Quando chegou a sua casa, precipitou-se à cozinha para ver o que tinha. Por sorte, havia um frango no refrigerador que podia fritar e algumas verduras. Tirou o vestido, pôs uns jeans e uma camiseta e começou a trabalhar. Nem sequer pensou nele, ele a deixava excessivamente nervosa. A situação escapou completamente de seu controle no que a ele se referia e já não sabia o que fazer. O que tinha começado como umas singelas classes de etiqueta agora prometia converter-se em uma tremenda confusão se não fosse capaz de tomar cuidado. Pensou que o que devia ocorrer era que Poncho a desejava, mas estava apaixonado por Maite. Com os homens não se passava o mesmo que com as mulheres. O que a punha ainda mais nervosa era que seu instinto de sobrevivência não funcionava absolutamente com Poncho, e cada vez que lhe via, todo isso que estava pensando se esfumava de sua mente como que por encanto. Pouco antes das seis, provou vários vestidos antes de decidir-se por um amarelo. Quando se penteou, olhou-se no espelho e rogou ao céu que não lhe parecesse que estava muito arrumada. Não tinha estado tão excitada a anos. E tudo isso por causa de Poncho.
Ele chegou cinco minutos antes da hora, justo quando Anahí tinha terminado de cozinhar o frango e as verduras. Foi correndo à porta e lhe recebeu com um sorriso nos lábios.
Levava um dos trajes novos que lhe tinha ajudado a comprar. Estava recém barbeado e perfeitamente penteado, isso se podia adivinhar por debaixo do chapéu.
-E como estou? -perguntou-lhe ele impacientemente. Ela se apartou para lhe deixar entrar.
-Está muito bonito.
-Você também - respondeu-lhe ele atirando o chapéu sobre uma cadeira.
Depois, ambos se dirigiram a sala, onde já estava posta a mesa, incluindo chá gelado em copos altos.
-Acabo de terminar de fazer o jantar - disse-lhe ela.
-Começamos?
-Suponho que terá que fazê-la - disse-lhe ele com uma expressão de desejo em seu rosto.
Ela ficou de pé ao lado de sua cadeira enquanto Poncho se sentava e sacudia o guardanapo.
-HUM HUM! -esclareceu-se garganta Anahí para chamar sua atenção.
Alfonso a olhou.
-O que te passa na garganta?
-Estou esperando a que me ajude a me sentar.
-Ah, é isso - respondeu-lhe ele ficando em pé e ajudando-a.
Uma vez que ambos estiveram sentados, Poncho murmurou referindo-se ao jantar.
-Isto tem boa pinta.
-Espero que você goste. Há-me dado muito trabalho, estive ocupada toda a tarde.
-Eu também.
-Que tal está seu touro? -perguntou-lhe Anahí lhe aproximando a bandeja de frango.
-Melhor. Veio-lhe bem essa segunda espetada. Pobrezinho, sinto-o por ele.
-Eu acreditava que o sentia mais pelas vacas.
Poncho ficou olhando um instante e logo se serviu de algumas batatas a mais.
-Deveria vir ao pasto quando se recuperar. Aprenderia algumas coisinhas.
Anahí quase se atirou em cima o copo de chá, jogou a cabeça para trás e se começou a rir a gargalhadas.
-É tremendo!
-Tem que estar mais tempo com May. Poria-te num bom caminho rapidamente. É uma garota muito parecida comigo.
O que, provavelmente, era certo, pensou ela. May lhe vinha como anel ao dedo de Poncho. Ele poderia desejá-la, mas Maite lhe tinha conquistado o coração. Era terrível que a desejasse tão somente por seu corpo.
- Por que ficou nervosa, Annie? -lhe perguntou quando notou sua confusão.
-É que não estou acostumada a receber homens em minha casa.
- Se nota.
Terminaram de comer em silêncio. A forma com que Poncho a olhava a punha cada vez mais nervosa. Quando se levantaram da mesa, ele a ajudou a levar os pratos à cozinha. Não só isso, mas também insistiu inclusive em ajudá-la a esfregá-los. Depois, secou-os sumindo-a ainda mais na confusão.
-Dirijo-me muito bem na cozinha - recordou-lhe ele. Tinha que fazer se não queria morrer de fome. Nunca tive a uma mulher para que me fizesse a comida.
Anahí lhe olhou com curiosidade e ele, ao dar-se conta desse olhar, prosseguiu:
-De vez em quando vêm para casa para outras coisas -disse-lhe brandamente- Sou um homem e, como tal, tenho uma série de necessidades.
O rosto de Anahí ficou vermelho e ele sorriu. Ela apartou o olhar, mas lhe tremiam as mãos e não queria que ele se desse conta de sua confusão.
-Está bastante verde nessas coisas. Não sabe nada em relação ao que acontece com homens e as mulheres, verdade?
-Não sou nenhuma ignorante. - murmurou ela.
-Não disse que o seja. Simplesmente, que é muito inocente - disse-lhe ele enquanto terminava de secar o último prato e o colocava na despensa-. Isso eu gosto. Quero dizer, o que seja assim inocente. Eu gosto muito aliás.
Anahí não podia nem lhe olhar; estava-a fazendo sentir-se tímida e muito jovem.
- Por que não houve alguma vez um homem em sua vida?
- Vamos começar com suas lições de dança. De acordo? –começou a lhe dizer ela nervosamente.
Tratou de sair da cozinha, mas ele a deteve...
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Tal como é - aya
RomanceO mal educado granjeiro Alfonso Herrera queria aprender boas maneiras para assim apaixonar a uma mulher, e Anahí Puente era a única pessoa do povo que teria a suficiente educação para levar a cabo esse trabalho. Nenhuma outra mulher se atreveu a apr...