•Esquece!•

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G A B R I E L A

ALGUNS DIAS DEPOIS

  Estávamos enfim na Bahia. Lennon veio reclamando como sempre de como odeia andar de avião. Eu também não suporto, mas não encho o saco dos outros como ele sempre faz!

— Bi, a gente podia levar algum brinquedo pra ele né? Fazer um mimo. — Lennon sugeriu.

  Eu tenho gostado do esforço que ele faz por e pelo Kauê, sem nem conhecer o pequeno.

— Tem razão! Vamo ver em algumas dessas feirinhas depois do almoço. — Falei enquanto caminhávamos pela rua enorme que daria no nosso hotel.

— Acredita que eu nunca comi acarajé? — Lennon colocou os braços em volta do meu pescoço.

— Eu já uma vez. Acho que você vai gostar. — Disse e ele ergueu a sobrancelha.

— Oh ela me conhece ela. — Ele brincou.

  Bati no ombro dele.

— Quase um ano te aturando, com certeza eu te conheço em alguma coisa né? — Disse e ele riu assentindo.

— Caralho... Um ano!? Parece que faz uns sete anos que a gente se conhece. — Ele analisou e eu assenti.

  Semana passada também pensei a mesma coisa.

— Quando tem conexão e química, a intimidade fica forte ao ponto de cada segundo se tornar meses. — Falei simples.

  Quando eu pensei pela primeira vez da minha intimidade tão forte com o Lennon, escrevi isso em um dos meus caderninhos de poesia.

— Isso você tirou de algum livro ou você quem inventou? — Lennon perguntou e eu encarei ele com os olhos semicerrados.

— Tá duvidando do meu potencial agora? — Brinquei e ele negou, sério.

  Lennon como sempre umedeceu os lábios antes de começar falar.

— Tu voltou a escrever poesia? — Ele perguntou.

  Lennon e Giovanna são os únicos a saber que eu escrevo poesias. De resto eu morro de vergonha.

— Na verdade voltei sim, mas essa eu fiz um pouco depois de te conhecer. — Confessei e senti ele suspirar.

— Que saco! É difícil ser seu amigo se á cada frase que você diz a minha vontade é beijar você. — Lennon disse com indignação.

  Gargalhei alto ao ponto deu sentir minha garganta vibrar.

— Lennon...

— É sério, cara. Só sai coisa bonita da sua boca. Impossível não me apaixonar cada vez mais. — Lennon beijou o topo da minha cabeça.

  Senti meu coração falhar as batidas.

  Não falei nada apenas seguimos o caminho até o nosso hotel.

  Lennon como sempre querendo pagar as coisas, mas eu falei que cada um ficava com a conta do próprio quarto! Ele resmungou, mas aceitou.

  Quando eu fui ver meu quarto fiquei apaixonada por cada detalhe. Mas logo a consciência de ter que pagar um fortuna me fazia desanimar.

  Me celular vibrou e eu peguei automaticamente.

lennon
O almoço acaba em meia hora. Descer agora?

gabriela
Comida de hotel????

lennon
N sei pq você tem tanto nojo.

gabriela
Não é nojo, é trauma!

lennon
Não é pq cuspiram UMA VEZ na sua comida, EM SÃO PAULO. Que isso vá acontecer de novo.

gabriela
Se você quiser comer eu posso te acompanhar, sem problema algum!

lennon
🙄🙄🙄 ta bom Gabriela. Onde você sugere que a gente coma?

gabriela
Em alguma barraquinha na rua😋

lennon
Ah deixa eu ver se eu entendi. Comida de hotel 🤢🤮🥴 comida de rua, sem esterilização 🥰😍😘😚

gabriela
Ih ala o preconceito desse cara.

lennon
Cala os dedos e vamo logo.

gabriela
Espera eu me arrumar?

lennon
🙄🙄🙄🙄

  Bloqueei a tela e fui revirar a minha mala atrás de alguma roupa decente. Peguei um macaquinho solto e uma sandália de amarração.

  Me olhei no espelho e comecei pensar como eu era exteriormente totalmente diferente do Lennon. Não sei como a gente se dá tão bem, tendo mundos diferentes.

  Deve ser realmente amor.

— O Gabriela, vamo? — Escutei ele falar da porta.

  Peguei minha carteira e o meu celular. Fui pra porta e vi o Lennon da mesma forma que veio, trajado de marca.

— Lennon a gente vai comer na rua cara, você não precisa tá assim. — Falei e ele se olhou.

— Ué!?

  Revirei o olho.

— Lá fora tá um sol de 40 graus e o senhor tá com um moletom. Me dá agonia só de olhar pra você. — Comentei e ele riu. — Anda tira isso!

— Pô, sério? — Ele perguntou e eu assenti.

  Lennon me obedeceu tirando o moletom preto e me dando.

  Peguei da sua mão e joguei dentro do meu quarto antes de trancar a porta.

— Ei!? — Lennon falou alto.

— Depois você pega. — Tomei a frente indo pro elevador.

— Gabriela eu amo essa blusa, não rouba ela que bem você fez com as outras. Te imploro, cara!

  Gargalhei clicando no botão do térreo.

— Como tu mesmo diz: esquece!

$.$

Vem de maratona com a tia!

perdição | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora