DAMN PILOT *•°||YOONSEOK/SOPE||°•*

»CAP27«

MIN YOONGI

Busan, Coreia do Sul;
10 de Maio de 2020;

***

Sem querer ficar em segundo plano, enquanto Hoseok discutia com Soyeon, saí da clínica à francesa, seguindo direto para casa, mesmo não querendo bater de frente com a minha mãe novamente, mas bastou entrar em casa e lá estava a sra. Min, sentada no sofá da sala de estar, bebericando seu chá gelado.

- Onde estava, Yoongi? - Minha mãe indagou, logo após eu colocar os pés dentro de casa, colocado a xícara em cima da mesinha de centro.

- Sei que sabe, por que está me perguntando, sra. Min? - Ricocheteei irritado.

- Acha que estou brincando, quando falo que vou acabar com a vida de Jung Hoseok, caso não se afaste dele?.

Seu tom foi desafiador, típico dela, no entanto a sonoridade da voz fez cada músculo do meu corpo se atrofiar, ainda mais por saber que ela falara sério.

Tentei não me afetar tanto, apenas lhe dei as costas e segui em direção à escada, disposto a me confinar no meu quarto, ao menos pelas próximas horas.

- A pneumonia e a volta da mãe do filho dele, foi só o início, Yoongi, você não sabe do que eu sou capaz de fazer pra conseguir o que eu quero. - A fala me fez parar ao pé da escada. De repente meu peito se apertou e só conseguia pensar em Hope e em como ele parecia abatido, algo que afetou diretamente Hoseok e a mim.

- Como você foi capaz? - Esbravejei perplexo, girando nos calcanhares para encará-la, no entanto, sua soberba estampada em seu semblante hostil seguiu igual, ou pior. - Ele é só uma criança. - Sabia que ela pouco se importava, mas não pude deixar de fazer a observação, apertando os olhos, ao vê-la rindo debochadamente.

- Jung Minseok acidentalmente pegou muita chuva, depois foi exposto a um frio quase congelante, isso em dias alternados da semana. - À cada palavra, me sentia pior, só ficava imaginando no quanto Hope havia sofrido nos últimos dias, tudo por minha culpa. Hoseok ficaria com muita raiva de mim, se descobrisse. - Só o suficiente para que a criança adoecesse, já que a intensão não era matá-lo.

- Você é um monstro. - Me segurei para não avançar contra ela. Estava com tanta raiva dela, mas também de mim, por não conseguir fazer nada para detê-la. - Eu te odeio. - Repeti isso várias vezes na minha mente, antes de proferir.

- Disse que vai casar com a Babbi e você vai. - Sua voz estava ameaçadoramente alta, recuei, quando ela se aproximou de mim.

- Me apaixonei pelo Hoseok.- Num momento raro de coragem, eu dispararei, tentando enfrentá-la à altura. - Eu me entreguei à ele porque-

Nem terminei de falar e senti seus dedos estalando na minha face. Não foi a bofetada em si, que estava doendo, mas o comportamento da minha mãe e sua recusa em aceitar que eu era gay.

- Não importa se eu me casar com a Babbi, vou continuar desejando o Hoseok com todas as minhas forças, amando-o cada vez mais. - Afirmei enfático, limpando as lágrimas que insistiam em molhar meu rosto.

- Me enoja falando assim, meu filho. - Da mesma forma que seu preconceito me enojava. - Seja homem e assuma seus compromissos, honre a nossa família, ou sofra as consequências. - Sentenciou ávida, me lançando um olhar cheia de raiva, o mesmo olhar que recebia desde a infância.

- Por que está chorando, Yoongi? - Meu pai, que acabava de chegar em casa, indagou, se sentando ao meu lado, no sofá.

- Por que ele é um fraco, sempre foi, igualzinho ao pai. - Minha mãe disparou, encarando-nos.