A saudade do nada

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Capítulo 11 – A saudade do nada

Harry sentia que sua cabeça ia cair no chão duro se fizesse qualquer mínimo movimento, ela estava tão pesada e bagunçada. O que acontecera? Tudo parecia tão estranho, conseguia sentir seus músculos, mas estava mole e sem forças, nem mesmo suas pálpebras quiseram lhe obedecer e se abrir para ver a luz do dia ou o brilho da lua e estrelas. Queria falar, mas sua boca não se mexeu e nem mesmo conseguiu emitir som. Tentou se lembrar da última coisa que viu antes de dormir, mas o esforço o esgotava toda vez que tentava. Tentou uma última vez antes de desmaiar novamente e viu um brilho negro cheio de tristeza em meio a pétalas azuis, mas antes que conseguisse pensar em associar aquelas estranhas imagens a alguma coisa foi posto em um sono profundo por seu corpo que ainda lhe pedia paciência e tempo para se recuperar de algo que não se lembrava o que era.

Dessa vez, quando se deu conta de que voltara a consciência, Harry sentiu a presença de outras pessoas ao seu redor, havia uma mão tocando-lhe o rosto antes de um pano molhado que certamente estaria limpando sua testa. Havia também ouviu a respiração pesada de outra pessoa que estava muito próxima de si, mas que não o tocava. Tentou imaginar quem era, mas sua mente ainda estava muito devagar assim como seu corpo que mais uma vez se negava a lhe obedecer, por fim juntou todos os seus esforços, tinha que acordar.

- Quando ele irá acordar, Madame Pomfrey? - Escutou ao longe a voz de Hermione perguntar. - Faz tempo que ele está aqui.

- Calma senhorita. - Respondeu a voz perto de seu rosto, certamente era Madame Pomfrey limpando sua testa. Estava na ala hospitalar. - Ele bateu a cabeça, esse tipo de trauma pode fazê-lo ficar desacordado por muito tempo.

- Mas duas semanas? Ele está em coma por um acaso?

Duas semanas? Como assim duas semanas? Como conseguira ficar em tal estado? Nem mesmo os brutos jogos de Quadribol causara tal estrago consigo que o deixasse acamado tanto tempo e muitos deles eram curados rapidamente pela experiente e sábia enfermeira da escola. Não conseguia realmente entender o que estava acontecendo.

- Para todos os efeitos sim, senhorita Granger. - Respondeu a enfermeira.

- Queria tanto que ele acordasse logo. - Suspirou Hermione tocando-lhe o braço. Harry sabia que aquele era o toque que precisava para que finalmente conseguisse abrir os olhos.

- A mente dele está descansando. - Disse Pomfrey afastando o pano molhado.

- Não está mais. - Disse a voz rouca de Harry ao finalmente conseguir abrir uma pequena fresta nas pálpebras.

- Harry! - Exclamou Hermione colocando a cadeira mais próxima do menino e sorrindo para si enquanto afastava seus cabelos do rosto recém limpo pela enfermeira. - Como você está?

- Bem. - Respondeu enquanto Madame Pomfrey o examinava. Realmente não era mentira, agora que acordara o peso de seu corpo parecia sumir aos poucos devolvendo-lhe o controle sobre suas ações. - Como vim parar aqui?

Hermione olhou para o menino sem saber o que falar. Na verdade nem ela sabia ao certo por que o amigo estava ali. A menina se recordara que a professora McGonagall a chamou antes da aula começar e contou que Harry estava na ala hospitalar em estado delicado, lembrou-se dos olhos esquivos da professora e de como ela ficara vermelha ao perguntar o que aconteceu a ele. Sabia que a professora estava mentindo quando disse que Harry estivera doente esses dias e que sucumbiu a um vírus que o deixou fraco por algum tempo. Claro que não iria desmentir a professora, mas sabia que havia mais coisa naquela história. Por isso Hermione jogou um olhar significativo para o amigo e depois para Madame Pomfrey que deu-lhe um olhar severo como resposta ao questionamento mudo antes de expulsá-la da ala hospitalar com a desculpa de ter que examinar o menino, mesmo que já tivesse feito antes.

O Veneno que Corrói a Alma (Snarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora