•Mina do sorriso bonito•

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L E N N O N

Ontem tava eu dando uma volta lá no calçadão. Vi uma mina linda. Juro por Deus que eu me apaixonei. — Brinquei.

— Pô, qual foi? Tu se apaixona toda semana por alguém. — Borges disse e realmente era um fato.

  Não vou negar que eu me apaixono com facilidade, não vejo como algo ruim.

— Borges mandou o papo, Lennon quando num tá apaixonado é que tem parada errada. — Foi a vez do Thiago gastar.

Molequin se apaixona na mesma frequência que respira. Da não. — Léozin brincou.

  Beberiquei minha H2O e neguei com a cabeça.

— A mina era incrível. — Declarei.

  Foram alguns segundos, mas o suficiente pra deixar o rosto dela gravado na minha mente.

— Igual a Letícia? — Borges ironizou.

— Ou a Deza? — Léozin se fez de pensativo enquanto olhava para o Borges.

— Não melhor que a Dani! — Thiago brincou e eu gargalhei.

  Neguei rapidamente.

— Cada mina tem sua perfeição, tá ligado? Todas muito apaixonantes no seu estilo. — Falei sorrindo e escutei um coral de "oh".

— Num é atoa que o moleque é conhecido como o poeta vagabundo. — Léozin como sempre, brincou.

  Estava ali fazia um tempinho. Observávamos o pôr do sol e cada vez que eu via ficava mais lindo.

— Papo de ir pra casa, to cansadão! — Borges comentou batendo na mão dos caras.

— Vixi, qual foi moleque? Logo tu? — Falei enquanto fazia um toque de mão com ele.

— Cê tá ligado, cansadão. Dia todo aí com esses mano, preciso parar de ver a cara de vocês se não vou enjoar. — Borges disse antes de dar as costas e atravessar.

— Qual vai ser agora? — Perguntei.

  Não ia pra casa tão cedo. Morar sozinho tem essas desvantagens, a solidão.

— Vão agitar lá na pracinha. Partiu? — Thiago perguntou.

Sem dizer nada eu levantei como resposta. Léozin levantou bufando.

— Agora a gente vai ter que ir pra casa do Lennon pegar o skate. Mo pião. — Léozin reclamou.

— Reclama não, a gente ainda vai de carro. — Thiago respondeu.

Quando chegamos em casa eu aproveitei pra trocar de roupa. Peguei meu skate e também alguns energéticos pros lek

Logo a gente tava no carro do Thiago. A pracinha dali não era longe, era uns vinte minutos. E assim que chegamos eu tive certeza do que já pensava, cheio, vibe boa. Lugares assim eu sempre to.

A gente preferiu sentar um pouco afastado pra observar o movimento e entender qual era do pedaço.

— Mas aquelas, se não encaixar o autotune na sequência certa, o som desanda. — Léozin falava de algo que eu não prestava mais atenção, desde que os meus olhos acidentalmente pousaram nela. A mina da praia estava virando a esquina, com um skate na mão. Cadê os defeitos?

— Porra Lennon, nois tá falando com você! — Léozin me deu um pescotapa que me acordou.

— Aí caralho, calma! — Falei voltando a atenção na morena.

Ela caminhou tranquila até a pracinha e sorriu grandemente quando parou em um grupinho. Que sorriso do caralho hein?

— Tá de olho em qual mulher dessa vez? — Thiago brincou.

— A mina que eu tava falando da praia. Ela tá aqui. — Falei olhando diretamente pra ela, a perfeição de mulher.

Os moleques pareceram buscar pelo meu olhar quem era.

— De blusa preta e short jeans? — Léozin perguntou.

— Ela mesmo! — Respondi.

— Gata. — Thiago comentou e eu sorri.

Olhei para os dois que estava pousados, assim como eu.

— Falei pra vocês, a mina é linda.

— Pode crê, mas ae. Fernando tá aí, vamo lá?

Passei os olhos na multidão e vi nosso parceiro na turminha que ele costuma andar.

— Mo galera, mas vamo aí! — Thiago falou se levantando.

Antes mesmo de eu mover um dedo olhei na direção de onde ela estava, mas já não mais. Fiquei frustrado.

Passei mais uma vez o olho no pessoal e nenhum sinal da mina do sorriso bonito.

O foda é que eu não sei nem o nome dela.

perdição | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora