•Melô do amor.•

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G A B R I E L A

Já tava recuperada da minha crise de choro. Agora gente tava no Uber e eu tava pensando quando veria ele de novo.

  Desde a última vez que eu vi ele aquele dia, liguei pra ele todos os dias. Me despedir dele sem a certeza de quando eu veria ele de novo machucava.

— Finge que você não me viu chorando, ok? — Falei pro Lennon que riu.

— Não sei qual a tua parada em chorar. Isso não te faz fraca, mano. — Ele falou como se fosse simples.

— Mas eu me sinto. — Dei de ombros.

Fomos o caminho em silêncio até chegarmos no hotel.

  Quando o motorista estacionou eu desci meio chateada, me despedi do Lennon meio desanimada.

  Quando entrei no quarto fui pro banheiro direto. Tomei uma ducha rápida e fiquei apenas de calcinha. Procurei aonde tinha jogado a blusa do Lennon e quando achei em cima da mesinha, peguei me vestindo.

  Como sempre ficou um vestido e eu amei, ainda mais o cheiro dele ali.

  Olhei no frigobar se tinha alguma coisa pra me relaxar, e suspirei vendo a garrafa de vinho. Nem me importei com a marca ou com a minha dieta, uma taça faz até bem!

  Tá agora cadê a taça?

  Passei o olhar por onde era pra estar a taça, mas não vi!

  Vai no gargalo mesmo!

  Peguei meu celular e fui pra varandinha que tinha ali. Sentei no chão.

  No Spotify coloquei a minha playlist de desencaso e a primeira que começou foi Várias Queixas do Gilsons.
  Beberiquei o vinho e suspirei.

  Era um saco crescer e ter que lidar com os problemas de adulto. Eu com certeza daria tudo o que eu tenho pra voltar pros braços da minha mãe, quando eu caia de skate com dez anos. Agora eu preciso lidar com problemas que só de pensar dói a cabeça.

  A única pessoa que me fazia tirar todos os problemas das costas, por horas, estava no quarto ao lado e eu queria tanto ele ali.

  Queria tanto que decidi chamar ele.

gabriela
ta acordado?

lennon
Tô, pq?

gabriela
Quer vir aqui? Tem mate gelado.

  Ele apenas visualizou. Em menos de dois minutos escutei batidas na minha porta.

  Levantei com um sorriso mínimo. Fui até a porta e abri vendo ele com uma bermuda de moletom e sem camisa. Sorri e dei passagem pra ele.

— Bebendo dona Gabriela? — Ele perguntou vendo a garrafa na varanda.

— Vinho é feito de uva, da nada! — Falei pegando a garrafa de mate no frigobar.

— Assim como caipirinha é de limão e...

— Tá bom! Já entendi. — Cortei ele que riu.

perdição | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora