Capítulo 31 – O pergaminho de localização
Snape estava completamente apreensivo enquanto aparatava nos terrenos da escola e caminhava para dentro do castelo. Sua mente até o prezado momento não conseguia processar a informação que recebera, pior ainda, que vira e ouvira pessoalmente. Como Gina Weasley teve coragem de fazer isso? Ele não sabia responder e agora não adiantava especular, só o que podia fazer era pensar no que faria após o Lord resolver seus planos e o chamar para colocá-lo em ação.
O diretor não foi para sua sala, esgueirou-se para as sombras das portas de entrada e aguardou sua aluna, ele não ligava se ela iria demorar ou não, ele esperaria. Para sua sorte ela não tardou a passar pelos portões da propriedade e se dirigir com um sorriso no rosto até a entrada do castelo, mas antes que seus pés conseguissem passar pelas portas Snape a segurou pelos braços e a puxou para as sombras.
- O que pensa que está fazendo?
- Ora professor, pensei que estava ouvindo tudo, estava bem ao meu lado quando disse o que eu queria.
- Não banque a engraçadinha comigo senhorita Weasley, não gostará das consequências.
- Não tenho medo de você Snape.
- Se não tem medo então conte suas reais intenções.
- Eu disse alto e claro que quero Potter morto. Ele me enganou, me iludiu e me abandonou. Se não vou ficar com ele, ninguém mais fica.
- Tudo isso por um amor não correspondido?
- Ora Snape, agora está do lado dele?
- Sabe que faço parte da Ordem.
- Deixe de mentiras. Todo mundo sabe que você é fiel somente ao Lord e que vem com esse papo para o lado da Ordem, pois quer a localização dele, pois bem, o Lord já tem a localização.
- É bem atenciosa senhorita Weasley. – Disse Snape achando melhor jogar do outro lado para obter informações da menina, ela não parecia estar mentindo sobre suas intenções. – Então me diga, como passou a informação ao Lord.
- Por isso. – Disse Gina mostrando um pequeno pergaminho lacrado com um selo recém aberto. – Alguns membros da Ordem receberam esse pergaminho quando Harry fugiu do casamento de Fleur e Gui junto com Rony e Hermione.
Snape olhou para o pequeno pergaminho e achou que estava vendo coisas. Eles tinham que ser muito estúpidos para confiarem tanto assim nas pessoas. Snape sabia que não se devia confiar nas pessoas e uma prova disso estava bem na sua frente. O pergaminho de localização era uma magia antiga onde se lançava um feitiço poderoso na pessoa escolhida e o mesmo feitiço em um pergaminho ou em várias. Esse pergaminho era entregue a alguém de confiança que o lacrava e só o abria se desejasse saber a localização do bruxo escolhido. Eram muito usados no começo do século, por bruxos que eram obrigados a fugir ou se esconder. Caso alguém indevido abrisse o pergaminho não conseguiria ler nada, pois o pergaminho estaria em branco. Mas se a pessoa que recebeu o pergaminho de localização o abrir com o feitiço correto, ele mostraria onde o bruxo escondido estava naquele exato momento.
Mas como ele mesmo disse, era muito arriscado confiar nesses pergaminhos, pois as pessoas eram facilmente compradas ou se rendiam ao ódio e a raiva.
- Quem fez o feitiço? – Perguntou fulminando-a com os olhos.
- Meu pai, no dia do casamento, ele só entregou os pergaminhos para minha mãe, os gêmeos, Gui e eu.
- Creio que seus pais ficarão muito orgulhosos ao saber que sua filhinha querida, a única menina da família os traiu. Parabéns, eu poderia até mesmo dizer que a senhorita tem talento para ser uma comensal da morte.
- Não sou comensal. – Vociferou Gina sentindo um peso no coração ao ouvir Snape falando de seus pais. - Não quero nenhuma outra morte além da dele.
- Oh! Claro que não. – Disse Snape sem soltar o pergaminho e sorrindo de canto para a menina, achou melhor deixar seu comensal aflorar naquele momento. – Mas não percebeu menina tola? Que matando Potter, você não irá somente matar uma pessoa, mas todos os mestiços do mundo bruxo como muitos dos seus colegas da Grifinória, ou os nascidos trouxas como aquela irritante sabe tudo da Granger.
Snape se maravilhou pelos olhos arregalados da menina que somente naquele momento parecia que entendia o quanto ela colaborou para a destruição do mundo passando uma informação tão importante que fora destinada a ela.
- Ou até mesmo os traidores de sangue como seus pais e sua família inteira, acha mesmo que eles sobreviverão? – Lágrimas brotaram nos olhos verdes da ruiva. – Como eu disse, a senhorita daria uma boa comensal, pois comensais não ligam para as consequências que uma morte pode causar. Parabéns, se saiu melhor do que muitos que estão ao lado do Lord há muito tempo.
E rindo da menina Snape entrou com o pergaminho na mão. Era triunfante deixá-la daquele jeito, corando, tentando entender o que fizera, porque fizera. Ele queria que ela sofresse, que sentisse o quanto fora burra e idiota por deixar seus sentimentos tomarem conta de sua razão.
Mas sua vingança contra a menina já fora feita, ele precisava agora se concentrar em Harry. Snape sabia que o Lord não iria procurá-lo agora, ele tinha outros planos, pelo que Dumbledore lhe dissera ele iria continuar sua busca pela varinha das varinhas e que no fim iria verificar se suas Horcrux estavam em segurança onde ele havia deixado-as e isso daria tempo para que Harry pudesse também ir atrás das Horcrux e fugir. Ao chegar no gabinete do diretor ele abriu o pergaminho e olhou a atual localização dele. Não era um lugar conhecido, era o nome de mais uma floresta onde ele estava se escondendo. Pelo menos agora ele sabia que Harry estava bem. Pôde então respirar mais leve deixando o pergaminho aberto em cima da escrivaninha. Harry estava bem e escondido.
Mas até quando?
Sua resposta veio alguns dias depois quando o Lord chamou todos novamente à mansão Malfoy dizendo que Harry Potter estivera ali, na mansão que ele estivera por meses e que seus comensais mais fortes e poderosos deixaram que ele fosse embora juntamente com um elfo doméstico. Fora horrível sentir sua cólera, ser passado para trás por crianças, um duende e um elfo, criaturas inferiores ao seu ver, era realmente inadmissível. Ele teve pena de Draco.
Após esse evento, sua preocupação foi maior ainda com a segurança do menino, mas pôde respirar mais tranquilamente quando viu o nome do vilarejo Tinworth escrito no pergaminho de localização. Pelo que sabia, naqueles arredores estava a casa de Gui e Fleur Weasley. Harry estava seguro, pelo menos por enquanto. Mas os perigos que cercavam a busca de Harry aumentavam cada vez mais e um pouco mais de um mês depois quando a primavera estava chegando ao fim, Gringotes fora invadido e um dragão fugira do local com Harry em suas costas.
- Falta pouco Severus. Falta pouco.
- Eu sei. – Disse Snape olhando para Dumbledore sentado em sua cadeira.
Ele sabia que estava realmente faltando pouco, logo Harry viria para Hogwarts, logo ele procuraria a última Horcrux e logo Snape teria que encará-lo, olhar em seus olhos e dizer a verdade à ele, dizer que ele, seu menino, era a última Horcrux, e que teria que se entregar a morte, que precisava morrer.
Olhando para o lago negro banhado pelo sol, Snape se perguntou porque as tarefas mais difíceis eram entregues a ele. Como sempre Dumbledore lhe respondeu sem nem ao menos ter ouvido a pergunta.
- Porque você tem a coragem que ninguém maistem.
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O Veneno que Corrói a Alma (Snarry)
RomantikE se tudo pesasse? Se os pesadelos lhe levassem para a morte recente de um jovem lufano? Se o trabalho que seus tios lhe obrigavam a fazer nas férias pudesse agora ser feito no mundo bruxo o trazendo mais dor? O que você faria? O que Harry faria? Co...