~verdades~

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A noite draco não conseguiu dormir direito, tinha tido pesadelos consecutivos e sua cabeça girava de tontura, acordou antes de todos e resolveu ir para a sala comunal até todos acordarem.

Desceu as escadas com passos leves, entrou no grande salão que era o coração de sua casa, as paredes de pedra fria, com as cortinas verdes escuras e seu ar agradável e sofisticado, ia se sentar na poltrona quando viu alguém sentado no sofá

- pansy? O que faz aqui?

Sua amiga de infância estava sentada no grandioso sofá perto da lareira, fazia frio e o calor era bem vindo. Ela levantou os olhos do livro que lia e sorriu para o loiro.

- ola querido, eu tive dificuldades para dormir e resolvi vir ler, sente-se aqui comigo.

Draco se sentou perto de pansy, mas sua cabeça estava pesada demais e ele resolveu descansar a cabeça em seu colo, o carinho das mãos delicadas de pansy era bem vindo.

- e o que fez o senhor vir até a sala comunal? O sono também fugiu de você? – disse já fechando o seu livro e continuando o carinho na cabeça do sonserino.

- mais ou menos... quer dizer, sim. tive pesadelos, não consegui dormir essa noite direito, minha cabeça está pesada... sinto doer, mas não consigo te apontar aonde dói.

Pansy ficou calada por um tempo, draco estava se sentindo cochilar quando ela disse:

- Draco, eu não quero bancar a terapeuta, mas eu acho que esse seu envolvimento com o potter é mais do que só físico. – disse abaixando a voz

Mas eles estavam na sonserina, então draco resolveu que queria compartilhar aquilo com ela, jogou o abaffiato, e uma azaração de leve.

- Pansy, eu me senti tão mal quando tive que contar a fraqueza do potter ao meu pai, eu chorei a noite inteira, ainda me sinto péssimo. Eu sou um sonserino, um Malfoy, por que me sinto assim?

Pansy continuou a fazer carinho nos cabelos quase brancos – se sentir vulnerável não faz de você menos Malfoy, nenhum sentimento faz de você um covarde, somos humanos draco. Erramos, acertamos e aprendemos. – disse com a voz sem nenhum sinal de julgamento.

- hum... – ele suspirou – tenho medo disso acabar, eu não queria que fosse desse jeito, quando estou com ele não vejo um rival ou... alguém que eu quero destruir, eu me sinto bem perto dele, se eu nunca tivesse contado ao meu pai que ele gostava de mim...

Pansy suspirou – draco, você tem sentimentos por ele, e está com medo dele descobrir que no inicio era apenas fingimento mas... que agora é de verdade, o sentimento, é verdadeiro. Mas você trairia seu pai e o lorde se ficasse com o potter, e ainda tem o ponto de que não sabemos qual será a reação dele apesar de tudo.

Pronto. Estava tudo que draco nunca admitira até aquela hora para ele, uma facada.

Draco fechou os olhos e suspirou, queria chorar, Mas não ali.

- então o que eu devo fazer? Não posso trair meu pai, ele me deserdaria... e o lorde faria coisa pior, e se potter não aceitar?

- acho que apesar de tudo, você devia contar a verdade, e principalmente... decidir um lado, você tem que tomar uma decisão.

Ouve um silencio até pansy concluir – e ele é um grifinório e não resiste ao seu charme.

Eles riram e draco levantou o corpo até deitar a cabeça no ombro de pansy para abraça-la.

- alias, se as coisas deram errado para a família Parkinson, preciso de um contato do outro lado não é? – eles deram risada – eu sempre vou te apoiar em tudo draco, você é meu irmão, não disso – pansy tocou no braço – mas disso – apontou o coração.

Draco sentiu os olhos marejarem, eles ficaram abraçados até ouvindo um grito agudo.

Draco tirou o abafador de som e viu goyle no chão com a mão na testa, ele começou a rir, pansy olhou confusa até goyle tirar a mão da testa e estar escrito "enxerido"

Pansy gargalhou, eles não tinham reparado que o salão comunal tinha enchido consideravelmente enquanto conversavam, e claro que só goyle era burro o suficiente para tentar tirar o feitiço abafador e levar a azaração.

- combinou direitinho com você goyle – draco ria de doer a barriga, já tinha passado a dor de cabeça e a sensação ruim do peito

Goyle saiu com tudo do salão comunal, dava para ouvir risadas por onde passava.

Draco se despediu de pansy com um beijo na testa para se trocar, subiu e encontrou um blaise sonolento e confuso

– a palavra na testa do goyle é obra sua né?

- original sem cópias meu amigo – ele deu uma piscadela e eles riram

- em quanto tempo a azaração sai? E você disse a ele?

- sai em uma hora, e a onde está seu lado sonserino blaise? Se eu avisasse não seria nada divertido.

Blaise sorriu, draco pegou sua veste da sua casa que idolatrava e foi se vestir, os garotos tinham jogado uma azaração no chuveiro, fazendo draco ter que correr, ele desceu com o amigo e encontrou pansy no salão comunal já prontos para tomarem café.

Draco chegou ao salão com um sorriso deslumbrante, ele ria com blaise e pansy quando sentou na mesa das cobras, pansy usava um batom vinho e suas unhas sempre pretas faziam par com o delineado dos olhos.

- amiga, se eu não gostasse só de homem, você seria a primeira a quebrar meu coração, está gatissima – disse blaise, fazendo pansy agradecer corada.

Sua amiga era um doce quando não tinha que proteger a si ou seus amigos.

O trio de cobras viu goyle com uma faixa na cabeça, eles caíram na gargalhada, pansy quase caiu do banco novamente.

Draco olhou para a mesa da casa vermelha e dourada, o trio de ouro estava lá, Wesley ria com uma Hermione com vergonha e corada, talvez por causa de pansy?

Mas alguém em especial lhe chamou atenção, aqueles olhos verdes não exibiam nenhum sorriso, draco estranhou e tentou perguntar sem som se tinha acontecido algo. Só recebeu como resposta um balançar de cabeça e potter desviou o olhar, o que tinha acontecido?

Draco sentiu uma leve desespero, o riso dos seus lábios desapareceu e a comida que tinha no seu estomago virou chumbo, por que potter agiu daquele jeito?

- esta tudo bem amigo? Ficou mais pálido do que é – disse blaise em tom de brincadeira com preocupação aparente no olhar

- não...bem, está tudo bem, só potter que agiu estranho quando me viu.

Pansy e blaise se entreolharam com as sobrancelhas arqueadas.

- converse com ele mais tarde, acho que não é nada demais. – disse pansy com cautela

- espero. – disse Draco

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Drarry - fora de controleOnde histórias criam vida. Descubra agora