•Você não vem?•

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G A B R I E L A

O tempo passou devagar até o fim de semana. Confesso que já tinha feito alguns planos para eu e o Lennon.

Esperei ele sentada na calçada em frente de casa e já estava me arrependendo pelo sol quente, não tinha passado nem protetor direito!

— Fala tu Gabriela!

Ouvi ele me chamar. Passei os olhos pelo calçadão, que era de onde eu escutei a voz dele.
Vi ele caminhando todo marrento com a camisa pendurada no ombro e um sorriso safado no rosto. Mal conheço e já sei que é típico!

Me levantei esperando ele chegar até mim.

— Não me chama de Gabriela, abusado! — Reclamei brincando e ele estalou a língua me puxando pra um abraço.
A gente nunca teve tanto contato, e era maneiro demais.

Ele tava usando um perfume forte que com toda certeza marcaria o momento. Me afastei pra encarar ele que agora sorria completamente.

— Gabriela é muito bonito. — Ele olhava nos meus olhos como se fosse ler minha alma.

— Também acho, mas tem o tom muito sério. "Bi" já é mais carinhoso. — Fiz manha e ele riu me puxando pra mais um abraço. Isso era muito bom.

— Você é fofa. — Ele concluiu e eu revirei o olho sentindo minha bochecha queimar.

— E você gosta de me deixar tímida. — Falei escondendo o meu rosto no peitoral dele.

— Cê fica vermelha por qualquer coisa. — Ele riu e eu me afastei um pouco dele. — Já decidiu o que a gente vai fazer hoje?

Assenti tranquila.

— Tenho boas programações pra gente. — Falei sorridente e ele abriu um sorriso malicioso. — Se liga Lennon, não vem de risadinha maliciosa não. — Falei em meio a risada. Ele riu erguendo as mãos pra cima. — São dez da manhã, temos um bom tempo pela frente.

— Graças a Deus! — Ele murmurou e eu sorri.

— Pensei que a gente podia primeiro fazer uma trilha e depois cachoeira. — Dei a idéia super animada e ele não esboçou nada. Fiquei preocupada.

— Pô, aí cê me quebra Bi. Escolhe uma, trilha ou cachoeira. As duas é peso demais. — Ele reclamou e eu revirei o olho.

— Lennon pra chegar na cachoeira precisa fazer trilha. Não tem como evitar um ou outro. — Observei ele suspirar. — Deixa de ser sedentário moleque.

— Tá, tá. Vou só por que vou ter você como companhia. — Ele se rendeu e ao mesmo tempo fez um elogio. A todo momento ele me elogiava.

— Quer ir de ônibus ou a pé mesmo? — Perguntei e ele negou.

— Vamo de carro. Estacionei na rua de trás. — Ele falou indo na frente.

Tentava acompanhar ele, mas Lennon parecia que ia tirar o pai da forca.

Quando vi já estávamos em frente um carrão preto. Pelo jeito ele soube bem como gastar seu dinheiro.

Entrei no banco do passageiro e ele no comando.

— Tem preferência de música? — Ele perguntou ligando o rádio neguei enquanto ria.

— Tenho um péssimo gosto musical. — Admiti.

Ele não disse nada só colocou em alguma música no ritmo black soul. Ele aumentou no máximo e me encarou enquanto balançava a cabeça ao som da música.

— Vem com o pai que o pai ensina! — Ele gritou pela música alta.

Ele arrancou com o carro e eu fiquei sentindo o ritmo da música. Era contagiante e quando percebi minhas mãos batiam na minha coxa enquanto minha cabeça acompanhava. Estava amando!

Por um descontrole mexi o corpo todo num passinho estranho quando começou o refrão que, eu já tinha decorado. Olhei pra cara do Lennon que apenas ria. Dei de ombros e bati palma como se fosse um passo de dança.

Fomos nesse ritmo até o começo da trilha.

Sai do carro me alongando e vi o Lennon só me observar.

— Vai ficar me olhando aí igual um bobão? — Perguntei rindo e começando a caminhar.

— Gabriela, eu tô de chinelo, Gabriela! — Ele parecia já arrependido, mas no final não se arrependeria.

Esperei ele me alcançar e quando conseguiu eu sorri pra ele.

— Você sempre sorri fácil assim? — Ele perguntou olhando especificamente pra minha boca. Engoli em seco.

— Gosto de sorrir. — Disse simples.

— Também gosto que você sorria.

Corei de novo. Mas que porra!

— Que tal você parar de me deixar constrangida e começar falar pra mim como foi o show? — Sugeri e ele riu.

O que era pra ser uma conversa centrada e séria, se tornou aleatória com muito humor onde eu ria igual um porco e ele parecido com um asmático.

Como a Giovanna me ensinou fui entrando no meio das matas onde daria na cachoeira que não tinha reserva ambiental e ninguém sabia da existência dela, pelo que eu saiba.

Paramos de frente com aquela beleza natural e eu vi o sorriso dele iluminar.

— Valeu a pena demais! — Ele observava tudo muito admirado.

Tirei o tênis e a meia também. Corri um pouco pra longe e me virei pra ele com um sorriso maroto.
Me despi ficando com um conjunto de biquíni.

— Você não vem?

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A música da mídia é o som que o l7 botou no carro!

perdição | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora