Capítulo 12 – A preocupação de Severus
- Potter! Por um acaso está tentando matar todos nós? – Perguntou a voz acida de Snape atrás do menino.
Harry quase saltou de sua carteira quando ouviu aquela voz nas suas costas. Por um momento fechou os olhos com força e se concentrou em voltar a respirar, sentia o coração pulando dentro do peito enquanto tentava se recuperar do susto.
- Além do juízo, perdeu também a língua, Potter? – Perguntou Snape devagar, mas com o mesmo tom ácido na voz fazendo os sonserinos rirem.
- Não, senhor. – Respondeu Harry não ligando para as risadas de Malfoy e Zabini.
- Então responda a minha pergunta.
- Não senhor, não estou tentando matar ninguém. – Respondeu Harry recebendo um olhar reprovador de Hermione pelo tom de voz usado.
- Então diga senhor Potter-sou-mais-inteligente-e-não-preciso-ler-as-instruções, por que está colocando os ingredientes da poção na ordem errada? – Perguntou Snape indo para frente da carteira de Harry e cruzando os braços na frente do peito com força esperando uma resposta.
Harry engoliu uma resposta malcriada e inclinou a cabeça para o lado tentando ver a lousa que o professor tapava com seu corpo. Irritado leu as instruções e olhou para sua mão percebendo que realmente colocara os ingredientes na ordem errada, sua poção que deveria estar rosa escarlate, como a de Hermione, estava de um verde musgo nojento, lembrava muito a poção polissuco que tomara no segundo ano.
- Sempre articulado, vinte pontos a menos pela poção errada e vinte pontos a menos por não responder minha pergunta e uma detenção por quase matar todos nós.
Ninguém na sala respirava, os grifinórios abriram a boca em surpresa antes de cerrá-las de raiva, os sonserinos se acabaram de rir, Pansy rinchava como um porco em sua carteira. Hermione tapou a boca para evitar um grito sufocado quando o professor chegou tão perto de Harry que pareceu que queria fundir seus corpos.
- Você é um perigo Potter, não deveria fazer parte dessa sala.
Snape cuspia as palavras na cara de Harry. O homem sentia cada pelo de seu corpo eriçado com a raiva que inflamava de suas narinas. Não conseguia ver o Harry Potter dele e sim o James Potter de outrora. Queria esmagá-lo, matá-lo, fazê-lo virar um verme ou pó para poder desintegrá-lo no ar e finalmente se livrar da presença dele.
Hermione tentava ouvir as palavras do professor, mas eram tão baixas que mesmo estando do lado não conseguia ouvir nem o sussurro. Snape voltou para sua mesa, seguido pelos olhares assustados e raivosos dos grifinórios e os animados e admirados olhares dos sonserinos. A aula continuou rapidamente. Harry não abriu mais a boca nem se mexeu na sua carteira, sua poção não tinha mais jeito então nem tentou salvá-la. Esperou de cabeça baixa a aula terminar. Foi um alívio ouvir Hermione tentando levá-lo para fora daquela sala. Snape estava de costas para eles e ouvia atentamente os passos de cada um e sabia distingui-los. Os passos apressados de Rony Weasley, os leves de Hermione Granger e os arrastados de Harry Potter.
- Harry, me responde uma coisa. – Disse Rony. – Por que você sempre fica triste quando estamos perto das férias? Você nem prestou atenção ao que estava fazendo, parecia estar viajando.
- Eu não gosto das férias, só isso.
- Tudo bem, mas o que houve com você lá dentro afinal?
- Não houve nada. – Disse Harry se desvencilhando dos amigos e caminhando com pressa pelo corredor.
Logo os amigos ficaram para trás e Harry soltou a respiração. Odiava ter que inventar desculpas ou se justificar de algo. A verdade era que esses últimos meses foram os melhores que conseguiu passar em Hogwarts, mesmo que houvesse algo como um buraco em sua alma que o fazia sentir falta de algo que nem ao menos sabia o que era. Ele se sentira mais leve e mais tranquilo, era como se não houvesse em si a preocupação e angústias de sempre quanto ao seu trabalho. Foi ótimo conseguir comer, dormir e se divertir com os amigos sem nada daquilo em sua cabeça, mas conforme os dias foram passando e as férias de Natal se aproximando as preocupações voltaram com força derrubando-o de seu pedestal de calmaria. Teria que voltar para a casa de seus tios e consequentemente voltar para...
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Veneno que Corrói a Alma (Snarry)
Roman d'amourE se tudo pesasse? Se os pesadelos lhe levassem para a morte recente de um jovem lufano? Se o trabalho que seus tios lhe obrigavam a fazer nas férias pudesse agora ser feito no mundo bruxo o trazendo mais dor? O que você faria? O que Harry faria? Co...