G A B R I E L A
ALGUNS DIAS DEPOIS.
Mais de sete horas na estrada. Eu nem tenho ideia de brincadeira pra distrair o Kauê mais!
Lennon tava cansado e eu com a bunda quadrada. Viagens tem seus preços!
Mais uma horinha e já estávamos no meio do mato. E eu ia guiando o Lennon enquanto tinha nostalgia de brincar naquelas árvores.
— Nunca tinha vindo pra cá, mas já gostei — Ele falou depois que a gente passou por um motel.
Gargalhei baixo pra não acordar o meu bebê.
— Safado! — Dei um tapinha no braço dele.
— Tá chegando? — Ele perguntou entediado.
— Vira a esquerda. Dois quilômetros e a gente chega na porteira. — Falei lembrando do caminho.
Em silêncio ele dirigiu exatamente ao que eu falei.
Lennon estacionou na frente da porteira e eu desci do carro pra autorizarem. E eu nem precisei me colocar totalmente pra fora. Me reconheceram de longe.
Voltei pro carro e observei os dois peões abrirem a estatura de madeira.
Lennon passou devagar por eles pra podermos cumprimentar.
— Boa tarde! — Cumprimentei e eles assentiram.
Seguimos pra dentro e eu comecei reparar que estava mais bonito que da última vez que eu vim.
Acabei acordando o Kauê e ele mal abriu os olhos e já tava maravilhado com a visão. Disse ele que nunca conheceu um cavalo.
— Aqui a tia tem até cabritinho. — Contei e vi a empolgação aumentar.
Lennon estacionou sede frente na casa da tia Gilda e eu vi ela e o marido na porta com os sorrisos de orelha a orelha.
— Tia! — Sai do carro indo abraçar ela.
— Gabi, meu amor! — Ela falou me apertando.
— Tio Olavinho, quanto tempo. — Cumprimentei ele com um abraço também.
— Você tá enorme bonequinha. — Ele disse o apelido que usava quando eu era criança.
— Quero apresentar pra vocês o meu marido. — Dei passagem pro Lennon que me olhou com um sorriso bobo.
— Então esse é o Lennon? — Minha tia perguntou abraçando ele.
— É um prazer conhecer vocês, de verdade! — Ele falou se afastando da minha tia e apertando a mão do meu tio.
— E ainda mais importante, quero que vocês conheçam meu filhinho. — Falei voltando pro carro que nem tava longe da gente.
— Mãe, tô com medo. — Ele sussurrou.
Ele não era um menino tão fácil de conhecer pessoas, e eu entendo isso e venho trabalhando com ele pra mudar isso.
— Bebê, ali é meu titio e a minha titia. Também é sua família. — Falei desabotoando a cadeirinha dele.
— Eu tô com medo. — Ele murmurou frustrado.
— Olha aqui pra mamãe. — Pedi. Ele me olhou com os olhinhos de piedade. — Já conversamos sobre isso, e eu já disse que nunca vou te deixar perto de pessoas que possam te fazer mal.
Ele suspirou.
— Posso ir no colo? — Ele perguntou e eu assenti sorrindo.
Ergui os braços pra ele que saiu da cadeirinha e se agarrou em mim.
Caminhei até meus tios, e até tentei fazer o Kauê me soltar um pouco pra eles verem ele, mas ele tava inseguro.
— Tudo bem Gabi, a gente vai ter muito tempo pra se dar bem ainda. — Tia Gilda disse sorridente.
— Vem, vocês devem estar cansados. — Meu tio disse entrando em casa.
— O que foi? — Lennon perguntou baixinho pra mim.
— Ele tá inseguro. — Falei enquanto alisava as costinhas dele.
— Vem cá com o papai, vem!? — Lennon ergueu os braços e o bonito do Kauê foi sem pensar duas vezes. — Cê tá pesado cara, daqui a pouco cê não vai mais caber no nosso colo.
Lennon tentou brincar com ele e eu achei incrível o poder dele de deixar o bebê tranquilo.
...
Tomamos um café no modo de minas e Lennon nem se apaixonou. Passa fome do jeito que ele é, nunca mais vai querer ir embora.
Acabou que a gente foi dormir pra descansar da viagem, e eu nunca pensei que sentiria tanta falta de deitar em uma cama.
— Amor? — Lennon me chamou sonolento.
Abri os olhos vendo os dele fechado.
— A gente é marido e mulher né? — Ele perguntou e eu ri fraco.
— Sim, vida. — Respondi passando as unhas nos cabelos curtos dele.
— É bom ter vocês, eu sinto que eu não mereço nada disso. — Ele falou com um pouco de drama, e eu achei a coisa mais linda.
— Quem diria que o pegador, desapegado L7 estaria curtindo umas férias em Minas Gerais com a sua família. — Comentei e ele riu.
— Nóis é merecedor de tirar umas férias. — Ele disse fazendo referência ao Poze e eu ri um pouco mais alto. — Mas aí, todo esse medo que eu sentia de não dar certo com alguém, sumiu assim que eu te conheci.
Lennon abriu os olhos pra me encarar.
— Eu realmente te amo. — Ele disse intenso e eu senti meu coração amolecer. — E é clichê, e você sabe o quanto eu odeio dizer coisas clichês pra você, mas parece que eu vivi pra te esperar.
— Você me realiza todos os dias. Obrigada por estar aqui. — Falei deixando o cansaço me ganhar.
Fechei os olhos e senti um beijinho do Lennon no meu nariz.
— Não tem que agradecer, é uma puta sorte acordar com você do meu lado. Sabe quantas pessoas no mundo tem uma Gabriela? Apenas uma, e eu sou ela. Isso é foda demais. — Ele disse fazendo rir.
— Eu também sou louca por você.
$.$
Primeiro capítulo do ano neee KKKKK senti sdd de vcs e da Gabi, do Kauêzinho.
Obrigada por não terem desistido!
(Estamos nos últimos capítulos taaa🤧)
Bjinho da tia.
(Já leram Nada é pra sempre hoje?)
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perdição | L7NNON
FanficGabriela é uma obra de arte que se não existisse, eu mesmo teria esculpido. Início: 29 de outubro [2020] às 06:06 fim: 16 de janeiro [2021] às 00:45