•Dádiva•

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G A B R I E L A

Nove horas de viagem e já rolou DR. Xamã e Gio discutiram. Tudo por causa da batalha. Giovanna achou machista a fala do índio em falar que o lugar dela era na fotografia e o índio ficou com raiva dela por achar que ele foi machista. Conclusão final: Os dois cortaram o clima da viagem e todos estamos nos nossos devidos lugares mexendo no celular, dormindo ou comendo.

— Vida? — Chamei o Lennon que estava com os fones de ouvido. Ele não me ouviu.

  Cutuquei ele que se assustou.

— Aí que susto. O que foi? — Ele perguntou.

— Será se vai demorar pra parar? — Perguntei e ele de uma cara de confuso.

— QUE? — Ele gritou.

  O inteligente não tinha tirado o fone. Apontei pros ouvidos dele e ele só falou um "ah verdade" e tirou os benditos fones.

— Difícil hein!? — Falei e ele continuou me encarando. — Será que vai demorar pra dar a parada? Quero fazer xixi.

— Pera aí que eu vou ver pá tu. — Ele levantou indo falar com o motorista.

  Lennon deixou o celular desbloqueado e eu olhei o visor. Estava nas notas dele e tinha um texto enorme. Provavelmente era pro meu aniversário, por isso eu me atentei a não olhar uma palavra. Desviei o rosto até pra janela pra evitar.

— Amor meia horinha. — Ele disse sentando e pegando o celular de volta.

— Porra que demora! — Falei pegando o celular.

Eram quatro da tarde e tudo que eu queria era chegar logo em Jurerê internacional, meu Deus. Por mais que no começo estava meio insegura de estarem gastando dinheiro por minha causa, eu tava muito feliz. Muito mesmo!

...

  Quando Lennon disse que seria meia hora, não pensei que fosse o mínimo. Estávamos a quarenta e cinco minutos comigo segurando o xixi. Eu ia explodir, tenho certeza!

— Mô, vou aguentar não. Pede pra parar que eu vou fazer no mato mesmo! — Eu disse e Lennon gargalhou, mas foi até o motorista. A van parou e eu praticamente desci correndo, Lennon veio atrás de mim.

Escolhi o canto mais escondido que tinha e abaixei as calças com o Lennon fazendo cobertura pra mim.

— Até mijando tu é gata hein. — Lennon disse me fazendo gargalhar e perder totalmente o controle do líquido que saia de mim.

— Amor pelo amor de Deus. — Eu segurei na canela dele pra me equilibrar. — Tu nem trouxe papel pra mim né?

— Achei que você tinha pegado. — Ela disse.

— Eu sai voada de lá. E agora? — Perguntei e ele me olhou malicioso.

— Se quiser eu te seco.

Bati nele que gemeu de dor.

— Cê para de ser porco Lennon! — Repreendi ele que gargalhou.

— Pô então se seca com alguma folha aí, pô. Ofereço minha humilde língua e ela vem com sete pedra na mão.

Levantei me vestindo.

— Lennon, você brinca mais que a brincadeira hein. — Falei rindo.

Seguimos de novo até a van e todos estavam olhando pra minha cara.

— Ah pronto, ninguém mija no mato não é? — Falei fazendo todo mundo rir e abrir rendição.

Eu e o Lennon voltamos pro final do ônibus e eu aproveitei a visão pra ver o sol se pondo. Lennon dormiu pesado.

Agora mais aliviada conseguia curtir mais, apesar de estar cansada ter eles ali comigo era dádiva!

2/5

perdição | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora