A visita de Dumbledore

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Capítulo 21 - A visita de Dumbledore

Após uma noite de muitas gargalhadas com os Weasley, Harry dormiu tão pesadamente que pela primeira vez não sonhou com nada. Quando acordou já era quase meio dia e o quarto estava vazio. O sol no alto céu brilhava de uma forma encantadora e o jardim verde estava repleto de cabelos laranja vivo, mas no meio das cores vivas havia um cabelo castanho e cheio. Sentada em um banco ao lado de Gina, Hermione ria enquanto George ou Fred chutava o traseiro de um duende reclamão que voou longe no longo jardim. Harry trocou rapidamente de roupa e desceu correndo as escadas indo em direção ao jardim

- Ei, ei, ei. Calma aí, Harry. Você ainda nem comeu. – Disse a senhora Weasley já preparando um belo café da manhã atrasado para Harry.

- Mas é que... – Balbuciou apontando para fora.

- Deixe-o ir Molly. – Disse o senhor Weasley levantando os olhos do jornal matinal. – Ele pode comer depois, deixe-o ver os amigos.

Harry dirigiu-se para a porta, mas não pôde deixar de ouvir a senhora Weasley reclamar com o marido que ele criava aqueles meninos de forma errada e que por ele ninguém comia nos horários certos. Ao chegar no jardim um monte de cabelos castanhos lhe assustou pulando em cima dele.

- Harry! Que bom te ver. Estava realmente com saudades. Como você está?

- Estou bem Mione, quando você chegou aqui?

- Hoje de manhã. Meus pais estão viajando então tive permissão para passar esses últimos dias aqui com os Weasley e depois ir direto para a escola.

- Legal.

- Harry! – Chamou a senhora Weasley da porta. – Tem uma correspondência para você querido. Tome aqui.

Harry pegou o pedaço de pergaminho dobrado nas mãos gorduchas da senhora Weasley e o abriu com cuidado vendo a letrinha miúda escrita com pressa.

- Correspondência do Dumbledore. – Disse ao ver o olhar inquisitório de Hermione.

- O que ele quer?

- Vamos descobrir. – Disse antes de ler a pequena frase. – Aqui não diz muita coisa, diz apenas: "Me aguarde hoje à noite, Dumbledore".

- O que será que ele quer com você?

- Não sei, teremos que esperar para saber.

- É teremos. Vamos pra lá, estamos vendo quem ganha o arremesso de duendes. George está na frente, mas Fred é muito rápido e os acha primeiro, o problema é que ele não é tão ágil e acaba deixando um monte fugir.

- Parece legal.

- Eu e Gina que inventamos isso.

- Olá Gina. – Disse sentando-se ao lado da única filha da senhora Weasley.

- Olá Harry.

- Cadê o Rony?

- Está ali atrás. Ele é lerdo então nem contamos ele no jogo.

- Como você sabe quem é quem? – Perguntou Harry tentando adivinhar quem era quem no meio do matagal alto.

- Quando se mora com os Weasley você acaba distinguindo os tons de vermelho assim como o volume e o formato do cabelo. O do Rony é mais curto e espetado e o laranja é um pouco mais claro. O de Fred e George são os mais vermelhos, mas o de Fred tem uma mecha um pouco mais claro que o distingue entre os dois. Gui tem o cabelo grande como o meu, só que mais cheio. Carlinhos tem o cabelo como uma tigela e bem liso, o meu é liso e cumprido além de muito vermelho.

Harry não questionou o porquê de Gina não ter mencionado o cabelo de Percy. Ele era um idiota que deixou a família para apoiar o Ministério da Magia. Desde o dia em que o irmão do meio brigou com os pais e saiu de casa a senhora Weasley estivera muito sensível com esse assunto e o nome Percy era proibido naquela casa. Essa lei foi posta pelos gêmeos que não suportavam ver sua mãe chorando cada vez que alguém citava aquele nome.

- O seu é mais fácil. Seu cabelo é de menina. – Disse Hermione.

- Você que pensa. Gui está competindo comigo. Mamãe está louca para cortar o cabelo dele, mas a Fleuma não deixa, ela diz que é o charme dele.

Todos riram quando Gina começou a imitar a sua nova cunhada. A tarde passou rápido, Harry ajudou os meninos a tirar os duendes do jardim enquanto as meninas cochichavam no banco. Depois de muito suor todos foram tomar banho para poderem jantar. A hora de Dumbledore chegar estava se aproximando cada vez mais e Harry estava tão ansioso que não conseguiu comer muito, temeu vomitar tudo no exato momento que levantasse da mesa de jantar. No momento estava sentado no sofá olhando o céu escuro através da janela. Cada segundo que se passava era um sufoco para ele. A esperança que o diretor tivesse alguma informação sobre Snape era extremamente mortal.

De repente o alívio se instalou em seu peito ao visualizar o vulto alto de Dumbledore se aproximando da Toca.

- O que foi querido? – Perguntou a senhora Weasley que estava na sala observando Harry e reclamando para si mesma como ele estava magro e desnutrido. – É ele?

A senhora Weasley não precisou aguardar muito para ter a comprovação, logo uma batida seca foi ouvida na porta da Toca. A senhora Weasley abriu a porta e deu as boas vindas ao diretor de Hogwarts já o convidando para entrar e lhe servindo algo para comer.

- Não, obrigado Molly, mas não tenho muito tempo. Vim buscar Harry para me ajudar em uma coisa. Prometo devolvê-lo são e salvo.

- Tudo bem. Eu vou esperá-lo Harry.

- Não será necessário, Molly. – Disse Dumbledore. – Pode dormir, eu o trarei em segurança.

- Claro. Eu vou dormir então.

A senhora Weasley hesitou um pouco antes de se dirigir a escada. Harry sabia que quando voltasse a ela estaria sentada na poltrona da sala o esperando para ver se estava tudo bem, ver se ele não estava com nenhum arranhão e lhe preparar uma boa comida antes de dormir. Amava aquela mulher.

- Boa noite senhora Weasley.

Harry saiu com Dumbledore para o grande jardim e quase correu para acompanhar o passo do diretor que ia em direção à uma colina. Pararam diante de uma cerca e Harry não conseguiu olhar para o diretor. Em sua mente ele se lembrou do dia em que ouvira a conversa de Snape com ele.

- Senhor, o professor...

- O que houve entre você e o professor Snape é de respeito somente a vocês dois e quanto a Voldemort, só posso dizer que você, como todos os outros que amam, foi tolo, mas ainda assim foi um grande homem. O professor Snape está bem, se é isso que deseja saber.

Harry baixou a cabeça e ficou mexendo nervosamente na terra fazendo um pequeno buraco. A mão de Dumbledore virou o rosto de Harry fazendo-o ficar de frente para ele. Era incrível como somente agora percebia o quanto aquele menino era vulnerável.

- Estou muito orgulhoso de você e ele também.

Harry sorriu fraco e deu uma olhada rápida em seus olhos azuis, mas sua atenção voltou-se para a mão cinzenta que Dumbledore mantinha ao lado do corpo.

- Senhor, sua mão...

- Ah! – Exclamou Dumbledore sorrindo. – Uma história fascinante que merece um tempo exclusivo para que seja contada como deve ser ouvida. Hoje não é esse momento.

Harry sentiu que aquelas palavras, mesmo gentis, colocavam um fim nas perguntas sobre sua mão, pelo menos por hora.

- Onde vamos professor?

- Quero que me acompanhe até a casa de um velho amigo. Sabe que estamos desfalcados no nosso quadro de funcionários e preciso que me ajude a convencer um velho amigo meu a voltar para Hogwarts.

- E por que o senhor precisa de mim?

- Acredite Harry, você é o diamante de que preciso para trazer um ganancioso de volta para os terrenos da escola. Segure meu braço, por favor.

Harry obedeceu sem perguntar. Não imaginava que ali naquela viagem começaria uma longa jornada para recuperar uma coisa preciosa que mudaria novamente a sua rotina.

O Veneno que Corrói a Alma (Snarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora