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G A B R I E L A

Estava há muito tempo conversando sobre absolutamente tudo com com o senhor Zequinha. Ele era tão fofo, amoroso que me dava vontade de colocar em um potinho e levar pra casa.

Lennon estava no telefone o tempo todo, e quando dizia algo era apenas para concordar em algo que o seu avô falava.

— Eu amo cachorro minha filha! Mas o Lê não deixa ter no apartamento. — Ele disse brincando com a Hula que estava animada com ele. Incrível!

— Porquê ele não deixa? — Perguntei para o senhor, mas com os olhos colados nele que não saia do maldito celular.

— Porque cachorro faz muita sujeira, e quem daria atenção? — Ele falou pela primeira vez diretamente pra mim.

— Eu já disse que eu cuido. Limpo tudinho, tudinho. — O senhor disse e eu senti o coração aquecer.

Meu Deus me tira a vontade de dar um cachorrinho pra esse homem!

— Nada disso! Já falei que se quiser um hamster ou um peixe, eu vou até junto comprar. — Lennon falou agora para o avô.

— Senhor Zequinha, eu faço parte de um projeto de cachorrinhos de rua. Nas quartas-feiras a gente sempre vai visitar, até mesmo pega alguns outros na rua. Se o Lennon concordar, quando você quiser eu posso te levar comigo. — Eu disse e vi o senhor olhar todo esperançoso pro neto.

Aquela ingenuidade dele estava me matando de amor!

Olhei pro Lennon que gargalhou ao ver a cara de piedade do avô.

— Tá, tá! Vocês venceram. — Ele disse e o senhor ergueu os punhos cerrados pra cima, como símbolo de vitória.

Abracei o senhor de lado.

— Você ouviu isso Hulinha? — Ele abaixou abraçou a cachorra que lambeu o rosto dele.

Olhei pro Lennon que tava me encarando. Ficamos naquela troca de olhares por um bom tempo, até seu Zequinha voltar falar comigo.

— Tem como ir amanhã ou só funciona na quarta? — Ele perguntou esperançoso me fazendo rir.

— Ei, ei, ei! Não senhor. Amanhã tu tem consulta, pode não. — Lennon repreendeu o senhor que ficou desanimado.

— Quarta feira eu prometo que a gente vai seu Zequinha! — Olhei pro Lennon. — Não é?

Ele me encarou por alguns segundos e assentiu.

— Quarta eu vou falando com a Gabi e então vocês vão. — Ele disse e o senhor concordou.

— Agora eu preciso ir. Tenho muitas coisas do trabalho ainda! — Falei voltando a colocar a coleira na Hula.

— Aj já vai minha filha? — Ele perguntou e eu assento abraçando ele com afeto.

— Daqui dois dias a gente vai. Nem vai demorar! — Disse e ele assentiu.

  Fiquei com receio de me despedir do Lennon, mas abracei ele do mesmo jeito. O quanto eu senti falta de estar ali nos braços dele não tava escrito.

— Não sei porquê não deixa ele ter um cachorrinho. — Sussurrei no ouvido dele que riu abafado.

— Tchau pra vocês.

— Ah, nenhum beijinho? — Ele falou desapontado enquanto olhava pra gente.
  Gargalhei alto.

  Seu Zequinha parecia uma criança. Estava apaixonada por esse jeito dele.

  Voltei ficar frente a frente com o Lennon. Fiquei na ponta dos pés dele pra selar sua boca e ele segurou o meu rosto pra intensificar mais o contato.
  Senti aquelas velhas borboletas no estômago.

  Me afastei e encarei o senhor que encarava a gente com um sorriso puro.

— Foi um prazer conhecer o senhor. — Abracei ele mais uma vez.

— Eu amei conhecer você! — Ele disse e eu comecei a entender de onde Lennon puxou aquele jeito.

— Quarta a gente se vê então hein!?

  Olhei uma última vez pro Lennon que sorriu pra mim, dessa vez sincero.

  Voltei a caminhar e depois de uns vinte minutos eu estava em casa com um sorriso besta no rosto.

  Fui diretamente trabalhar em alguns novos projetos, mas não conseguia tirar aquela sensação adolescente de dentro de mim.

  Porra de L7!!!

...

  Já estava finalizando o trabalho até receber uma mensagem dele, que me fez pousar a atenção apenas nisso.

lennin 🧡
vc não faz ideia do quanto ele precisava dessa alegria q você deu hj pra ele.
Obrigado.

2/5

perdição | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora