•Ele mentiu pra mim.•

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L E N N O N

MESES DEPOIS

Esse tem sido o pior ano. Não tem um mês se quer que não acontece alguma desgraça no mundo. Todo mundo tá com muito medo!

  Eu e a Gabriela não estamos nos falando direito. Qualquer coisa a gente tá tá brigando. Era horrível ficar assim.

— Gabriela pelo amor de Deus, não é hora de ficar de achismo não! Olha essa merda dessa epidemia por aí. — Tentava abrir os olhos daquela mulher.

— Não adianta Lennon! Eu prometi que já ajudar. — Ela disse arrumando as coisas na mala. — Eu volto em três dias, vai ser rápido!

  Bufei me jogando na cama dela.

— Tu não entende a gravidade né? Porra, vai pra outra cidade fazer o que Gabriela? — Eu tava irritado. Muito mesmo.

— Já falei que eu vou Lennon! É a vida de uma criança. — Ela estava apressada.

— E a sua não importa? — Eu sei, falei merda.

  Mas não tava errado em querer proteger a minha namorada de pegar essa tal doença.

— Tem idéia do quão egoísta está sendo? — Ela perguntou me encarando raivosa.

— Tá bom então. A vontade! — Levantei saindo do quarto.

— Você é o melhor namorado do mundo, obrigada pelo apoio! — Ela debochou alto do quarto e eu revirei o olho.

  Me joguei no sofá e coloquei os olhos na tevê, mas não assistia.

  Gabriela participa dos eventos da instituição de animais e atrás de uma conversa com uma das organizadoras, ela descobriu que uma criança sofre de uma doença rara e não tinham doadores de sangue disponíveis pro garoto, por ser um sangue raro. E adivinha quem é a portadora do exato? Exatamente minha namorada, mas conhecida como a mulher que quer ajudar todo mundo. E tudo bem querer ajudar, mas ela coloca as pessoas como prioridade, esquece completamente dela mesma.

— Eu tô indo. Vai me levar no aeroporto ou eu posso pedir um táxi? — Ela perguntou parando na minha frente com a mala.

  Bufei ainda irritado.

  Levantei como resposta e ela entendeu.

  Caminhei ainda muito puto, até meu carro. Esperei ela e seguimos pro elevador.

  Não trocamos uma palavra no caminho e eu também preferia assim!

...

  Estacionei o carro e ela já ia descer do carro, mas impedi travando as portas.

— Ah Qual foi, tu não fez isso! — Ela falou irritada.

— Apesar de não concordar, estar muito irritado com isso, não quero que você vá sem se despedir de mim. — Fui sincero e ela pela primeira vez sem duas semanas sorriu, por mais que minimamente.

  Gabriela se esticou beijando minha boca suave.

— Eu te amo e preciso que me entenda. — Ela disse apressada saindo do carro como na velocidade da luz.

  Fiquei igual um mongo com a cara de tacho. Ela não me deixou nem dizer que amava ela também!

  Voltei o caminho.

  Meu celular começou apitar por ligação. Eu atendi sem nem ver o nome.

Lennon: alô
Malaika: fala tu Frassetti!
Lennon: ah... Malaika!?
Malaika: nossa parece que me odeia.
Lennon: não é isso. Não tô num momento bom, pô!
Malaika: então liguei no momento certo! Cola aqui no Parque bar!
Lennon: não tô bem real Mali, se não eu ia.
Malaika: mano a Mari tá aqui, daqui a pouco ela tá vazando.
Lennon: manda um beijo aí pra ela.
Malaika: mancada tua Lennon. Quanto tempo tu não vê a mina. O que custa?
Lennon: mas ela vai me entender!
Malaika: ela pode dizer isso, mas a gente sabe que ela vai ficar magoada. Pô tua melhor amiga, tu vai dar dessas?
Lennon: ... Ok, mas não vou ficar muito!
Malaika: Ae porra! Beijo Frassetti ramo te esperando!

  Desliguei a chamada e mudei minha rota indo pro bar. Eu real tava querendo evitar aquilo, mas não podia deixar a Marizinha.

...

  Já tava há um tempo lá e já tinha recebido mensagem da Gabi dizendo que tinha chegado. Pela primeira vez na vida eu menti pra ela dizendo que também estava em casa. Não podia dar esse mole de falar que eu tava numa festa cheia de gente, depois de dar maior sermão sobre a tal epidemia.

  No começo ali tava chatão, mas depois que comecei a zoar junto com a Mali, ficou mais divertido.

— Bebe aqui! — Ela colocou o copo e eh neguei.

— Esqueceu que eu não bebo? — Falei me afastando um pouco.

— Esse caô tu mete pra cima da sua namoradinha. Comigo tu vai beber sim! — Ela me esticou o copo.

— Não gosto quando você fala dela assim. — Falei firme e ela revirou o olho.

  Peguei o copo da mão dela e beberiquei um pouco.  Entreguei o resto e disse que não beberia mais.

  Óbvio que mais tarde ela me fez tomar gim puro!

...

  Quatro da manhã e eu nem pensava em ir embora. Até o Matheus me puxar de lado.

— Gabriela sabe que você tá aqui? — Ele perguntou receoso. Neguei confuso.

  Ele me mostrou um vídeo que mostrava eu bebendo e na sequência a mensagem da Gabriela.

Gabriela ele tá aí agora?

Matheus: ta aqui sim porquê!

Gabriela: não acredito!!! Ele mentiu pra mim.

$.$

Desculpa a minha ausência. Não tô com tanta imaginação e os problemas ai KKKKKKK

perdição | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora