Anahí não sorriu, mas isso lhe custou um bom esforço. Olhou-lhe e se deu conta pela enésima vez nessa manhã de que recém barbeado e com o cabelo curto, seu jeans novos, uma jaqueta bege e uma camisa de manga curta branca, parecia diferente. Vestido corretamente poderia estar verdadeiramente impressionante.
Depois de alguns minutos, conseguiu lhe convencer de que as camisas não eram efeminadas e fez com que comprasse várias de diferentes cores. Logo, levou-lhe a departamento de trajes. O vendedor o acompanhou aos provadores e, quando voltou alguns minutos mais tarde, vestido com um traje azul escuro, uma camisa azul claro e uma gravata granada, ela esteve a ponto de cair da cadeira. Não parecia o mesmo Poncho, exceto pelos traços de sua cara e os brilhantes olhos verdes.
-Céus! -exclamou Anahí.
A expressão de Poncho se suavizou um pouco.
-Tudo bem? Estou bem?
-Perfeitamente - respondeu-lhe ela sorrindo-. Senhoras, não olhem!
Ele sorriu também.
-De acordo. Que mais necessito?
-Que tal um pouco de cor nata? Um desses trajes uso Oeste.
Poncho se provou um com resultados similares. Tinha um corpo magnífico e ficava bem algo que ficasse. Depois, comprou um par de botas novas e um chapéu.
Justo antes de que saíssem das lojas de departamentos, ela recordou que não tinha comprado algo muito importante. O foi dizer, mas não soube como fazê-lo.
- Passa algo? -perguntou-lhe ele.
-Esquecemo-nos de uma coisa.
-Eu não uso pijama.
-E o que se está acostumado a levar debaixo da roupa? -disse-lhe ela por fim, evitando lhe olhar.
- Andem! É tímida! -exclamou ele.
- E o que? Nunca antes tinha ido às compras com um homem. Além disso, tem meias três-quartos?
-Acredito que é melhor que volte lá dentro, não?
Deixou então as coisas no carro, abriu-lhe a porta e a ajudou a entrar.
- Me espere aqui um momento, não demorarei nada.
-De acordo.
Ela ficou olhando enquanto se afastava. O ajudar a lhe transformar começava a ser um pouco divertido apesar das situações embaraçosas que se podiam produzir.
Anahí passeou o olhar pelo interior do carro; estava impecável. Imaginou que teriam sido os meninos do rancho os que o tinham deixado assim, já que nunca antes tinha estado tão limpo. Agarrou a ponta de flecha que estava pendurada do retrovisor, E franziu o cenho quando se deu conta de com o que estava sujeita: uma cinta de veludo azul que ela, acreditava ter perdido.
A tinha posto para sujeitar um rabo-de-cavalo, fazia já anos, que Poncho tinha ido ver o tio Peter. Recordava que Poncho a tinha estado pinçando no rabo-de-cavalo mas ela não tinha cuidado o que fazia e, mais tarde, deu-se conta de que tinha perdido a cinta. Era curioso que um homem tão pouco sentimental como ele tivesse guardado uma coisa como essa. Possivelmente o que passava era que lhe tinha gostado da cor, pensou voltando a olhar para a entrada da loja.
Alguns minutos mais tarde, voltou Poncho. Atirou os pacotes que levava no assento de atrás e se sentou a seu lado.
- Sinto muito, querida. Não esperava demorar tanto, mas lá dentro havia uma multidão.
- Não importa. -disse-lhe ela sorrindo.
Ele a ficou olhando nos olhos durante um comprido instante e seu rosto pareceu ficar rígido.
- OH, céus, é algo especial - disse-lhe em voz muito baixa.
A paixão com que pronunciou essas palavras despertou algo no mais profundo do ser de Anahí. Devolveu-lhe o olhar e não pôde desviar os olhos dos seus. Foi, como se esse momento estivesse fora do tempo, Depois, seu olhar se pousou involuntariamente sobre a dura boca de Poncho.
- Não faça isso -disse-lhe ele dando-se partida e pondo o carro em marcha subitamente. Guarde esse olhar para ti, se não querer que volte a te beijar
Ele a tinha impressionado e lhe notava na cara. Perguntou-se se a quereria. Logo se lembrou de Maite e isso foi como um jorro de água fria. Se ao fim e ao cabo, ele sentia algum tipo de emoção, evidentemente seria por May. Não era esse o motivo pelo que lhe estava ajudando, para fazer dele um homem ao que May pudesse querer? Cruzou suas largas pernas com um suspiro e ficou olhando, como desfilava a cidade pelo guichê.
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Tal como é - aya
RomanceO mal educado granjeiro Alfonso Herrera queria aprender boas maneiras para assim apaixonar a uma mulher, e Anahí Puente era a única pessoa do povo que teria a suficiente educação para levar a cabo esse trabalho. Nenhuma outra mulher se atreveu a apr...