O Veneno que Corrói a Alma (Snarry)

O fim dos dois

Capítulo 33 – O fim dos dois

O barulho da guerra, dos feitiços e dos gritos sumiam enquanto Snape caminhava a passos lentos, mas seguros, para seu destino. Ele sabia o que devia fazer e mais ainda sentia o que aconteceria com ele. Porém em nenhum momento conseguiu sentir medo ou arrependimento. Simplesmente continuou caminhando até a entrada embaixo do salgueiro lutador, em sua mente ele tentava afastar a imagem de Harry e mais ainda de tudo que viveram juntos, caso contrário não conseguiria continuar. A árvore foi facilmente paralisada com um feitiço que acertou bem no meio do nó da raiz em sua base, permitindo que Snape deslizasse com facilidade e rapidez para dentro do buraco. Após limpar a sujeira de sua roupa ele acendeu sua varinha e continuou em frente até a sala de estar daquela casa abandonada.

Ele não olhou o Lord, nem mesmo Nagini, já sabia o que precisava que Harry fizesse e já havia dito a ele, agora era só enfrentar seu destino. Claro que ele tentaria ajudar Harry o máximo que poderia antes que fosse seu fim, se conseguisse matar Nagini antes de finalmente poder descansar, seria de grande ajuda a Harry. Mas para isso ele teria que finalmente enfrentar o Lord das Trevas.

Seria capaz disso?

Snape se perguntava enquanto o homem perto da lareira se virava devagar e quando ele olhou dentro de seus olhos vermelhos e viu somente morte, soube que seria capaz de qualquer coisa para proteger Harry.

- Severus, demorou para responder meu chamado.

- Desculpe Milorde, tive um contratempo com Minerva.

- Imagino, McGonagall é bem dura quando quer. Pena que irá morrer hoje, uma bruxa com os talentos dela não são fáceis de se ver hoje em dia. Mas mudemos de assunto...

Snape não ouvia mais nenhuma palavra dele, já sabia de tudo o que ele estava falando, a varinha das varinhas, a mesma que ele achava estar em seu poder, mas que na verdade era de Harry, sempre esteve com Harry desde a fuga a casa de Malfoy. Do que adiantava ele prestar atenção nas palavras arrastadas e chiadas do monstro à sua frente? Nada. Ao invés disso ele escolheu relembrar uma última lembrança que havia guardado em sua memória. O primeiro olhar apaixonado de Harry, o brilho que suas íris verdes transmitiam, o sorriso que lhe mostravam e a devoção que jamais faltaria. Que memória linda para se ter nos seus últimos segundos, bem aqueles que antecedem a morte.

Era fácil prever o ataque de Voldemort, por isso, mesmo não prestando atenção no que ele dizia, Snape sacou a varinha e lançou um feitiço direto em Nagini, mas assim como imaginado a cobra estava protegida por um escudo mágico. Ele não conseguiu nem mesmo assustá-la. Voldemort somente urrou de raiva e ódio enquanto Snape sorria uma última vez antes de ser atacado por Nagini. Era dolorido, os dentes da cobra rasgavam sua pele e o veneno passeava entre suas veias queimando seu sangue, enfraquecendo sua carne. Ele caiu envolto em sangue e só teve tempo de dizer uma palavra.

- Harry

Os feitiços voavam por sobre suas cabeças quando Harry caiu de joelhos no chão apertando o peito. A dor que passou por seu corpo era tamanha que sua visão embaçou e ele quase foi atingido por um feitiço, se Hermione não estivesse ali não haveria mais Harry Potter.

- O que foi Harry?

- Não sei. – Respondeu com dificuldade sendo levantado por Rony e arrastado para mais longe dos feitiços. – Senti uma dor muito forte no peito.

- Será que é Voldemort?

- Não, as dores que sinto quando é por culpa dele, são diferentes, essa foi mais forte. Parecia que eu estava sendo cortado, como se arrancassem pedaços de mim, foi muito ruim.