugar que me permite pensar em tudo da minha vida.

A Mafiosa e o Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora